opiniões sobre tudo e sobre nada...

Terça-feira, 9 de Março de 2010
Bancos e juros

Não ligo muito às notícias. Não espero nada de novo. Nenhuma medida arrojada e justa capaz de lidar com a situação de crise que se vive. Tudo velho, tudo previsível. A única notícia que verdadeiramente me espantou foi a relacionada com Caixa Geral de Depósitos, os ordenados e os juros das contas dos depositantes. O que há de comum entre os três? Sou uma leiga, mas imagino…

  Quando o governo tomou a medida de congelar os salários, a C. G. D. mostrou vontade de constituir uma excepção, pensando pedir ao governo que a tire dessa medida. Fico contente. É sinal que a instituição bancária conhece um bom momento em termos financeiros que a torna uma ilha segura no revolto oceano de crise. É capaz de assegurar o aumento de salários sem prejuízo para si. Achei extraordinário, mas aceitei. Hoje de manhã, quando me dirigia para o trabalho, ouvi a notícia da possibilidade da diminuição do juro das contas dos clientes daquele Banco. Quando cheguei a casa da minha mãe, lá estava a carta anunciadora da possível descida dos juros. Sempre era verdade! Fiquei confusa. Então a instituição não está a passar por um momento económico bom? Não pensam inclusive em aumentar os salários dos seus empregados? Então como se justifica esta mexida nos juros das contas dos clientes? Não posso deixar de pensar que poderão as três poderão estar relacionadas. Para aumentar os salários, a instituição tem de ir buscar o dinheiro a algum sítio para cobrir aquela despesa. Não serão os juros das contas dos depositantes os sacrificados? Todos já percebemos que a crise é só paga por alguns. Só alguns se sacrificam realmente em nome da crise ou seja lá do que for, pagando de todas as formas possíveis e imaginárias. Esta situação não será uma delas? Não estarão a fazer aquilo que sempre devem ter feito: a mexer no dinheiro que não lhes pertence ganhando em função daquilo que lhes apraz? Não foram abusos como estes que nos mergulharam na crise que involuntariamente nos vemos obrigados a viver? Quando vão parar estas situações? Quando se encontrar uma alternativa às instituições bancárias ou quando mudar a mentalidade daqueles que administram quantias inimagináveis de dinheiro sem serem atingidos por aquela sede gananciosa que lhes cria falsos pretextos para abocanhar aquilo que não lhes pertence? Será que o país ganha realmente com atitudes destas? Como estas situações se poderão certamente multiplicar por milhares, ganhará o mundo ou a própria humanidade com este tipo de acções?



publicado por fatimanascimento às 09:20
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Quarta-feira, 7 de Maio de 2008
A crise alimentar mundial e as repercussões no povo

Não saímos ainda de uma crise e já está anunciada outra, mais negra, uma vez que tem a ver com a subida dos preços dos bens essenciais. Como continuamos ainda dependentes dos cereais importados, pois ainda não somos auto-suficientes na sua produção, isto é, não produzimos o suficiente para o que consumimos, estamos, mais uma vez, encurralados - vamos ter de pagar mais caros os alimentos. Se juntarmos a este problema mais alguns como o desemprego, aumento do petróleo e seus derivados, o excesso de endividamento das famílias de classe média, as altas taxas de juro, a electricidade caríssima, impostos altos, vemos que o panorama é negro. O que me faz impressão, é que ninguém parece ter previsto esta situação com antecedência, ou se alguém a previu, nada fez ou já não foi a tempo, ou deixou acontecer. Se voltarmos a uns anos atrás, quando tínhamos ainda excesso de um pouco de tudo, por exemplo da produção e leite, o que levou produtoras a ir para a rua dar paletes de leite que não tinha escoamento, devido à quotas impostas da comunidade europeia, agora, não temos para as necessidades e o que temos é caro. Não se entende. Ora, com o encarecimento dos bens essenciais, e olhando aos ordenados que temos e aos problemas já atrás mencionados, depreende-se que a vida, daqui para a frente vai ser ainda mais dura. Se o dinheiro tem de dar para tudo, para as obrigações financeiras, para o gás que cozinha os alimentos, a gasolina para o carro que nos leva ao emprego, (para quem ainda tem!) na falta de transportes públicos e que nos levam a maior fatia dos ordenados, os infantários que são pagos a peso de ouro, para os pequenos, porque os estatais não têm horários compatíveis com os empregos dos pais, etc., está a ver-se onde se vai tentar poupar, ou melhor, está-se a ver que, com os ordenados que existem, não sobra nada ou quase nada para a alimentação. Como os cereais são a base de uma boa alimentação, não sei como vai ser… Sendo a alimentação a base de um corpo saudável…com a fome que já se faz sentir e as doenças que julgávamos, não erradicadas mas, pelo menos, controladas, e que parecem estar novamente a espalhar-se, como parece ser o caso da tuberculose, não sei onde vamos parar…

A reforma agrária não chegou a este país, mas, quando olho para as grandes superfícies cultivadas com girassóis, penso, com ironia, que se salvam aqueles que têm pedaços de terra cultivados com cereais, que os devem guardar para consumo próprio.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 14:27
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