Estamos num país onde se está a perder todos os direitos democraticamente adquiridos depois do 25 de Abril. É por esse motivo que eu não acredito em revoluções, mesmo naquelas onde a violência foi poupada! É nas mentalidades que temos de apostar e essas... levam séculos a mudar e outras há que não mudam mesmo, só aparentemente! Depois, passados uns anitos, depois de se deixar acalmar os ânimos, e adormecer os ideais, volta-se à carga! Colocam-se no poder pessoas novas com ideais antigos, (para já não falar de outros aspectos também importantes e decisivos no que respeita a quem nos governa e respectivos grupos de apoiantes e clientalistas que, depois da eleição, assumem qualquer cargo desconhecido, bem remunerado, claro está), tudo isto faz com que caminhemos para trás nos direitos já conquistados! Tudo se resume a uma única visão do mundo, da sociedade, do poder, etc.. Nota-se que a tentativa de controlo total é uma realidade, e não me venham com as desculpas dos abusos... sempre os houve e sempre os haverá... e isso não justifica a tentativa de transformar o poder numa polícia secreta com o intuito de saber tudo sobre todos! Deste modo, acaba-se a sociedade de direitos para se transformar numa sociedade só de deveres, com todos os abusos incluídos, só que, desta vez, da parte de quem governa e respectivo clientalismo. A célebre expressão muito usada aqui há uns anos atrás "Big brother is watching you", parece adaptar-se perfeitamente à sociedade em que vivemos actualmente. O cidadão, se conquistou um horário de trabalho com menos horas, vê agora essa mesma mancha horária alargada por ordem de quem parece não saber o que é família e as obrigações que se devem ter para com ela ou da necessidade de descansar para voltar ao trabalho com as forças restabelecidas, tanto físicas como anímicas; se um trabalhador adoece, só os médicos do Sistema Nacional de Saúde parecem ter conhecimentos académicos para atestar essa mesma doença; ora, os trabalhadores que auferem de salários pequenos e médios, é a esses que recorrem porque não têm dinheiro para pagar consultas caríssimas e os medicamentos que compram são os genéricos... então o que pretende o governo com o novo decreto-lei nº 181/2007 de 9 de Maio? Controlar melhor as faltas dos trabalhadores ao emprego? Acabar com o negócio particular que já se tornou a medicina? Então porque é que qualquer médico pode atestar o internamento de um doente? Dá jeito porque os hospitais públicos não conseguem diminuir as listas de espera de doentes que desesperam a aguardar uma operação? Caros governantes, numa sociedade de direitos onde só quem tem dinheiro pode escolher... este decreto e outras medidas seriam escusadas, mas o que me revolta é o "ter de" porque gosto de sentir que tenho alguma liberdade de escolha!
Mais recentemente houve outra notícia que me chocou: as entidades empregadoras têm de fazer chegar ao poder central o número de faltas que os trabalhadores dão por motivo de greve... ora, porque é que o governo tem de conhecer o número de faltas dadas por um trabalhador por motivo de greve? Não acham que estão a querer saber demasiado? Ou até esse direito já perdemos? Onde está a liberdade individual? O que vão tirar-nos a seguir? Eu já sempre esperei tudo dos políticos e não me posso esquecer que são eles os governantes! Não é verdade? Não podemos separar os dois aspectos... pelo menos não convém. São governantes mas antes já eram políticos, continuam a sê-lo durante a governação, e sê-lo-ão a depois dela... é como uma segunda pele!
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