opiniões sobre tudo e sobre nada...

Terça-feira, 9 de Abril de 2013
Segurança social vs seguradoras

A Segurança Social só poderá terminar quando se erradicar de um país a pobreza. Na crise que atravessamos, e com o desemprego que tende a piorar, o problema da saúde agudiza-se: taxas moderadoras, pagamento de exames realizados, medicamentos… de outro lado há salários a diminuírem, impostos a aumentarem, preços de bens essenciais a seguirem o exemplo do fisco… o panorama não é nada famoso. As pessoas eleitas pelo povo e que deveriam servi-lo são precisamente os que o exploram a favor de interesses alheios. Socialmente, estamos de rastos e o cenário vai piorar com medidas medíocres que nada resolvem. Ainda assim, recebo, na minha caixa de correio eletrónica, convites para cartões de saúde que, em tudo, me levam a crer que servem para afastar as pessoas da Segurança Social a que têm direito pelos descontos realizados para ela, pelo menos enquanto trabalharam. (A propósito, já ouviram falar do buraco financeiro encontrado nela quando descontamos mensalmente sem falta?) Se assim for, estamos a ser “espertos”. Estamos a imitar um país que toda a gente gosta de admirar, naquilo que mais o assemelha a um país do terceiro mundo: a falta de segurança na saúde. Alguns presidentes, dando-se conta da necessidade dos mais pobres, tentaram implementar um sistema parecido ao da nossa Segurança Social. Nunca percebi se conseguiram lutar contra a má vontade dos grandes interesses financeiros. Um dos filmes que tive oportunidade de ver dava conta disso mesmo: os mais pobres eram assistidos em ambulatórios onde técnicos de saúde trabalham gratuitamente para os mais pobres. Isto não lembra um país de terceiro mundo?

Com a crise que atravessamos, se já havia pouco dinheiro, agora os cinco euros mensais pedidos pela seguradora são impensáveis. Nem as consultas de especialidade estão acessíveis. Só se houver no hospital, e para quem possa pagar os imensos vinte euros de taxa moderadora, com tudo o que vem a seguir ainda por cima. Aqui, começa o desespero aliado à automedicação. E se algo corre mal, tenta-se sempre culpar o lado errado, nunca o governo que tomou as medidas responsáveis pelas medidas desesperadas. Os culpados são sempre os mais diretamente envolvidos. A inteligência, quando não a há, tem de se ficar pela esperteza.

Talvez devêssemos deslocar os nossos olhos para outros exemplos que poderão tornar mais credíveis e bem vistos enquanto país. Há países onde a saúde é paga pelos pacientes mas os salários destes dão para cobrir esses gastos e para mais. Não é como aqui. Há uma política inteligente, com objetivos. Não é como aqui onde se limitam a tapar buracos para abrir outros iguais ou ainda maiores. Se temos de imitar, por que não imitar os melhores? Cada pessoa imita a política que melhor reflete a sua maneira de encarar o mundo. Neste momento, acho tudo muito assustador. Lembramos mais um país africano do que europeu… e a culpa também é do povo que vota em pessoas cuja maneira de pensar em nada defende os seus interesses! Também não sei se há alternativas credíveis. Mas como diz o título de um livro de artigos (penso eu) do Miguel Sousa Tavares “A história não acaba assim”. Eu espero bem que não…



publicado por fatimanascimento às 17:44
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Quarta-feira, 21 de Maio de 2008
Seguradoras

 

Já tinha ouvido falar muito de seguradoras e, na maioria das conversas, mal. As pessoas queixavam-se sobretudo do incumprimento, lamentando-se que elas estão sempre prontas para receber o dinheiro mas, quando chegava a altura de pagar, levantavam todo o tipo de problemas. Alguns profissionais do ramo, reconheciam que, infelizmente, havia muita situação dessas, o que eles lamentavam, porque acabavam por denegrir a imagem do ramo. Eu, pessoalmente, nunca tinha tido problemas desse ou de outro tipo com seguradoras, até me deparar com uma situação algo caricata.

Aqui há uns tempos atrás, um amigo meu africano, à frente de uma instituição de solidariedade social, criada com muito trabalho e com o apoio financeiro de alguns beneméritos do país, recolhia crianças da rua, de todas as idades, procurando dar-lhes a protecção e a formação necessárias para que eles, já adultos, pudessem arranjar um emprego. A planta do edifício da futura escola estava delineada, faltava um projecto educativo para ele. Era aqui que entrava eu. Na altura, combinámos uma vinda a Portugal, para combinarmos tudo. Como a miséria e a corrupção são grandes no seu país, assim como em toda a África, (ao que parece), eu tratei de tudo aqui. Uma das condições para a vinda do meu amigo, era um seguro que só poderia fazer em seguradoras que tivessem filiais no país dele. Havia duas. De uma delas nunca tinha ouvido falar mas a outra era bem conhecida. Procurei a localidade da agência, onde poderia tratar de tudo, e fui até lá. Para meu espanto, foi-me dito que eu teria de ser cliente da seguradora para fazer esse seguro. Eu já tinha seguradora e estava contente com ela, conhecia as pessoas… Seguro de vida? Eu já tinha seguro de vida do mesmo ramo. Pois, mas pela política da empresa, eu tinha de ser cliente, para conseguir o que queria e ter um seguro do mesmo ramo. Lá me encontraram um seguro de vida, à minha medida, que eu teria de pagar, obrigatoriamente, durante quatro anos. Nós nunca sabemos quando poderemos necessitar de um seguro destes, uma vez que não temos a vida ou a saúde nas mãos, mas o que não me agradou foi o facto de me ver obrigada a fazer um seguro que eu não queria nem podia fazer, uma vez que já tinha despesas q.b. na minha vida, e não tive alternativa. Senti-me presa numa armadilha, sem saber como sair dela. A revolta sentida foi grande. Como era possível acontecer uma situação destas? Não poderia simplesmente arranjar este seguro pontual de que necessitava o meu amigo e ir embora tranquilamente? Eu pergunto-me ainda se este tipo de política seguida por esta seguradora, será universal ou se é mesmo só desta dela. É claro que a imagem dela ficou danificada e, logo que puder, mudo.

Mas nem tudo foi mau, uma vez que consegui, dentro da mesma agência, encontrar um seguro automóvel mais barato. Foi o modo que encontraram os mediadores, também eles presos esta regra, de encontrar uma forma de não prejudicar muito a imagem da seguradora que representam.



publicado por fatimanascimento às 08:56
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Quinta-feira, 21 de Fevereiro de 2008
Invenções e reformas num país indiferente

Sempre me confrontei com casos de pessoas competentes que fizeram propostas de reformas que ficaram esquecidas na gaveta. E são imensas… Lembro-me por exemplo, de uma professora minha de Latim, que fez uma proposta de reforma do curso de clássicas, aqui há uns anos atrás, e que não teve melhor aceitação do que o esquecimento dentro de uma gaveta. Ela sabe, pela experiência que tinha no ensino das mesmas, o valor daquela reforma, mas, inexplicavelmente, e como acontece a alguma criação de valor realizada neste país, nunca conhece a luz do dia. O que aconteceu ao documento? Provavelmente estará ainda dentro dessa gaveta ou arquivado (o mesmo é dizer esquecido!) nalgum lado e substituído por outro de origem estrangeira. Este é só um exemplo retirado de um grupo de muitas outras situações iguais ou parecidas. Hoje, deparei-me com uma outra. Nós somos um país muito vulnerável a actividades sísmicas e a cheias que deixam sempre um rasto de destruição atrás delas, (para já não falar noutras!). As cheias, que são mais ou menos periódicas, pela sua frequência e pelos estragos que deixam atrás de si, e já que o saneamento dessas águas é precária, em alturas de chuvas abundantes, há que dar atenção à protecção da vida e bens das pessoas e também há que pensar em contar com estas calamidades, quando se projectam novos arruamentos… Ora, uma vez que nada disto ainda é feito, limitando-se as pessoas que projectam e realizam a cumprir a malfadada lei, que só prevê umas sarjetas de tantos em tantos metros, ou o diâmetro das condutas que, nas alturas das calamidades, a água é tanta que, ao não dar o escoamento necessário a tanta, (até as tampas das mesmas se levantam, deixando sair a água que se vai juntar àquela que ainda não foi escoada), aumentam o volume das águas nas estradas, com todo o perigo que isso acarreta. Não havendo soluções nesta área ou vontade de realizar as modificações necessárias, há que avaliar outras soluções. Uma das soluções passaria por uma invenção levada a cabo por um senhor do Fundão, que recebeu uma medalha de prata no salão de invenções de Genebra. Pela distinção que mereceu em tal certame, é porque a invenção é válida e foi testada. O que me entristeceu é saber que não houve ninguém ainda que se interessasse por tal invenção, neste país, e então pergunto-me do que estão à espera. Se olharmos aos estragos a quem interessaria prevenir tais catástrofes? Decerto que às seguradoras e ao governo, se olharmos ao dinheiro que poupariam com a protecção dos bens das pessoas seguradas que não se importariam de investir num projecto deste tipo, para salvar os seus bens. Para além daqueles dois organismos, não haverá ninguém ligado ao sector privado interessado em investir? Olhando ao péssimo saneamento que temos, dava jeito a muito boa gente… Ah, e já agora, muitos para bens ao inventor. Precisamos de pessoas como o senhor… não desanime!



publicado por fatimanascimento às 15:53
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