Ouvi na rádio e quase não queria acreditar naquilo que ouvia! Pela primeira vez, e depois de muito batalhar na ideia de que a igreja tem de acompanhar a evolução dos tempos, socialmente falando, o Bispo de Viseu veio publicamente anunciar a sua determinação em conseguir isso mesmo. Confesso que já tinha perdido a esperança que, alguma vez, alguém dentro da igreja tivesse a coragem de tomar essa posição. A situação era tal que confesso que esperava mais uma espécie de fundamentalismo do que abertura, por parte da nossa igreja. Depois, os raros diálogos estabelecidos com alguém meu conhecido, ainda novo, também pertencente à igreja, deram-me também a impressão disso mesmo. Confesso que já perdera a esperança chegando mesmo a abandonar, de forma irreversível. A ideia que tenho é que há muito de igreja na filosofia da sua conduta e pouca mensagem de Jesus. E não sentindo Jesus nela, nada, para mim, faz sentido. Posso dar exemplos que confirmam isso mesmo, mas será necessário? Todos nós já conhecemos a posição discriminatória da igreja relativamente a alguns assuntos sociais. Eu questiono-me sobre o que Jesus faria se estivesse no lugar desta igreja tão alheada da realidade social e a perder o passo na marcha do tempo. É claro que a resposta que encontro, no meu coração, em nada favorece esta actual igreja na qual já pouco me revejo. Respeito-a, embora discordando com quase todas as posições sociais que ela vem defendendo. O que aconteceu, na evolução desta, para haver este fosso actual entre igreja e sociedade? À igreja cabe o papel de apoiar e não de julgar.
Não sei o que o Bispo de Viseu tem em mente, (nunca o vi!) mas, para já, a sua posição é bastante inteligente e corajosa. Resta saber se a sua amplitude de visão dá para abarcar mesmo todos os aspectos sociais. Depois, olhando para uma igreja toda ela hierarquizada, (quando o maior papel, e único, deveria ser só o de padre!), pergunto-me até quando esta posição se conseguirá manter de pé, sem que alguma posição de força a venha subtilmente tentar subjugar. Vamos a ver se esta abertura não tem a mesma sorte da curta e célebre “Primavera de Praga”!
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