Leio revistas e jornais e nada me atrai a atenção. Há momentos em que encontro assuntos sobre os quais recai o meu interesse. E, a partir de agora, só compro quando algum assunto interessante for abordado. Sim, porque não é só a crise que temos de enfrentar, é todo um conjunto de circunstâncias que nos tornam a vida ainda mais miserável e que escapam ao nosso controlo e não contribuem em nada para a nossa felicidade. Muito pelo contrário! Outra das razões, é que gosto de jornalismo de rua. Não gosto muito do jornalismo de secretária. Gosto daquele que parte à procura de notícias e não está à espera que os assuntos venham até ele. Gosto daquele jornalismo que pensa e que, sobretudo, se interroga e vai à procura de respostas. Este é, para mim, o jornalismo inteligente e profícuo. Gosto daquele jornalismo que conta a história de forma individual, recusando as estatísticas e as previsões. E não só… este é só um exemplo. Culturalmente falando, por exemplo, sair à procura do que se faz por esse país fora, porque a cultura não está só em Lisboa, ao contrário do que muitos possam pensar, nem são só os nomes reconhecidos. A crise já é, só por si, um grande pedregulho esmagador que nos vemos obrigados a carregar neste e nos anos vindouros, com uma filosofia económica que esmaga a economia do nosso país, atirando-o para o colapso económico. A Alemanha sabe governar-se. Lá nisso, temos de lhes “tirar o chapéu”. Não é por acaso que tem uma balança comercial positiva. Também não tem culpa se os governantes dos outros países não os sabem governar. O que interessa aqui, é que ela também não sabe governar os outros países. Isso é uma realidade! Talvez não lhe interesse. O que é importante é que há outras maneiras de ultrapassar a crise e que a Troika já deu provas de fracasso. Para além deste item que é presença q.b. nas páginas dos jornais e revistas, devido às medidas que se vão tomando cada vez mais agravadas, à medida que se vão descobrindo novos “buracos financeiros”! E eles estão a aparecer! Dá a sensação que, neste país, ninguém sabe gerir os dinheiros públicos. Observa-se um gasto descontrolado que leva à falência das empresas onde, para acaba por se colocar mais dinheiro. O tribunal de contas apresenta relatórios que não abonam nada em favor dos gestores. E há o vazio: ninguém é responsabilizado criminalmente nem se sabe o que foi feito para ultrapassar esses “buracos financeiros”! Para além destas medidas, e se não se fala da crise e respectivas consequências, há todo um vazio informativo que àquilo que me lembra uma espécie de jornalismo de secretária que leva ao tratamentos de assuntos quase do foro privado. O que nos interessa se uma duquesa espanhola casa aos oitenta e cinco anos? O que nos interessa se um rico empresário está em apuros financeiros porque (e segundo o que se deduz) comprou uma guerra onde se parece desenvolver uma estranha estratégia para o derrubar (para já não falar do seu próprio esforço)? No fundo, e à laia de resumo do que ficou dito, o que interessa esse assunto (e outros assuntos parecidos) ao português comum? (Perseguições, todos nós sofremos ou já sofremos nas nossas vidas. Só os medíocres nunca passaram por uma situação destas.) Será este um outro aspecto da crise?
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