opiniões sobre tudo e sobre nada...

Terça-feira, 23 de Setembro de 2008
A difícil arte de mudar…

Não sei se é só aqui, no nosso país,… não sei se é só agora. Mas há uns anos para cá que me tenho apercebido da dificuldade que existe em mudar seja o que for. Não falo de grandes assuntos, mas de pequenos. Mas imagino que, se nos pequenos assuntos é difícil, então nos grandes dever ser maior… ou talvez não. Talvez isto só se passe neste mundo singelo que é o nosso dia-a-dia. As pessoas, quando começam a trabalhar e se habituam a agir de uma maneira, têm certa dificuldade, perante uma pequena mudança, decidir qual a atitude correcta a tomar em determinada situação. E isto passa-se um pouco por todos os serviços com que tenho contactado. Lembro-me de casos simples de solucionar e o problema e os receios que esses mesmos casos simples levantavam antes de se resolverem. Lembro-me do caso das mudanças de residência dos alunos. Quando os alunos, durante o acto da inscrição, davam uma morada e a seguir, quando alguns papéis mais recentes chegavam às mãos dos directores de turma com outra, a indecisão em escolher a morada certa… Quando mudei de residência, informei os correios e alguns serviços dessa mesma mudança, e mesmo assim, a correspondência continua a dirigir-se para a morada antiga. É claro que, os novos inquilinos têm a paciência de a entregarem em casa dos meus pais e esta situação arrastou-se até há bem pouco tempo… e já me mudei há cinco! Agora, e mais recentemente, o caso das facturas da net. O meu antigo companheiro pediu factura electrónica a consultar na área do cliente. Já comuniquei aos serviços que, para mim, não pode ser assim e que me reenviassem a conta mensal pelos CTT, que pagaria no Multibanco. Esta mudança foi feita em Abril e escusado será dizer que, sempre que pretendo receber a factura a tempo e horas, tenho de telefonar para os serviços, reclamando essa mesma factura, de forma simpática, como sempre faço, explicando que não entendo a demora, uma vez que esse pedido já foi feito uns meses antes. A resposta é sempre a mesma: que a factura está na área de cliente onde a posso consultar, com todos os dados para efectuar o pagamento. Volto sempre a pedir que ma enviem pelos CTT, explicando que esse pedido já havia sido feito por mim, há alguns meses atrás. Depois, vêm as nefastas consequências: cartas ameaçando o corte se o pagamento da última factura não for paga! Para evitar mais gastos, e vendo a vida como ela está, o melhor será mesmo esperar por ela e evitar mais gastos… Mas o que me continua a intrigar é a dificuldade da mudança. Sempre que há uma escolha a fazer faz-se pela mais antiga, como é o caso das moradas, quando têm de decidir entre a mais antiga ou a mais recente, e quando se trata de modificações nos serviços, como é o caso da factura da net, após várias informações da minha parte, no sentido de mudarem a situação pré-existente. É desmoralizante… Será que a informação, dentro dos serviços, não fica registada ou não é passada? O que se pode fazer para mudar esta situação e evitar este problema? Talvez uma maior atenção seja o começo para a mudança no sentido certo…



publicado por fatimanascimento às 22:21
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Sábado, 3 de Maio de 2008
Objectivos ou pressão?

Não é sem um rasgo de espanto que ouvimos falar no que se passa em relação aos trabalhadores da ASAE, ou da PJ ou mesmo noutros serviços estatais. Os objectivos são bons para que não nos afastemos deles, seja em que trabalho for. O que me preocupa são os números tão claros, tão rigorosos… e, aparentemente, tão mal intencionados? Como é que se exige um determinado número de trabalhos a trabalhadores que têm uma responsabilidade muito grande, pois têm nas mãos o meio de subsistência de muitas pessoas, que realizem tais números de encerramentos, de coimas, etc.? Isto leva-nos a questionar a boa fé de quem decide tão claramente o que pretende de tais serviços. Objectivos ou pressão? Talvez os dois. Como objectivos sempre os houve, mesmo que não estivessem definidos no papel, esta súbita, e algo caricata, ordem parece ter mais a ver com pressão do que com os objectivos propriamente ditos. Para já, estes objectivos têm como consequência directa a pressão a que os funcionários públicos estão sujeitos. Um dia destes, uma pessoa, dentro de um dos muitos serviços estatais, sentada ao computador, desesperava, queixando-se que o sistema operativo informático não funcionava e, em voz alta, perguntava, algo irritada, como é que “eles” queriam que os objectivos fossem atingidos se o próprio sistema informático não funcionava? No que respeita ao serviço de investigação, estes têm de ser muito mais cautelosos para não cometerem erros, porque, e mais uma vez, está a vida das pessoas em risco. Por isso, esta ideia de impor um número determinado de serviços por pessoa foi feita por pessoas que não sabem o que é e como é trabalhar em determinados serviços com as condições que têm. Agora, há uma outra questão que me incomoda - Porquê esta súbita preocupação em apresentar serviço feito? Será que o governo pretende alimentar a sua máquina propagandística de forma a melhorar a sua imagem, tão desgastada, junto dos cidadãos, tendo em vista as próximas eleições? É que embora ainda falte algum tempo, o governo precisa desse mesmo tempo para reabilitar e não o vai conseguir fazer, pelo menos na totalidade. Uma das razões tem a ver com a falta de liberdade pessoal que essa pressão vem tirar junto de cada funcionário. Nota-se uma vontade muito forte por trás de cada decisão, uma pressão enorme da máquina governamental que faz lembrar outros tempos – os do medo.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 10:43
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Segunda-feira, 10 de Setembro de 2007
Ainda aquela falta...

Cada dia se torna mais difícil manter um emprego, pelo menos quando os problemas se avolumam, acabando na dicotomia - ou eu ou o emprego. Foi o que aconteceu comigo, após quase vinte anos de ensino. Ao longo destes anos todos, passei por muitas escolas, só repeti uma, e de todas guardo boas recordações e com todas tenho boas relações. Sempre encontrei pessoas dispostas a ajudar e a cumprirem bem com o seu trabalho, o que originava um bom trabalho de equipa e um ambiente óptimo. No ano passado, tive a triste ideia de pedir destacamento para uma escola mais próxima da minha residência e foi o que poderia ter feito de pior na minha vida, uma vez que, ali, fiz a descida aos infernos. Nunca me lembro de me sentir tão mal numa escola. Desde que para lá entrei, confrontei-me sempre com perseguições mais ou menos dissimuladas que acabaram, à falta de outros motivos, com uma falta injustificada. Sabendo que, depois desta falta, os problemas teriam tendência a agravar-se, se lá continuasse, resolvi pedir a rescisão do contrato que me ligava ao ME, no dia dois de Agosto de 2007. Em Setembro, a escola onde estava efectiva contactou-me dizendo que o ME tinha devolvido o meu pedido porque teria de ser dirigido ao Presidente do Conselho Executivo da escola a cujo quadro, eu pertenço, e que teria de pedir a exoneração do cargo. Reformulei o requerimento nos termos requeridos e enviei-o por correio. Acabou assim a minha relação de quase vinte anos com o ensino. Esta falta injustificada, que só me foi anunciada  dezassete dias depois, faz-me muita confusão. Nunca tal me aconteceu… e nunca pensei que tal me fosse acontecer, logo a mim, que sempre fui tão cuidadosa.

   No final do ano lectivo, já muito cansada, eu tentava passar a informação que estava no placcard dos exames do secundário, e não só, para a minha agenda. Primeiro a informação parecia que não entrava na minha cabeça e a que entrou, foi para emendar o que estava bem. No dia seguinte, cheguei atrasada ao exame. Muito aflita, expliquei o que se tinha passado ao Conselho Executivo daquela escola, a dificuldade que tivera em passar a informação e a confusão que fizera. Fui ao médico, nessa mesma manhã, e expliquei-lhe o que se passava. Exaustão, foi o diagnóstico. Para evitar arranjar complicações para a minha vida e a dos alunos, resolvi faltar aos exames e pedi um atestado que pensava que cobrisse o período até às férias que começariam a 16 de Julho. Outra confusão minha. Começavam a dezoito. De modo que o atestado ia só até 13 de Julho que era sexta-feira. Estava em casa descansada. Comecei as férias e, no dia dois de Agosto, o empregado da secretaria que trata das faltas dos professores comunicou-me que lhe chegara, naquele dia, uma falta minha injustificada do dia 16 de Julho. Depois de algumas trocas de telefonemas, para eu tentar descobrir o que sucedera, fiquei a saber que fizera mais uma confusão, e que as férias começavam só a dezoito. Fiquei arrasada! O senhor sugeriu-me que tentasse encontrar um médico que me passasse um atestado. Após dezassete dias da falta? Fiquei admirada com a sugestão. Seria gozo? Comuniquei-lhe que nesse mesmo dia iria pedir a rescisão do contrato (que não era rescisão!) como já expliquei anteriormente. Sempre me fez confusão esta falta… como é que dão pela falta só dezassete dias depois? Quem é que não fez bem o seu trabalho? O secretariado de exames, o conselho executivo ou o senhor que trata das faltas? Gostava de saber quem é ou são os responsáveis por esta falta comunicada tanto tempo depois. Nas outras escolas, os serviços comunicavam com os professores informando-os das faltas, poucos dias depois da data das mesmas, e lembro-me dos colegas agradecidos responderem que iam enviar atestado… como as pessoas fazem toda a diferença!



publicado por fatimanascimento às 15:30
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