opiniões sobre tudo e sobre nada...

Sábado, 21 de Março de 2009
A opinião de ninguém sobre alguém

Não é de agora. Não é a primeira vez. Sempre se ouviu falar de corrupção entre as pessoas que ocupam postos de trabalho de grande responsabilidade neste país. Não há novidade nenhuma nas notícias que vêm a público. Com o tempo, só as caras expostas vão mudando, sendo o resultado sempre o mesmo – nada. A polícia só apanha o peixe miúdo. A propósito, todos se lembram da captura do adolescente que, tal como tantos outros neste país, retirava músicas da net? Pois, capturas, se as esperam, só destas. Toda a gente percebeu que, a partir de uma certa esfera social, a justiça parece ser cega, surda e muda. Ninguém faz nada, mesmo conhecendo-os. (Ah, peço desculpa. Esqueci-me do senhor vale e Azevedo, que fugiu para Inglaterra, e que a justiça portuguesa se vê em apuros, para reaver). Isto mesmo foi reconhecido por uma pessoa bem conhecida que falava de elementos ligados ao próprio estado. O que foi que lhe responderam? Se ele tinha conhecimento, que apresentasse queixa. Ninguém disse que, se havia suspeitas, deveriam fazer-se investigações para apurar a verdade dos rumores. Já nem falar sabem. Também não é preciso. Embora eu ficasse mais descansada. Dá a ideia que vivemos num país sem rei nem roque. Onde os meninos protegidos fazem tudo e nada lhes acontece. Ninguém se importa, ou se interessa, pelo que o povo pensa. Também não interessa. Ele faz o que lhe mandam. Nada mais interessa. E é assim que deve continuar… para bem dele! Com algum descuido, ainda lhe acontece como àquele rapaz! Depois, há aqueles que opinam de uma forma curiosa, sobre estes acontecimentos de uma forma curiosa. Não sei porque motivo. São pessoas desconhecidas que afirmam que não podem censurar essas pessoas que se aproveitam dos seus cargos para enriquecer de forma ilícita porque, se estivessem no lugar deles, teriam a mesma atitude. Talvez essas pessoas, cujas vigarices foram descobertas, e as outras que se mantêm ainda na sombra, tenham essa mesma opinião sobre o povo em geral, que eles tomariam a mesma atitude se tivessem oportunidade para tal e, por isso, se mostrem tão descuidados. Quando ouvimos esta opinião de alguém, que não é ninguém socialmente falando, embora tenha essa pretensão, sobre aqueles que, por actos ilícitos foram apanhados nas malhas da justiça, está aberta a corrida para a meta da corrupção. Seguindo esta ordem de ideias, as falsas partidas não interessam, só conta quem chega primeiro. Sim, porque aquela pessoa acabou de legitimar aquilo que corre já para essa meta – a corrupção. O que me intriga é a moral que os elementos do estado têm em julgar os outros, apanhá-los e castigá-los, quando eles fazem o mesmo com uma única diferença – o que para uns é crime para outros é mentira. É sempre difamação ou perseguição de forças obscuras. O que me irrita é pensar na moral das pessoas que denunciam estes casos e só o fazem nas alturas das eleições. Isto também não abona nada também a favor do perfil deles. Fazem o que está correcto com as intenções erradas. Em quem podemos confiar? Isto mostra bem a cobardia existente neste país. Está bem vivo aquele ditado popular que diz que “quem rouba um tostão é ladrão, quem rouba um milhão é barão”. Por tudo o que foi aqui dito, a corrupção grassa com a bênção de muitos apoiantes populares, que são da mesma natureza. Querem outro ditado que defende a filosofia da corrupção? Aqui vai – “Quem parte e reparte e não fica com a maior parte ou é tolo ou não tem arte”. Há muita gente que o utiliza para legitimar os seus actos. A honestidade não interessa. Morreu pobre…



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Sexta-feira, 26 de Dezembro de 2008
Perseguição

Falando há um dia atrás com uma pessoa conhecida, de há muito tempo, e que insinuava que a minha saída do ensino poderia ter tido outros motivos que não os verdadeiros, resolvi, de uma vez por todas, esclarecer totalmente a situação.

Não vou contar tudo, porque seria impossível, mas algumas situações bastante elucidativas de situações impensáveis, pelas quais eu passei. Ao princípio, os colegas da nova escola, onde fui colocada, por destacamento, mostraram-se simpáticas. Pareciam uma família. Depois, à medida que o tempo foi passando, o cerco foi-se apertando à minha volta, buscando incessantemente um mínimo deslize para me prejudicarem. Nessa escola, eu tive uma turma de CEF, onde havia miúdos referenciados por vários problemas: roubos, droga, etc.. Como desde que entrei para o ensino tive sempre as piores turmas, expliquei que teríamos de agarrar a turma para bem deles e nossa. Não seria possível. As turmas de CEF eram olhos do Ministério da Educação, pelo que não se tocaria nos meninos. Quando diziam alguma coisa no sentido de os intimidar, logo desdiziam porque afinal, as coisas até não se passavam assim. Vi o Director da turma atrapalhado, dizendo que daria o dito por não dito, e que seria comunicado aos miúdos que tudo não tinha passado de uma brincadeira. Isto durou até ao meio do ano lectivo, quando começaram a chegar notícias de suspensões e até de expulsões de outras escolas, relacionadas com as turmas de CEF. Foi aí que começaram, então, a ser severos com os alunos. Numa actividade organizada por mim e por outra colega, eu levei essa turma de CEF, ocupando lá a nossa hora e meia lectiva. Um cesteiro dava-lhes uma ideia de como se fazia as mais diversas peças em verga. Um deles brincava, de vez em quando, com uma verga, fazendo cócegas na cara ao senhor. Quando o chamava à atenção, ele parava, para continuar assim que me distraía. Perguntei ao cesteiro se ele o estava a incomodar. Respondeu-me que não, que eram miúdos… Passado pouco tempo, realizou-se um conselho disciplinar, e do relatório constava essa situação supracitada. Fiquei estupefacta. Perguntei ao conselho de turma, ali reunido, como era possível constar tal situação, se eu não havia feito participação disciplinar da ocorrência. Um membro do conselho executivo respondeu que alguém assistira e resolvera incluí-la no relatório. Haviam passado por cima de mim para atingirem o aluno! Em quase vinte anos de ensino, nunca experimentara nada assim. Ainda durante essa actividade, eu levei outra turma de oitavo ano. Os miúdos adoraram. Uma das miúdas disse-me que iria pedir à professora de inglês para continuar lá. Qual não foi o meu espanto, quando vejo entrar a professora dessa disciplina pela biblioteca dentro, (estávamos em pleno mês de Junho) gritando com os miúdos e questionando o que faziam eles na biblioteca àquela hora. Tinham falta colectiva e rematou com uma pergunta que não passou despercebida "Quem os trouxe para aqui?” Percebi que ela chegara finalmente ao ponto que a levara até ali. Voltei-me para os miúdos e disse-lhes que não temessem porque eu, como responsável, assumiria essa hora, colocando um artigo 102. Alguns alunos recusaram a minha proposta. Alguém me dizia “Deixe lá, professora, nós já não gostávamos nada dela, e agora é que ela não tem mesmo hipótese!” Finalmente, a Directora da Turma resolveu o problema ignorando o sumário onde constava a informação da falta colectiva dizendo, muito diplomaticamente, e a medo, que não lia sumários só tirava faltas, dando assim por terminado um escândalo que ameaçava galgar os muros da escola. Finalmente, arranjaram-me uma falta injustificada, que me foi comunicada dezassete dias depois. Por tudo isto, e não é tudo, e apercebendo-me do tipo de inimigo que tinha pela frente, achei que, por muito que me custasse, tinha de sair dali, porque a perseguição assumira proporções que há muito ultrapassara aquilo que seria razoável. Percebi que nem tudo depende só de nós. Não há nada a fazer, quando as pessoas colocam na cabeça que alguém é melhor do que elas, podendo mesmo até nem ser verdade, mas quando isso acontece, a inveja faz despoletar todos os mecanismos, capazes de prejudicar seja quem for. Aos miúdos fica o meu abraço, aos colegas daquela escola, o meu esquecimento.

 



publicado por fatimanascimento às 12:46
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Sábado, 6 de Dezembro de 2008
Coisas deste e do outro mundo

O mundo parece dividir-se entre aqueles que têm contacto e aqueles que não o têm. Depois, há aqueles que, para além do contacto, têm espíritos e aqueles que só têm o contacto, isto é, aquelas pessoas que vêem e falam com eles. Finalmente, há aqueles que não têm contacto, mas que sabem que esse mundo dos espíritos existe, pois os pais ensinaram-lhes isso e há aqueles a quem os pais optaram por não falar. Depois, há aqueles indivíduos que têm espíritos com eles, mas que não têm contacto com eles. Eu estou inserida no último grupo. Sempre tive grandes e bons espíritos que me acompanharam, e dos quais nunca tive consciência, pois esse mundo havia sido vedado à minha educação, por escolha dos meus pais, mais da minha mãe. Apesar da ignorância em que estava imersa, e das atitudes mais absurdas com que me deparava sempre tocava em tal assunto, eu sempre tive consciência, (sempre senti) que tinha algo que outros cobiçavam ou usavam. Mais tarde, alguns familiares contaram-me tudo, e estou-lhes eternamente agradecida pelo terem-no feito. Modificou alguma coisa na minha vida? Não! Mas deu para entender muitos acontecimentos maus que ocorreram na minha vida, e para os quais eu não tinha explicação. Nada beneficio ou beneficiei com a presença desses espíritos, sobretudo de um, o maior que tinha (tenho) comigo e que todos consultam menos eu. O que me deu sempre muita raiva, foi a má utilização que lhe deram, no sentido de me prejudicarem. Desde pequena que algumas vizinhas de infância começaram a limpar a minha memória daquilo que elas viam que iria constituir um momento grande na minha vida. Na minha vida adulta, muitas outras pessoas ligadas à minha profissão (ou não), continuaram o mau trabalho que elas iniciaram, prejudicando-me para que não conseguisse o êxito, que sempre ignorei, mas que elas haviam descoberto, algures, no meu futuro. Embora me tivessem vedado esse mundo, ele esteve sempre presente no mal que me foram fazendo ao longo da vida. E houve muito. Mais do que a imaginação ou o conhecimento de muitos pode atingir. Sei que vou continuar a ser perseguida pelo tal mal, toda a minha vida, uma vez que os predadores nunca se cansam ou fartam. Então aqueles que, para além do contacto, têm espíritos com eles, nunca vão parar, pois raros são os espíritos que por aí andam e que sejam boa índole. Se assim não fosse, estariam no céu. Depois, enquanto os fins justificarem os meios, estamos todos sujeitos ao mal. Ao longo da minha vida, fui também tomando conhecimento de casos que começaram por ser de inveja, para acabarem quase com a vida das pessoas invejadas. Muitas delas foram socorridas por pessoas que dedicam as suas vidas a curar esse tipo de males e que merecem mais consideração pelo benefício que trazem aos outros. É claro que há aldrabões em todas as profissões e neste caso também os há, e é preciso estar atento a isso, mas se ignorarmos estes, acho que todos reconhecem a boa causa a que estas pessoas anonimamente se dedicam. Eu tive a oportunidade de conhecer algumas, e de provar o bom trabalho que realizam na ajuda ao próximo. Agora, uma maneira de minorar, (já não digo acabar, porque isso está só nas mãos de Deus), seria falar abertamente, sem tabus, destes assuntos, porque quando dizemos que essas “coisas” não existem, ou que não acreditamos, estamos a pactuar com o mal, porque quem não sabe dos males provocados pela via espiritual, não se sabe defender deles nem procurar pessoas acreditadas que as possam ajudar, e, dessa forma, estamos a pactuar, consciente ou inconscientemente com o mal. A neutralidade, neste campo, não existe… E eu que o diga, ou os meus filhos que têm sido também grandes vítimas…



publicado por fatimanascimento às 09:12
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Domingo, 13 de Julho de 2008
A cabeça e os problemas de saúde

Sempre que estamos doentes, temos a cabeça que nos dá os sintomas que, oportunamente, contaremos ao médico. É assim que funciona o nosso corpo. Aqui há muitos anos atrás, tive a oportunidade de assistir a uma caso que me chocou, de tal maneira, que, ainda hoje, me recordo dele. É uma história que conto, muitas vezes, a muitas pessoas. Trabalhava num local onde havia muitas pessoas, estando, na altura, algumas delas, sobrecarregadas com o trabalho e a responsabilidade do estágio, que, representava, no início do mesmo, uma sobrecarga nervosa. Uma das colegas, muito simpática, por sinal, estava a acusar um cansaço fora do vulgar, o que não foi compreendido, por muitos colegas que tinham passado pela mesma situação. Passado pouco tempo, começámos a estranhar o comportamento e a conversa dela. Dir-se-ia que algo não estaria a funcionar bem dentro do seu corpo. As pessoas que a rodeavam, colegas de trabalho, começaram a alarmar-se, (eu incluída), com tal situação. Os adolescentes, com os quais a colega trabalhava, também notaram. Lembro-me vagamente de que tinha uma criança pequena, que não a deixava dormir, durante a noite, e uma mãe que tentava apoiá-la, no máximo que podia. Muitas das pessoas que conviviam com ela, não percebiam, porque, segundo elas, ela tinha muita ajuda. Pois, mas os organismos não são todos iguais. A situação prolongou-se por algumas semanas, até que demos o alerta. Ela não poderia continuar assim, não era bom para ela, nem para os miúdos com quem trabalhava. A mãe, muito a custo, lá a conseguiu levar ao médico. Segundo notícias que me chegaram, ainda na altura, ela não sabia se era noite ou dia. Percebemos que o caso era grave. O que mais me preocupou, nessa altura, em relação a algumas pessoas que a rodeavam, era a sede de perseguição que se desenhava à sua volta. Algumas colegas avisaram-me e eu tive oportunidade de me aperceber disso. Como nunca fui pessoa de me calar, juntei-me a algumas, poucas, vozes que se fizeram ouvir, em defesa dessa colega. Sempre que tal acontece, a maioria das pessoas, ainda que sinta compaixão e compreensão pela situação da colega, escolhe a indiferença, com medo de se envolver e sair prejudicada. Lembro-me de lhes ter explicado a sua situação. Se nos dói uma perna, a cabeça assinala essa dor, que indica que algo não está bem, se nos doer o estômago, a cabeça dá também sinal… Mas o que acontece quando é a cabeça que adoece? Como vai a pessoa perceber que a sua cabeça deixou de funcionar? Muitas vozes se levantaram em sinal de apoio. Aqui, mesmo os colegas de má vontade tiveram de reconhecer que eu tinha razão. Evitou-se, assim, uma perseguição injusta, com tudo o que, de mau, ela arrasta atrás de si. Suspirámos de alívio. Foi uma lição para todos, até para mim, que, a partir daí, me mantive mais atenta ao que me rodeava.



publicado por fatimanascimento às 21:07
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Domingo, 4 de Maio de 2008
Heróis

Todos nós tivemos os nossos heróis na infância que, na adolescência, foram substituídos pelos ídolos. (Julgo que muitos adultos ainda esperam um herói.) O que os diferencia uns dos outros é a sua natureza. Enquanto uns emergiram das páginas dos livros, dos desenhos-animados, sendo, sobretudo, fictícios, outros surgiram da obscuridade dos tempos, devido aos actos de valentia que os tornaram imortais. Eles foram muito além das normas que regulavam a vida dos povos, e que nem sempre eram justas, não perdendo eles, nunca, os ideais defensores da dignidade dos seres humanos, sobretudo dos mais desprotegidos. Depois, só surgiram os heróis porque havia vilões que eles combateram. Sempre foi assim e sempre assim será.

O que preocupa é que, quando há heróis, e estes destacam-se por ter a coragem de assumir atitudes que os outros, pelas mais diversas razões, não tomam, isso, geralmente, quer dizer que temos uma maioria, pelo menos aparentemente, amorfa. É sempre difícil ver alguém insurgir-se ou manifestar a sua opinião seja contra ou sobre o que for ou quem for individualmente… e, quando o fazem, as consequências são sempre as mesmas (ou raramente variam) – a perseguição pessoal, que pode ter as mais diversas facetas. Chegados a este ponto, poucos são aqueles que resistem, porque é sempre fácil esmagar uma só pessoa. E é o que acontece aos mais audaciosos que, individualmente, de alguma forma, tiveram a audácia de ir contra o sistema implantado. Se tivermos em mente o que aconteceu em países ditatoriais, onde pessoas desapareceram para sempre, sem deixar rasto… percebemos porque muitos deixam de lado os seus ideais. Nos países, ditos democráticos, o caso é mais complicado. As formas de perseguição ganham contornos nunca vistos, mas são, na sua maioria, mais discretos. Só as pessoas visadas sentem essa perseguição que, aparentemente, nada tem de mais e que, muitas vezes, implica mais do que uma pessoa a perseguir a mesma - sabemos (ou imaginamos) como os tentáculos do poder chegam a todo o lado. Por isso, nestes tempos, tudo parece desenrolar-se ao contrário, e é o herói que é perseguido e perde a batalha. Talvez lhe faltem os aliados com os mesmos ideais e a mesma coragem que o caracteriza, talvez seja o final desse herói que faz com que os outros escolham manifestar-se em grandes grupos, de modo a não serem identificados e a não terem a mesma sorte. Para isso, não é precisa muita coragem… só boa vontade e disponibilidade para defender os seus interesses, porque são, sobretudo, estes que levam as pessoas à rua. O resto, preferem fingir que não vêem… ou talvez pactuem com eles, mesmo silenciosamente.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 12:00
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