Para além de serem sempre as mesmas caras, algumas das quais, e ao contrário do que muitos possam pensar não deixaram boa impressão. Talvez isto explique, em parte, a abstenção que continua a “ganhar” eleições. A indiferença perante um acto que elege pessoas que nada nos dizem, cada vez é maior. A surpresa veio do primeiro-ministro que, ao aceitar aparentemente, a derrota afirmou a sua determinação em lutar para as próximas eleições. Talvez fosse uma mensagem para as pessoas do seu partido ou para o eleitorado que ele julga estar insatisfeito. Uma questão, desde logo, me assaltou o espírito: Por que é que os políticos só se lembram de trabalhar durante as campanhas? Não é isso que os mantém no poder: é o seu desempenho como governantes. A ideia que as pessoas têm dos políticos é o de pessoas que querem um “tacho”, encontrando nesta ampla via um meio para o enriquecimento fácil. Não é de pessoas assim que o país precisa nem é de pessoas assim que o povo precisa. Precisa de pessoas que sabem o que fazem e não que entram no poder pela sua capacidade de convencer o próximo. Estas pessoas sabem convencer mas poucas vezes têm a razão do lado delas. Não podemos viver de aparências sem corrermos o risco de naufragar, até como país. O aparecimento de caras novas faz-nos também desconfiar que seguem o rasto do que lá passaram antes deles e aprenderam a pior lição. Estará a democracia em perigo? Se olharmos a indiferença dos cidadãos perante uma classe política amplamente desacreditada, em que tudo aquilo que parece dizer respeito ao povo é olhado com indiferença, não admira que os eleitores os olhem já também com descrédito. Mais do que nunca as pessoas perceberam que devemos olhar à pessoa que está por trás do político e não ao cargo que ocupa. Cada vez mais esta nos surpreende pela negativa. Logo, o risco é grande. Pergunto-me até que ponto a democracia não será uma fonte de cargos para uma clientela política e não passa disso mesmo. Talvez isto explique o marasmo em que o país caiu e que se reflecte no desânimo popular. O senhor primeiro-ministro vai-se voltar para aqueles que perderam tudo e, à semelhança de Obama, vai imitar o optimismo daquele, esquecendo-se de que não é ele. Vai também ele vomitar esperança, para as pessoas, depois das eleições, perceberem que elas não passaram de meios para ele atingir o poder e que tudo continua na mesma. Quem ocupa o poder não tem soluções. Como eu costumava dizer aos meus alunos que ficaram pelo caminho escolar, eles têm mais imaginação para resolverem problemas que aqueles que ocupam altos cargos. Porque não é só conhecer, é preciso imaginação. Depois, a posição dos políticos apontando o dedo aos aparentes responsáveis pela perda da maioria, indicando as classes profissionais responsáveis, segundo ele, pela perda de maioria, revelando despeito, não os fez cair nas boas graças de ninguém. Penso que ainda há liberdade para escolher as cores políticas sem que sejam apontadas armas… ou a liberdade não existe?
Fátima Nascimento
Sempre defendi que se pode fazer tudo, mas que nada se pode fazer contra a má vontade. E, como não poderia deixar de ser, é verdade. E esta realidade aplica-se a tudo. Para quem trabalha directamente com material humano sabe disso. As escolas não são excepção. Sobretudo nas substituições. Ninguém é insubstituível? Algumas pessoas são, outras não? O que sei é que as pessoas de que realmente gostamos são insubstituíveis. Esta é uma realidade universal. Não quer isto dizer que algumas pessoas são melhores naquilo que fazem do que outras, o que acontece é que todos somos diferentes e sentimos mais inclinação para umas pessoas do que outras. Estou a lembrar-me de uma colega que me contou um caso passado indirectamente com ela. Ela estava, há já alguns anos, a leccionar numa escola situada a mais de cem quilómetros da sua residência e teve oportunidade de, a meio do ano, conseguir emprego num hospital, substituindo outra colega. Ainda lá se encontra. Como se foi embora, outra colega veio, por sua vez, substituí-la. A relação entre os alunos e a nova professora estava longe de ser boa. Esta esforçava-se ao máximo, mas não parecia ser suficiente. Cansada de tanto dar, sem nada conseguir receber em troca, ela dispôs-se a falar com os alunos, numa desesperada tentativa de conseguir perceber qual era o problema. As comparações com a antiga professora foram inevitáveis. Não, não, reconheciam os alunos, a outra professora até nem fazia metade do trabalho que ela fazia, mas tinha aquela coisinha… Tratava-se do aspecto afectivo. Eles estavam muito ligados à outra professora e não se conseguiam despegar desse sentimento. Habituados, há muito, ao seu método de ensino e à sua maneira de ser, eles estranhavam, agora, aquela estranha que nada tinha a ver com a outra. Tratando-se de adolescentes, e sendo bastante levados pelo sentimento, eles têm dificuldade em entender que, independentemente do sentimento que os ligam aos docentes, eles estão na escola para aprenderem e que se derem uma oportunidade aos novos, a afeição que havia antes, poderá ser reabilitada e o trabalho bem mais agradável e com maior sucesso. E, sobretudo, eles precisam de compreender que ninguém quer substituir ou deve substituir alguém nos corações deles. O que têm é de respeitar o docente que têm à frente quer gostem ou não dele. Ninguém criou aquela situação por prazer mas já que ela surgiu, terão de lidar com ela da melhor maneira. E fazer-lhes compreender isso?
Os meus pais nunca quiseram comprar fosse o que fosse a prestações. Juntavam dinheiro e, quando tinham a importância necessária, investiam-na então nessa compra. Não está mal visto. Eu, pessoalmente, nunca tive problemas até há bem pouco tempo. Comprei o carro em 2004, e comecei a pagá-lo ainda nesse ano. Passado um tempo, mudei de casa e tive de abrir outra conta na nova dependência do meu banco, desactivando a outra. A quantia debitada, todos os meses, naquela data, pelo sistema de débito directo, processou-se sem problemas até ao passado mês de Julho. Aqui, inexplicavelmente, o dinheiro deixou de ser levantado. Estamos em Setembro, e ainda não levantaram a quantia. Neste passado Sábado, recebi cartas da financeira, (trazidas pelos senhores que me compraram a outra casa) acusando o atraso dos pagamentos e os respectivos juros de mora. Ora, eu, que nada tive a ver com tal fenómeno, vejo-me envolvida numa embrulhada da qual não sei bem como sair. A minha reacção imediata foi a de me dirigir ao meu banco, explicar a situação e pedir ajuda na resolução do mesmo. A primeira atitude tomada pelo meu banco foi a de conferir o saldo da minha conta nas datas do débito, e, de todas as vezes, havia saldo para o débito. Telefonei à financeira expondo o problema. Lá disseram-me que o meu banco acusara falta de provisão na conta. Confrontadas as contas, verificou-se que estavam, desde Julho a tirar dinheiro da outra conta já antiga, que estava já desactivada. O que é que correu mal desde Julho até agora? Sim, porque o dinheiro foi sempre levantado até Junho sem problemas… O que terá corrido mal, então? Não sei… nem a financeira, nem o meu banco sabem também explicar o que aconteceu. O que é certo é que eu tenho duas prestações em atraso, acrescidas de juros de mora, e eu não tenho culpa absolutamente nenhuma no que aconteceu. A financeira recusa-se a renegociar estas prestações, remetendo tudo para uma outra firma que trata dos pagamentos em atraso! Resumindo e concluindo, é pagar e não protestar. Sempre me lembrei de levar o caso a tribunal, mas iria gastar muito mais dinheiro, para não falar dos aborrecimentos que iria ter… e assim se vão safando os culpados! A penalização cai sempre sobre o desprotegido cidadão anónimo. Como me dizia um senhor meu conhecido a quem aconteceu uma situação idêntica, “tive de pagar ou teria o meu nome sujo no Banco de Portugal”! E assim se vai vivendo neste minúsculo canteiro a que chamamos país - com medo!
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