opiniões sobre tudo e sobre nada...

Quinta-feira, 18 de Setembro de 2014
Empregos e crise (e sem ela!)
Despedimentos, rescisões amigáveis… tudo parece ser a arma indispensável ao combate à crise. Ora, os postos de trabalho estatais que directamente lidam com o público em geral parecem ter falta de pessoal, então onde está o problema?
Todos nós já percebemos que o Estado tem um enorme número de empregados. Todos sabemos já que os gastos com estes funcionários públicos são enormes. Muitos são necessários ao bom funcionamento da administração pública. Então onde se devem fazer os cortes?
Muitos de nós recebemos em casa e-mails denunciando casos de abuso por parte de pessoas ligadas directa ou indirectamente à política. Sabemos de casos ligados, não aos postos de trabalho anteriormente apontados que lidam com o público em geral, directamente à administração de empresas públicas. Percebemos, quem leu os e-mails, que aquela está carregada de pessoas dispensáveis ao serviço que ganham muitas vezes mais que aqueles que são necessários ao bom funcionamento dos serviços. Ora, os cortes são feitos ao contrário, deixando os diversos serviços em dificuldades. Nem os serviços ao público funcionam bem, apesar dos esforços e boa vontade (e acredito que haja), nem estes cortes diminuem significativamente o défice dos orçamentos. Todos já percebemos onde se devem fazer os cortes, para que haja uma maior igualdade e justiça sociais. Então por que não os fazem?
E não há um só lado culpado nesta situação. Os culpados somos todos. Os que favorecem os amigos e familiares colocando-os em cargos apetecidos e monetariamente bem remunerados e os que, sabendo disto, nada exigem. Continuam a ser explorados, maltratados, espezinhados e nada fazem. As vozes unem-se num silêncio constrangedor que se traduz numa cumplicidade involuntária ou voluntária. O que podemos fazer? Exigir dos governantes, velando para que se mantenham no bom caminho. Mostrando que não concordamos e percebemos o que se passa e não concordamos. Exigindo maior transparência nas contas públicas e a prestação de contas a todos os contribuintes. Responsabilizando os dirigentes governamentais pelos erros de gestão. Ninguém está acima de ninguém. Todos temos de ser responsáveis pelos nossos actos, não só os mais desprotegidos socialmente. Enquanto tal não acontecer, nada vai mudar. E, repito, todos somos responsáveis!
A manifestação/contestação não é violência, ainda que muitos que se introduzem nelas com más intenções tentem desacreditá-las. Há lá muita gente realmente indignada com os abusos governamentais. E esta indignação é suprapartidária. É humana. É geral. É real. Queremos a democracia mas uma democracia responsável, de pessoas íntegras.


publicado por fatimanascimento às 07:42
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Terça-feira, 1 de Novembro de 2011
Política versus Justiça

Não é só em Portugal que se observa este fenómeno. Todas as pessoas se lembram dos casos esquisitos que envolveram o nome do ex-primeiro ministro, José Sócrates. Todos eles não resultaram em nada. Todos se lembram do caso das escutas que foram destruídas e que, supostamente, incriminavam o então chefe do governo. E todos nos lembramos como estes casos não foram além do escândalo, porque a nível judicial, não teve qualquer desenlace. E o mesmo parece acontecer com todos os casos envolvendo nomes da política. Não se sabe bem como conseguem fugir ou contornar a justiça, mas há forças escondidas que parecem conseguir tudo e mais alguma coisa. Serão provavelmente pressões vindas de algum lado. Não se sabe. Mas o que é certo é que nunca acabam por assumir a responsabilidade seja do que for. A justiça parece impotente perante alguns nomes políticos. Não funciona! O que torna a autoridade judicial completamente obsoleta, a partir de um certo nível sócio-económico e político. Toda a gente tem consciência disso. Basta ouvir com atenção as conversas populares para se perceber que o povo não é parvo. Ora, isto existe também noutros países europeus e, não vamos ser ingénuos ou cépticos, existe no mundo inteiro. E não é um fenómeno actual, tem antecedentes históricos. E o caso mais recente é o da França, onde as suspeitas recaem directa ou indirectamente sobre o actual presidente francês, Nicolas Sarkozy. E não são poucas! Já o nosso povo diz, e com razão, “zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades” e aqui este provérbio assenta bastante bem. De facto, houve sempre suspeitas, mas os entraves à justiça e à investigação não deram os frutos desejados. E há um pouco de tudo se olharmos atentamente ao seu “entourage”. Mas, conforme damos conta, tudo se resolve com o afastamento do prevaricador, sem que nada mais lhe aconteça. Refiro-me ao desvio de fundos realizado por um dos seus colaboradores mais próximos. O “processo Karachi” que nunca chegou a conclusão alguma e não foi por falta de vontade da justiça… o caso “Clearstream”… o caso “L’Oréal”… todos eles ficaram sem conclusão! Uma das formas de obstruir a justiça é classificar o caso de “ultra-condidencial”. Só as escutas telefónicas puderam incriminar os envolvidos assim como as denúncias, algumas delas com provas, entregues por duas mulheres em pleno processo de divórcio que se revoltam contra os ex-maridos, incriminando-os. Também algumas declarações vieram colocar pôr em causa os seus colaboradores uma vez que auto-denunciavam o conhecimento de informações que deveriam estar sob segredo de justiça. Outro colaborador do presidente, com medo de ser entalado pelos colegas, já disse que se limitou sempre a cumprir ordens… e algumas vieram directamente, e ao que parece, do próprio Sarkozy. Bem, por agora, todos os colaboradores mais chegados de Sarkozy (terá escapado algum?) estão sob investigação. Mas o que já encontraram foi o informador do jornal Le Monde que foi enviado para os confins da Amazónia francesa. Quem se dará ao trabalho de o procurar para o interrogar? E se o encontrarem, dar-se-á ele ao luxo de falar, mesmo sabendo que pode sofrer represálias ainda piores do que como aquela sua súbita transferência? Aliás, se ele concordou com a mudança de local é porque aceitou as condições impostas por alguém que se sente traído. A justiça é lenta mas a justiça política é rápida e eficaz!

Resta saber como vão terminar estes casos de corrupção declarada… Será que alguém ainda acredita na justiça, quando a política tratou de a tornar um órgão de poder obsoleto para certas classes cúmplices que se apoiam incondicionalmente? Ou os órgãos judiciais arranjam forma de se moverem nos intrincados tecidos políticos ou estão sujeitos ao geral descrédito público! E, se chegarmos aqui, é a anarquia instalada.



publicado por fatimanascimento às 11:39
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Sábado, 11 de Junho de 2011
Política e políticos

Sem os políticos não há política. E aqueles, antes de serem políticos, são pessoas. E as pessoas têm qualidades boas e más. Quando se vota deve-se sempre olhar à pessoa e nunca às ideias. Primeiro, há que acreditar no homem para se acreditar no político. Com os escândalos que têm aparecido nos meios de comunicação, não vejo muitos com as qualidades certas para ocupar o lugar tão importante como é o do primeiro-ministro deste país. Para já, e não sei se é defeito da pessoa ou dos meios de comunicação, que só mostram agressões verbais entre partidos. A política tem de ter ideias. Onde estão elas? Quem as conhece? A situação do país parece ocupar um segundo lugar na lista das prioridades políticas. O que se vê, de um lado é o apelo ao medo da parte de um grande partido e, do outro grande partido, o apelo para os portugueses derrotarem o actual chefe do governo que classificam de mentiroso e incompetente. Ninguém fala da forma como pensa encarar a crise. Mas, vendo bem, não é preciso. Quem ganhar as eleições, vai ter a vida simplificada: só tem de obedecer às ordens ditadas pela Europa. Vai ser ajudado a pôr o plano em prática e fiscalizado regularmente. O que, vendo bem, é bem. Pensem. Nunca nenhum governo deu contas ao povo do que fazia com o dinheiro que vêm buscar à força do nosso trabalho. Não teremos capacidade para entender as finanças do país? Serão estas muito mais complicadas do que a lógica utilizada na administração das nossas casas? Há uma coisa chamada responsabilidade. Mas esta responsabilidade pelos actos cometidos, parece só existir para as classes mais baixas, as outras acabam sempre, de uma forma ou de outra, por não ser responsáveis por nada. Quem governa o país tem de ser responsabilizado pelo que faz. Isto faria com que os políticos tivessem mais cuidado com a forma como governam o dinheiro do país. A primeira consequência era a diminuição de candidatos, porque há uma qualidade inerente a qualquer pessoa que exerça um cargo público: a honestidade. Só estes teriam vontade de ocupar tal cargo. Mas como se pode medir a honestidade de uma pessoa? Eu não acredito nem nos políticos nem na política, pelo menos da forma como está a ser usada. Não acredito em cargos, acredito em pessoas. E só quando houver uma máquina capaz de medir a honestidade de um político, acreditarei nele, mas só e se a máquina for inviolável. Neste momento, a imagem dos políticos e do seu clientalismo está gasta e não há nada que faça mudar esta situação. Quem está no governo deve trabalhar em prol do interesse do povo e não contra. Está lá para servir e não para mandar. Disto se esquecem os políticos logo que ganham as eleições. Governar deve ser sinónimo de “servir” e não um “país” mas um povo. O termo país é, na minha opinião demasiado fraca. Lembra só o rectângulo não quem nele vive! O que já dizia D. Pedro insatisfeito com os políticos do seu tempo pode, ainda hoje, aplicar-se aos de hoje. Nada mudou. O tempo passou mas nada se aprendeu com ele. Tudo continua na mesma. Com os mesmos vícios. Por isso nada me interessa menos do que a política e os políticos! Como me posso interessar por pessoas nas quais não acredito?



publicado por fatimanascimento às 10:20
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Sexta-feira, 29 de Outubro de 2010
A ascensão da extrema direita na europa

Um dos aspectos que mais me preocupa é a extrema-direita e o relativo sucesso político que está a ter em certos países um pouco por toda a Eurpa. As eleições não deixam margem para dúvidas: está a cair nas boas graças das populações. Eu ponho-me a pensar como é possível! Nós, os países latinos europeus, e não só, e a Alemanha, a URSS e os países satélites desta, em particular, temos na nossa História, um passado ditatorial de que ainda há memória. Acho que ninguém quer correr o risco de voltar a passar pelo mesmo e todos os problemas que encerram as ditaduras, sejam elas de direita ou de esquerda: perseguições, denúncias, prisões, execuções, desaparecimentos, etc.. O que incomoda ainda mais, são os países ditos cultos, deixarem-se manipular por ideias que nada têm a ver connosco enquanto seres humanos e que em nada nos favorece, bem pelo contrário. Pensando melhor, há de tudo, misturado nessa vaga de apoio às ideias de extrema-direita. Ainda assim, continuo sem perceber essa posição. Só mesmo a má vontade poderá levar as pessoas a votarem em partidos que se insurgem contra determinadas culturas, raças ou etnias. Dentro desta vaga que assola a Europa, e dentro dela, surgem posições extremistas, que já começaram com o exemplo da França e da má vontade contra a etnia cigana que levou à extradição maciça dos ciganos húngaros e romenos supostamente não integrados na sociedade gaulesa. (Parece que se esqueceram que a integração não depende só de uma das partes, mas da vontade das duas.) Tirou a posição extremista ao partido de extrema-direita francês, agora liderado pela filha de Le Pen que anda perdido sem saber por onde deve pegar. Este deixou de ter um pretexto para mobilizar a má vontade de alguns franceses, provavelmente menos esclarecidos nestas questões das ditaduras. Depois, da Hungria, onde o partido, também de direita, tem um certo peso, chegam notícias nada reconfortantes: estão a pensar colocar os ciganos repatriados em locais próprios que podem ser interpretados de muita forma. A liberdade, a pouco e pouco, parece estar a escoar-se por entre os nossos dedos, como areia fina. A pretexto do fundamentalismo dos países muçulmanos corremos o risco de nos perdermos num outro também de contornos macabros. Há muitas formas de lidar com supostos perigos e as democracias, já no passado, mostraram-se perfeitamente capazes de lidar com eles. E ganharam sempre! Não precisamos de ditaduras para nada. Só quem não passou por elas e não viveu o peso que constitui uma ditadura na vida diária das pessoas, pode pensar numa como solução como essa, seja para o que for.



publicado por fatimanascimento às 21:20
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Quarta-feira, 7 de Julho de 2010
A igreja já não surpreende… pelo menos pela positiva!

Li, não há muito tempo, a nova posição da igreja face à reeleição de Cavaco Silva. Este, como todos sabem, perdeu uma parte importante (para não dizer toda) do eleitorado católico que segue os ditames da igreja como se fossem vontades divinas. Também nunca acreditei que a igreja se devesse imiscuir nos problemas sociais ou políticos dirigindo as pessoas no sentido de votar ou não em determinado candidato, só porque ele não cedeu à vontade da igreja e promulgou, embora contrafeito, ele próprio o admitiu, o diploma que deu a oportunidade aos casais homossexuais de unirem as suas vidas no papel, o que legaliza, aos olhos da sociedade, uma união já existente. Concordando ou não com a promulgação do documento oficial, a verdade é que este vem ao encontro da legítima vontade de duas pessoas quererem ver a sua união passada ao papel, dando assim, e perante a lei, os mesmos direitos adquiridos já por outros casais. Um destes dias, fiquei admirada, quando vi a posição de um membro da hierarquia daquele organismo quando se referia ao actual presidente insinuando que este teria a reeleição garantida se tivesse vetado o diploma?! São posições destas que dão <à igreja a má fama que já possui junto dos inúmeros católicos que em pouco ou me nada já se revêem nas posições da igreja. Julgo mesmo que só eu me dou ao trabalho de rejeitar estas posições de alguns membros da igreja que, presumo, devem ser o rosto da massa anónima dos seus homólogos, já passam ao lado da maioria das pessoas que já nem ligam ao que dizem. Precisam mesmo de um candidato que defenda os valores doutrinais da igreja? O que interessa a lei se os cidadãos não são da mesma opinião? Que interessa a igreja condenar a união ou mesmo a relação entre duas pessoas do mesmo sexo, se a tendência geral é para a aceitação? O que vão fazer? Proibir? Como? Encontrando um candidato político serviçal que cumpra as vontades políticas da igreja, acatando as suas ordens de forma a tornar a sociedade num espelho à sua medida? Como a triste época e da Inquisição já passou - meus senhores, adiantem a vosso relógio histórico – só falta mesmo encontrar uma marioneta que sirva os interesses da igreja. O que me reconforta é há pessoas da igreja que não são fundamentalistas. Reside neles a esperança de uma igreja menos autoritária e mais humana.



publicado por fatimanascimento às 10:42
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