O mundo parece dividir-se entre aqueles que têm contacto e aqueles que não o têm. Depois, há aqueles que, para além do contacto, têm espíritos e aqueles que só têm o contacto, isto é, aquelas pessoas que vêem e falam com eles. Finalmente, há aqueles que não têm contacto, mas que sabem que esse mundo dos espíritos existe, pois os pais ensinaram-lhes isso e há aqueles a quem os pais optaram por não falar. Depois, há aqueles indivíduos que têm espíritos com eles, mas que não têm contacto com eles. Eu estou inserida no último grupo. Sempre tive grandes e bons espíritos que me acompanharam, e dos quais nunca tive consciência, pois esse mundo havia sido vedado à minha educação, por escolha dos meus pais, mais da minha mãe. Apesar da ignorância em que estava imersa, e das atitudes mais absurdas com que me deparava sempre tocava em tal assunto, eu sempre tive consciência, (sempre senti) que tinha algo que outros cobiçavam ou usavam. Mais tarde, alguns familiares contaram-me tudo, e estou-lhes eternamente agradecida pelo terem-no feito. Modificou alguma coisa na minha vida? Não! Mas deu para entender muitos acontecimentos maus que ocorreram na minha vida, e para os quais eu não tinha explicação. Nada beneficio ou beneficiei com a presença desses espíritos, sobretudo de um, o maior que tinha (tenho) comigo e que todos consultam menos eu. O que me deu sempre muita raiva, foi a má utilização que lhe deram, no sentido de me prejudicarem. Desde pequena que algumas vizinhas de infância começaram a limpar a minha memória daquilo que elas viam que iria constituir um momento grande na minha vida. Na minha vida adulta, muitas outras pessoas ligadas à minha profissão (ou não), continuaram o mau trabalho que elas iniciaram, prejudicando-me para que não conseguisse o êxito, que sempre ignorei, mas que elas haviam descoberto, algures, no meu futuro. Embora me tivessem vedado esse mundo, ele esteve sempre presente no mal que me foram fazendo ao longo da vida. E houve muito. Mais do que a imaginação ou o conhecimento de muitos pode atingir. Sei que vou continuar a ser perseguida pelo tal mal, toda a minha vida, uma vez que os predadores nunca se cansam ou fartam. Então aqueles que, para além do contacto, têm espíritos com eles, nunca vão parar, pois raros são os espíritos que por aí andam e que sejam boa índole. Se assim não fosse, estariam no céu. Depois, enquanto os fins justificarem os meios, estamos todos sujeitos ao mal. Ao longo da minha vida, fui também tomando conhecimento de casos que começaram por ser de inveja, para acabarem quase com a vida das pessoas invejadas. Muitas delas foram socorridas por pessoas que dedicam as suas vidas a curar esse tipo de males e que merecem mais consideração pelo benefício que trazem aos outros. É claro que há aldrabões em todas as profissões e neste caso também os há, e é preciso estar atento a isso, mas se ignorarmos estes, acho que todos reconhecem a boa causa a que estas pessoas anonimamente se dedicam. Eu tive a oportunidade de conhecer algumas, e de provar o bom trabalho que realizam na ajuda ao próximo. Agora, uma maneira de minorar, (já não digo acabar, porque isso está só nas mãos de Deus), seria falar abertamente, sem tabus, destes assuntos, porque quando dizemos que essas “coisas” não existem, ou que não acreditamos, estamos a pactuar com o mal, porque quem não sabe dos males provocados pela via espiritual, não se sabe defender deles nem procurar pessoas acreditadas que as possam ajudar, e, dessa forma, estamos a pactuar, consciente ou inconscientemente com o mal. A neutralidade, neste campo, não existe… E eu que o diga, ou os meus filhos que têm sido também grandes vítimas…
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