Sabem aquelas pessoas que dizem que vendem tudo mais barato e se ajeitam para fazer tudo? Todos aqueles que estão financeiramente mais apertados, recorrem a estas pessoas que começam com um trabalho e, mais tarde, dão a conhecer outras actividades, dentro do mesmo ramo, a que se dedicam nas horas livres, para juntar mais algum dinheiro. Desde que façam um bom trabalho, as pessoas que geralmente são conhecidas deles, não se queixam. O pior é quando eles nos enganam!
Aconteceu há já algum tempo. Eu tinha um computador mas precisava de um outro para trabalhar. A pessoa que trabalha no ramo, e que me arranjava o computador sempre que havia algum problema, propôs-me ser ele próprio a fazê-lo, uma vez que ele não trabalha só com software mas também sabe trabalhar com o hardware. Ficou combinado. Ele montou o computador, que me ficou ao preço de um computador normal, comprado numa loja. A decepção veio quando, uma amiga, cujo pai coordena a unidade informática de um banco conhecido, veio a casa e se colocou a oportunidade de actualizar o Windows. O Windows detectou um software que não era genuíno. Questionada sobre o preço pago pelo computador, a minha amiga nem queria acreditar - pagara uma cópia do software como se se tratasse da verdadeira. Ainda que fosse falso o software, o que mais custa é o engano de alguém em quem confiamos, e o facto de a ganância levar a pessoa a cobrar pelo falso aquilo que é o preço do genuíno. Mais tarde ainda, acabei por descobrir, por pessoas amigas, que um aparelho que eu lhe comprara, uns meses antes, me tinha, também, sido vendido a um preço inflac cionado, na ordem dos cem por cento. Ainda foi mais barato do que o preço que pagara pelo aparelho que perdera no processo de divórcio, mas em proporção, ganhou ele mais do que a empresa que dá emprego a bastantes trabalhadores. Estes indivíduos acabam por se safar porque ainda que levem muito caro, os preços deles saem ainda mais baratos do que os praticados pelas empresas. Agora, das duas uma, ou as empresas baixam os preços, acabando com esta concorrência desleal que, ainda por cima, não passam recibos, não aceitam cheques, ou outras formas de pagamento que possam denunciar a sua actividade, ou continuam a praticar os preços altos, alimentando este comércio paralelo que só os prejudica. Cabe às empresas decidir… e é tudo uma questão de preço, só!
Fátima Nascimento
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