opiniões sobre tudo e sobre nada...

Sábado, 19 de Setembro de 2009
A vergonha

O aspecto social ou melhor o peso da sociedade é, como sabemos, imenso na nossa qualidade de indivíduos. Fomos ensinados a respeitar as regras para sermos aceites pelos nossos pares. Nas sociedades tem de haver regras para evitar o caos. Podemos fazer uma ideia do que seria a convivência social se, na sociedade tal como está estruturada, todos fizessem o que lhes apetecesse. Vamos imaginar o trânsito. Todos sabemos que a condução se realiza pela direita, agora imagine-se se, de repente, algumas pessoas se lembrassem que querem fazê-la pela esquerda, como em Inglaterra, só porque lhes dá mais jeito… Estão a imaginar a confusão! Mas há regras sociais que não são tão rígidas assim, isto é, deixam ao critério de cada um o que devem fazer com a sua liberdade individual. É precisamente aqui que a porca torce o rabo… Já não estamos a falar das regras acima referidas mas de outro tipo de regras. Estou a referir-me àquelas capazes de ferir a susceptibilidade de certas pessoas. O que é engraçado é a forma como as pessoas se sentem atacadas directa ou indirectamente a mais audazes que se lembram de as castigar com palavras capazes de encher de vergonha quem as ouve. Para mim, estas são as pessoas mais perigosas. Nem vivem nem deixam viver. Limitam-se a observar e a criticar negativamente tudo o que vêem e que sai do da sua estreita mentalidade. São estes que se rotulam de observadores dos hábitos e bons costumes e que tentam levar por diante ideias descabidas ou por maldade, o que se nota a maior parte das vezes, ou por simples incapacidade de irem mais além do que lhes foi ensinado. Os jovens são os alvos preferidos destas pessoas. Apesar de perceberem a nota de reprovação no rosto das pessoas, continuam em frente com a consciência de que a diferença não é necessariamente má. Admiro-lhes a coragem. (Eu própria, para conseguir aceitar uma regra, tinha de compreender a razão da sua existência. Se compreendesse, acatava-a, se via que não tinha pés nem cabeça, ignorava-a.) Sim, admiro-os, porque há aqueles que crescem sempre com a vergonha/medo que lhes é incutida/o pelos pais e que os limita de tal maneira que os torna completamente insípidos. O medo enche-lhes o coração, dominando-os completamente. Não fazem nada para evitar atrair atenções negativas e são precisamente estes, muitas vezes, a atirar a primeira pedra, quando alguém dá indícios da coragem que eles foram ensinados a não ter ou que não têm. São estes que vivem para as atenções básicas do quotidiano parecendo ignorar tudo o resto. São pessoas que não trazem nada de bom ao mundo, limitando a sua existência à reprovação do próximo. São este que dizem que acreditam em deus porque os seus pais eram católicos, e os seus avós, e os… parecem não ter capacidade para pensarem por eles mesmos, ou se têm não querem revelar os seus pensamentos. Talvez porque saibam que não valem nada…

 

Fátima Nascimento

 

 



publicado por fatimanascimento às 10:02
link do post | comentar | favorito

Quinta-feira, 28 de Agosto de 2008
A bondade e a estupidez

Há pessoas que insistem em confundir estupidez com bondade e o pior é que têm o poder de convencer os outros, pela vergonha, de que têm razão. Mas não é. Estupidez e bondade nada têm em comum. O que acontece é que a falta de valores leva a que as pessoas mal intencionadas procurem confundi-las na cabeça dos outros. Por exemplo, quando uma pessoa precisa de um favor – dinheiro – e outra lho cede de boa fé, não está a ser estúpida, está a ser boa. Agora, o que acontece é que nem sempre as que beneficiam desta bondade a honram cumprindo escrupulosamente as suas obrigações que são o pagamento total ou faseado da quantia emprestada. Tudo depende da pessoa a quem se empresta e da intenção desta. É nestas que está o problema e não nas outras. Mas é precisamente aqui que a porca torce o rabo e tenta virar-se o feitiço contra o feiticeiro, na maior parte das vezes: as boas pessoas pensam “Que horror! Já não se pode confiar em ninguém!”, ao passo que as más defendem que a pessoa que empresta é estúpida, pois ela não sabe que não se pode confiar em ninguém? A partir daqui geram-se as duas facções a pró e a contra que falam até o assunto se esgotar nas suas mentes. Entretanto, e apesar do que se possa dizer, a verdade é só uma: alguém emprestou e a outra parte não honrou o compromisso. E é nesta que se têm de concentrar as atenções. O que fazer nestes casos? A queixa na polícia é a maneira, ao que parece, mais sensata de resolver a questão. O que acontece é que as pessoas, doridas e com medo da reacção dos outros, evita tornar público o que aconteceu: têm dedo de passar por parvas. E, até certo ponto, são capazes de se sentir parvas, por terem acreditado na pessoa que, numa aflição, lhes pediu ajuda. Mas não são. Elas fazem o que qualquer pessoa, mais desligada do dinheiro, faz quando vêem alguém aflito – ajudam. O que tem de acontecer, e vai ser difícil mudar aqui as mentalidades tão viradas para a boa imagem pública, é obrigar as pessoas em dívida a cumprir as suas obrigações morais que já deveriam ter sido aprendidas em criança, não sendo assim, não maltratem quem apenas se limitou a fazer o que já poucas pessoas fazem: acreditar em alguém. E não há mal nenhum nisto; mal está nas pessoas que não honram os seus compromissos. São estas que têm de ser condenadas e não as outras. É contra estas que os ânimos têm de se acender. O problema é sempre a justiça tão limitada nos seus meios, mas como tenho defendido: nada é impossível. Entretanto, e enquanto não se resolve o problema ou problemas, ponham a culpa na pessoa certa: a incumpridora.



publicado por fatimanascimento às 10:29
link do post | comentar | favorito


mais sobre mim
Julho 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
31


posts recentes

A vergonha

A bondade e a estupidez

arquivos

Julho 2018

Outubro 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Agosto 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

tags

todas as tags

favoritos

A manifestação de Braga

links
blogs SAPO
subscrever feeds