opiniões sobre tudo e sobre nada...
Segunda-feira, 15 de Julho de 2013
Governo tripartidário
O governo actual não tem soluções para a crise para além das apontadas pela Troika e o FMI. Ora, as estratégias destes não beneficiam em nada o país (entenda-se país como os portugueses). Ninguém saiu beneficiado com estas medidas. O país está a ser liquidado à semelhança do que aconteceu à Grécia sem que o governo tenha tomado uma medida para contrapor às ditadas por aquelas duas organizações. Fartos de tanta vassalagem ao dinheiro, os portugueses manifestaram-se nas ruas. Mesmo quando o número (como já foi apontado por comentadores) foi reduzido, temos de ter em conta aqueles que não estando presentes fisicamente pelos mais diversos motivos, concordam com eles.
O governo vacilou. O Ministro das Finanças saiu. O dos Negócios Estrangeiros também embora, e ao que parece, tenha recuado. Os outros partidos não governamentais, e outras organizações, defendem eleições antecipadas. O Presidente não concorda. Eleições só para 2014. Defende um governo tripartidário. Não se percebe. É assim que pretende evitar a crise política? É uma armadilha ao PS? Não se percebe bem…
Supondo que é uma artimanha para evitar a crise política e a tão temida instabilidade. Quem vai defender os direitos dos portugueses quando todos estão envolvidos no mesmo esquema? Quem os defenderá contra a ditadura dos mercados? Desde quando o dinheiro é mais importante do que a vida dos cidadãos? Quem vai defender esta posição mais humana e justa? A tradicional esquerda minoritária? Não tem representatividade numérica para tal. E se o projecto foi verdadeiramente demolidor para o país e os três partidos ficarem queimados? Quem vai ser a alternativa? Não há outra no cenário político português a não ser a tradicional esquerda minoritária… Afinal, estes três partidos tiveram oportunidade de estarem representados nos diferentes governos e o resultado ao longo do tempo foi… este! A crise poderá ser da responsabilidade mais de uns que de outros, mas todos estiveram lá e tiveram oportunidade de fazer algo pelos portugueses. O que melhorou concretamente na vida dos destes? Depois, os sucessivos escândalos da mais variada natureza cujas soluções só prejudicaram os portugueses de duas maneiras: os que não perderam as suas poupanças em instituições financeiras, viram o dinheiro dos seus impostos enterrados nos mesmos numa tentativa desesperada de salvar as mesmas. De quem é esta e outras responsabilidades por más decisões tomadas ao longo dos anos do pós 25 de Abril? Quem já viram alguém ser responsabilizado? Talvez não seja má ideia queimar de uma vez três partidos responsáveis directa ou indirectamente por decisões que levaram o país a esta situação. Talvez seja a altura de dar uma oportunidade a outras cabeças…
O que não entendo, na Grécia, é como, depois de tanta desgraça, eles acabaram por votar em partidos de extrema-direita… Às vezes, questiono-me se esta crise não terá mesmo essa intenção. Se assim for, há que contrariá-la. Mas nada de ditaduras ou proximidades… estas não resolvem nada, só tiram o pouco que fica. E quem quer isto?