Precisamos de reformar mentalidades e não a forma como votamos. É a esta conclusão que chego após a leitura de um artigo sobre o tema. Afinal, é naquela que reside o problema, não nesta. Já ouviram falar do voto preferencial? É uma nova estratégia do actual líder do PSD. Trata-se, ao que parece, de escolher candidatos partindo de uma parcela eleitoral mais pequena e, a partir dela, o eleitor pode escolher o candidato que mais lhe interessa. Foi isto que entendi! Não é, ao escolher a cara, ou mesmo um nome, que percebemos que tipo de pessoa é aquela em que votamos. Não a conhecemos! Nem dá para reconciliar, desta forma, sequer os eleitores com a política como é defendido por Passos Coelho. O problema dos eleitores com os eleitos tem a ver com a política seguida e defendida por estes. Não é, a meu ver com este novo tipo de escolha de candidatos que todos os problemas vão desaparecer ou mesmo diminuir no país. Isto só servirá para mascarar ainda mais um país que mais parece um carnaval, onde quase nada nem ninguém é aquilo que parece! Onde os problemas já se sentem e os governantes continuam a afirmar irresponsavelmente (vá-se lá saber porquê) que tudo está bem, com a maior das desenvolturas! Quando, em pleno tempo de crise, se toma uma decisão de, por um lado, de baixar os subsídios e, por outro, aumentar os preços, como é possível que, alguma vez, o eleitorado se reveja nos políticos escolhidos quando tomam estas decisões? Como pode um cidadão controlar, como é sugerido, uma decisão política assim? Como se pode evitar que um ou vários membros do governo tomem uma medida política ou económica capaz de prejudicar a médio ou a longo prazo o país? Não havendo sensibilidade para com os problemas sociais, como pode um povo ser capaz de se identificar, seja de que forma for, com a classe política? Este novo conceito de voto não vai diminuir nem fazer desaparecer os interesses particulares confundidos sempre com os gerais. Não. Se quiserem o respeito dos eleitores terão de rever e ser mais responsáveis nas decisões tomadas! Não se percam em ninharias, enfrentem o problema com honestidade se quiserem verdadeiramente mudar seja o que for! Ah, já me esquecia. Estou a falar de política! E nunca, na minha vida, conheci alguém com uma boa opinião fosse de que político fosse mesmo quando se identificava mais ou menos com a sua ideologia. No fundo, os homens, sobretudo os políticos, desiludem. Nunca me esqueço de uma definição de político que ouvi quando era ainda uma adolescente e que me chocou profundamente a ponto de não mais me esquecer. Um homem do povo definia a classe política como “uma matilha onde todos os cães andam a cheirar o cu uns aos outros”. É mais ou menos assim que a classe política é vista – como um mal para o qual não existe alternativa ainda credível. E é pena que assim seja! Tudo poderia ser diferente!
Hoje recebi uma mensagem de um amigo pedindo que fizesse algo no sentido de acabar com uma discriminação que não faz sentido. Referia-se à “lei” que vai ser votada, no próximo dia 10 de Outubro, na Assembleia da República e que procura evitar a ainda existente discriminação que existe entre casais heterossexuais e homossexuais. Já vários países deram o passo nesse sentido, reconhecendo que era já altura de acabar com uma situação intolerável que é a de haver cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. No que ao preconceito diz respeito, pouco ou nada se pode fazer, a não ser aquilo que muitos guionistas vão fazendo nas telenovelas e filmes, tentando levar às pessoas a mensagem de que todo o amor é lícito, e tem o direito de se exprimir livremente, como outro qualquer. O que não pode, (nem deve), acontecer, na minha opinião, é haver leis discriminatórias que façam essa mesma diferença. Para mim, toda a lei tem uma virtude: evitar qualquer tipo de discriminação perante os cidadãos que trabalham e contribuem para o desenvolvimento de um país, com o seu esforço e dedicação. Eles têm os mesmos deveres que os outros cidadãos perante a lei, o que não faz sentido é que seja a própria lei a fazer a diferença, quando se trata de algo tão básico como querer ver reconhecida, como qualquer outro casal, a sua união perante a lei e os seus compatriotas. Penso que esta lei a ser votada no próximo dia 10, mais do que mostrar o tipo de estado que temos, mostrará também o tipo de pessoas que escolhemos, (e que não conhecemos, os únicos que conhecemos, e mal, são os cabeças de lista!) para nos representarem num órgão tão importante como é uma Assembleia da República. Há, por isso, que estar atento e ver se eles saberão estar à altura da situação e saberão responder, de forma acertada, a um passo que marcará, decisivamente, a nossa sociedade e o nosso país. Se queremos um país mais justo, e todos nós precisamos disso, mais tarde ou mais cedo, nesta ou naquela situação, há que velar por aqueles que escolhemos para nos representarem e ver se o seu desempenho está, ou não, de acordo com aquilo que pretendemos para o nosso futuro, para o nosso país, para a sociedade que queremos para nós. A homossexualidade existe, e não é só de agora, como muitos pensam, e já é encarada com naturalidade senão pela maioria, pelo menos por uma grande parte dos cidadãos portugueses, por isso há que aceitar e resolver este único problema ainda existente que é o da discriminação face a uma lei injusta que, a meu ver, em nada enobrece o nosso país e que, ao contrário do que faz, deveria era proteger todo e qualquer tipo de cidadão que contribui para o enriquecimento do mesmo (e não só!).
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