Não é estranho que as pessoas se revoltem contra as pessoas roubadas apodando-as de ingénuas, estúpidas ou outro nome qualquer pejorativo? Já me aconteceu várias vezes. Em variadas conversas, muitas pessoas acabam sempre por culpar as pessoas roubadas, enganadas… pelos erros cometidos por outras. E são pessoas de todos os extractos sociais, culturais… parece ser quase uma regra!
Conheço uma moça bem formada cuja mãe passa o tempo a encontrar-lhe defeitos. Ora, sabemos que pais mal-formados acabam sempre por criar filhos iniciados nos exemplos dados. (Já me aconteceu, enquanto professora, perceber que os filhos são o espelho dos pais e vice-versa, salvas sempre a supostas excepções.) Ora, estes que provocam situações incómodas, seja qual for a sua natureza, nas vidas de outros, são geralmente vistos como eventualmente perigosos mas quase sempre espertos e os outros, da mesma formação, acabam invariavelmente por invejá-los. Sobretudo quando escapam de julgamentos sociais e judiciais depois do mal feito. E sabemos que quem prega qualquer tipo de vigarice, conhece as leis com que se cose ou melhor conhece os interstícios da lei que lhes permite fugir ao castigo merecido. E quando o fazem, infelizmente, conseguem, de alguma forma, a colaboração da boa-fé das pessoas vigarizadas. Afinal, quem mal não tem, mal não pensa. Isto não significa que sejam menos espertas que os outros. O que acontece frequentemente, é falta de avaliação rigorosa dos vigaristas porque estes são, geralmente, manipuladores exímios. Tentam conhecer as pessoas não para as ajudarem mas para as controlarem. Todos sabemos que isto está errado, é errado. Toda a gente sabe que estas acções são condenáveis. O que não se entende é a lógica distorcida que parece afectar grande parte da nossa sociedade aquando do julgamento moral das diversas situações de vigarice. E sempre que alguém leva a melhor sobre outra, no sentido de a prejudicar, não é esperteza e muito menos inteligência, é maldade. Então porque é a que a nossa sociedade continua a condenar as vítimas em vez dos prevaricadores levando inclusive aquelas a sentirem-se diminuídas e a esconder as falcatruas? É esta lógica distorcida! E não deve ser assim. Os ladrões têm de ser julgados e metidos na prisão e não os roubados! Onde está a moral? Onde estão os valores que alicerçaram a nossa sociedade e que, ainda assim, teve sempre quem a esquartejasse? Agora, estamos a viver um ambiente social onde o roubo é quase uma constante e que mais não é do que uma versão da exploração do homem pelo seu semelhante! É isto que está errado! É o roubo que tem de ser condenado e não as pessoas roubadas! Daqui a nada estamos a chamar branco ao azul e azul ou branco… Desculpem, isto já acontece. Então o que se deve fazer? Ter a coragem de defender que merece defesa e condenar publicamente quem prevaricou. Ou vamos cobardemente pactuar com a mudança que se está a operar violentamente na nossa sociedade, calando-nos ou concordando com exteriormente com essas pessoas mal-intencionadas? Há que falar sem medos! Não nos vão odiar mais do que já acontece se manifestarmos a nossa opinião! Se calhar desprezam-nos mais pela cobardia demonstrada!
Agora, depende da leitura de cada um e cada um faz a leitura de acordo com a sua maneira de ser. Mas uma coisa julgo que ficou clara: o roubo, tenha ele a forma que tiver, é um acto condenável, desprezível e cobarde!
A verdade existe? O que é a verdade? Existirá mesmo ou o que existe são simplesmente versões de um acontecimento? Existe muita confusão à volta deste tema…
A verdade existe. Ela está diante dos olhos de quem a vê. Sempre foi, é e será assim. Agora, existem muitas versões da verdade tantos quantos os mentirosos. Isto leva-nos a outra questão. O que é a mentira? Para mim, a mentira é a distorção da verdade nos seus vários graus. Sim, porque há aqueles que vão da distorção mais leve à mais acentuada. Até à invenção de uma estória que nada tem a ver com a realidade daquilo que aconteceu. A verdade é como a democracia ou a liberdade tão delicada que, ao mais leve deslize, se quebra. As pessoas querem fazer crer que a verdade não existe só as versões da mesma, não se dando conta do que essa afirmação representa. Ou, então, sabem e estão satisfeitas e alinham nisso. Na minha opinião a verdade existe, repito. Ela está diante dos nossos olhos e a mente e o coração reconhecem-na. Agora, tudo depende, e mais uma vez, para não dizer sempre, da natureza das pessoas que a vivem. Há aquelas pessoas que não têm medo da verdade, pelos mais variadíssimos motivos, e há aquelas que nada querem com ela, revestindo as suas vidas de mentiras agradáveis mas que nada têm a ver com a realidade, para poderem dormir descansadas. Algumas há que chegam a ser tão convincentes que acabam por convencer os outros da veracidade da sua versão. Estes são os mentirosos. Não conseguem viver sem distorcerem, de alguma forma, a verdade. E quando só o fazem ligeiramente acham já que são umas grandes pessoas. São aquelas cuja vida está tão marcada pela mentira, que já não sabem distinguir o que é verdade do que é mentira; nem querem! Agora, o perigo, para esse tipo de pessoas, reside naquelas que não alinham nas suas mentiras. São incómodas! Podem beliscar a pintura com que retocam cuidadosamente as suas máscaras cada dia. A máscara que mostra valores que, na realidade, não possuem. Aquela é tão cara para elas que estão dispostas a tudo para a manterem intacta. E valem todas as mentiras do mundo para a salvarem, porque sem ela estão perdidas aos olhos das pessoas que são diferentes delas e também daquelas que são iguais a elas, mas mais cuidadosas. Sim, a verdade existe e toda a gente sabe disso, embora não admitam, nem queiram admitir essa realidade. Já encontrei, na minha vida, progenitoras que fazem alinhar os filhos nos esquemas delas e, depois, quando chega o momento de eles se encontrarem com as suas consciências, arranjam, sempre meigamente, as mentiras mais incríveis para lhes aliviar o peso dos actos inglórios cometidos para que foram arrastados. E pensar que há pessoas que estão internadas e rotuladas de loucas…
Não posso ir muito além da árvore genealógica mais recente, porque não conheço mais…. Mas o que tenho é excepcional, pelo que não tenho de ir muito mais além. As recordações não vão além dos meus avós. Sobretudo o meu avô… que integridade e que linearidade! Nunca me lembro de conhecer uma pessoa mais honesta na minha vida! São numerosas as histórias que contam sobre ele! Até em Portalegre! E esta história, em particular, já é contada pela segunda geração. O meu pai saiu a ele. Foi desenhado nas mesmas linhas. Também há histórias sobre ele. Eu saio ao meu pai. Não há histórias sobre mim. Nem faço questão que haja. O que posso dizer é que não é nada fácil ser-se assim. Poucas pessoas nos compreendem ou nos aceitam como somos, uma vez que em todos os caminhos sempre há desvios. É uma rectidão muito vincada, sem desvios. As pessoas têm medo. Sinto isso, mas não ligo. Vivo o meu dia-a-dia sem me preocupar com a vida dos outros, a não ser no único sentido de ajudar, quando posso e sei. E nada mais. A seriedade é um vínculo na personalidade uma vez que os exemplos são sempre muito exigentes e estão sempre muito vivos. Depois, seguiu-se a formação religiosa ( e não só) que me foi dada pelas irmãs de S. José de Cluny, no Colégio de Santa Maria, e que eu procuro pôr em prática no meu dia-a-dia. Tudo foi determinante na minha formação. E a todos o meu reconhecimento por isso. Agora, cabe a mim falar desse tipo de formação tão determinante na vida de qualquer pessoa. Esta formação de raiz, e não só de aparência, é decisiva em qualquer pessoa. Não é só o ficar bem, é necessário criar estes valores para que possamos viver numa sociedade mais justa e mais consciente, quanto mais não seja para evitar casos como os que me têm tocado viver, estes últimos tempos, devido a essa mesma falta de formação de algumas (muitas!). Passa-se um caso com um meu ex-companheiro a quem ajudei, a determinada altura da sua vida, quando mais precisava, e que não está a cumprir com os seus deveres, até agora. Dei-lhe e dou-lhe o benefício da dúvida, mas já lhe tivesse apanhado mentiras… A minha posição em nada mudou: continuo a acreditar no que há de melhor nele. Depois, há aqueles que andam divididos por que lhes foram inculcados certos valores por um dos pais e outros pelo outro. Então, acontece isto: agem mal e ficam com problemas de consciência, porque não querem tomar uma posição dissonante, mesmo não concordando com o que se passa. Não deixam de ser boas pessoas, mas também não deixam de ser más. E são adultos sofredores. Entre a minha mãe e o meu pai há diferenças na maneira de ser, mas eu decidi-me por uma, e não me afastei dela. Não fiquei dividida, como acontece com alguns. Agora, o exemplo que eu dou aos meus filhos é aquele que me deram a mim e que eu julguei ser o mais recto. Que pena não haver mais pessoas assim! Seria tão mais fácil para todos!
Há pessoas que insistem em confundir estupidez com bondade e o pior é que têm o poder de convencer os outros, pela vergonha, de que têm razão. Mas não é. Estupidez e bondade nada têm
Já aqui falei dos novos valores morais espalhados pela nossa sociedade e que alimentam a vaidade humana e a fome de poder e de notoriedade e tudo o que hipoteticamente vem com eles. Do que eu não tinha dado realmente conta é do preço alto que muita gente parece ser tentada a pagar para conseguir isso tudo. E toda a gente parece ter um preço, a única diferença está na quantia mais ou menos elevada pela qual se vendem. E vendem-se pelas mais variadas razões, desde as mais mesquinhas às mais egoístas. E esta gente não tem consciência, poderemos perguntar. Ter, elas têm mas passam a vida a passar uma esponja de pretextos e justificações por ela para dormirem sossegadamente à noite. Depois, se olharmos à nossa volta as revistas, desde as mais sérias às mais banais, fazem o elogio das pessoas bem posicionadas na nossa sociedade, com retratos e um relato das suas vidas e daquilo que elas conseguiram na vida. Dá a sensação que não há mais nada no mundo a não ser estas pessoas: actores, cantores, empresários, jogadores… Chega a ser tão cega a fixação por estas pessoas, que elas são até incomodadas na sua privacidade. Não quero, com isto, tirar o valor a ninguém. Mas a vida é muito mais do que isto: fama e dinheiro. Mas tal parece escapar à maioria das pessoas que lêem estas revistas. Mas o que é mais grave é que muita gente frustrada passa a vida a sonhar com isto mesmo e até chegam ao ponto de não olhar a meios para conseguir o que quer. Então, sucedem-se as cenas mais caricatas a que assistimos, infelizmente, no nosso dia-a-dia, de pessoas a prejudicarem outras de toda a forma e feitio só porque pensam que, dessa maneira, conseguem atingir os seus objectivos egoístas. Vemos muitas pessoas a trabalhar, não só pelo prazer de desenvolver um trabalho bom mas também para conseguirem alguma notoriedade com ele. Nesta ganância de dinheiro e notoriedade, corre-se o risco de só olhar para cima com admiração, olhar à volta o que nos rodeia e quem nos rodeia com cobiça, e de esquecer daqueles que nada têm e que também fazem parte da vida, mas que nós tentamos ignorar por ser uma situação onde ninguém gostaria de estar. Como a ganância é muita e as pessoas esquecem-se que há muito para fazer, ou não querem ver, porque dali não vem notoriedade, (pensam elas), elas vivem fixadas na ideia de como chegar até essa fama, essa notoriedade tão amadas e que são a nova religião social. Para tal, elas furam por todo o lado, não olhando a meios para atingirem os seus fins… e dão-se casos lamentáveis de plágio, (como eu vivi ainda há pouco) de pessoas que, vestindo a máscara da amizade, se infiltraram na minha casa para conseguirem uma cópia de um conto que eu estava a escrever e que é o meu primeiro (ver http://fati-voos.blogspot.com ou http://narrativa.blogs.sapo.pt ). Como os outros, esquecem-se essas pessoas, não são parvos, acabam, mais cedo ou mais tarde, por os apanhar. O que eu acho um crime, é quando se dão exemplos destes a crianças e adolescentes, que têm o direito de conhecer outros valores muito mais nobres. E há que ter atenção às pessoas que nos rodeiam e a quem abrimos a porta da nossa casa, pois são essas as que nos podem prejudicar mais! Eu, que sempre deixei as portas e janelas abertas, noite e dia, agora, até as portadas das janelas eu fecho, quando escurece...
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