opiniões sobre tudo e sobre nada...

Quarta-feira, 8 de Junho de 2011
Praxes militares

Já se tinha ouvido falar do Colégio Militar e das práticas realizadas dentro daquela instituição, entre alunos, que mais não era do que violência nua e crua à mistura com muita maldade. Agora estamos perante outro caso em que alguns colegas militares se juntaram para agredir um colega. Muita coragem! Ao que parece eram seis para um! E são indivíduos destes que vão fazer parte das fileiras da nossa marinha. Podemos estar bem orgulhosos de indivíduos que cobardemente, e aproveitando encontrar-se em maioria, desancam um colega com uma fúria injustificável. E não sei o que mais me chocou, se a agressão se a decisão do tribunal militar. Três dias sem poderem sair? Só podem estar a brincar! A vida humana parece cada vez ter menos valor. Para já, não sei porque têm os militares de ter um tribunal à parte; depois, esta agressão, embora realizada em espaço militar, ultrapassa as fronteiras daquele. Trata-se de uma agressão de um cidadão conta outro. Não me conformo com o que aconteceu. Além de um atentado ao pudor humano, tratou-se um acto cobarde! Nem sei o que faria se acontecesse a um filho meu. Só sei que nenhum tribunal militar resolveria este problema. A primeira atitude seria retirar o meu filho de lá recorrendo a tudo o que pudesse. Depois recorreria ao tribunal civil. Se fosse um acto de insubordinação, aqueles rapazes levariam um castigo exemplar, mas como se trata de violência contra um colega é encarado de forma diferente? Eu não me sinto segura sabendo que jovens daqueles farão, um dia, parte das fileiras da marinha. Eu expulsava-os da escola. A violência não justifica nada e muito menos a cobardia bem patente naquela situação. Vi, pelo menos, quatro a espancar um colega. São imagens horríveis! Que cobardia! Nem deram oportunidade ao jovem de se defender convenientemente! Que cobardes. Aliás este tipo de brincadeira só é levada a cabo pelos cobardes. Porque antes de serem militares são pessoas. E há cada uma mais negra que a outra. Revelam-se nestas situações. Aqui a máscara cai inevitavelmente. Quanto à decisão do tribunal militar em nada torna a disciplina exemplar, mais parece um convite a mais cenas de pancadaria desta natureza. O castigo deveria ser mais pesado. Que raio de tribunais são aqueles? Só mostram mão pesada quando morre alguém? Talvez nem aí? Que tristeza de decisão! Que tristeza de julgamento! Que tristeza de militares que não se sabem impor em casos onde a mão pesada não pode falhar sob pena de voltarem a acontecer casos destes. Umas palavras para o pobre jovem que se debateu bravamente contra aquela odiosa humilhação sofrida: eles deveriam ter vindo contra ti, mas um de cada vez! Foste um bravo soldado. Orgulho-me de ti, jovem. Debateste-te bem, mas eles eram mais! Foi só este o teu azar! Os outros cobrem a instituição de vergonha. Uma palavra para quem denunciou esta situação, senão não teríamos provas do que acontece naquelas instituições, e nós vivemos em Portugal, onde toda a gente gosta de esconder o mal embora não tenham vergonha! É claro que a mensagem não é para todos, só para aqueles a quem serve a carapuça!



publicado por fatimanascimento às 10:47
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Segunda-feira, 7 de Maio de 2007
O 25 de Abril... o que a História não conta! (Ao sr. Rui... um obrigado pela confiança!)

Como o 25 de Abril é uma data relativamente próxima, existe muita gente viva que viveu directa ou indirectamente este acontecimento político que mudaria para sempre a vida em Portugal. Todos os portugueses conhecem a versão histórica, os mais novos estudaram-na na escola, mas do que nós nos esquecemos é das histórias dentro da História, vividas pelas pessoas nela implicadas. Tratam-se de histórias contadas por pessoas conhecidas aos conhecidos e amigos, numa mesa de café ou entre colegas no local de trabalho, durante um momento de pausa. Todos os portugueses se congratulam por o 25 de Abril ser uma data que, embora tenha dividido as forças armadas, decorreu sem a violência e a destruição ligada às viragens políticas caracterizadas pela força. Não foi por acaso que tal sucedeu. A história, como vamos ver, é feita de pequenas histórias que contribuem para a construção oficial da História. Quando trabalhamos num local onde há pessoas com várias tarefas, limitamo-nos, por vezes, ver nelas aquilo que fazem, sem nos interrogarmos ou interessarmo-nos por elas como pessoas. Isso aconteceu recentemente comigo e tive uma surpresa muito agradável. Tomava o pequeno-almoço no bar do meu local de trabalho, quando entrou um senhor que eu conhecia só de vista, embora trabalhe no mesmo local que eu, e eu, que não sou nada faladora, entabulei conversa com ele. Foi mais ou menos na altura da comemoração do 25 de Abril. Conta ele que estava no quartel, na camarata a dormir com os colegas, quando um jovem sargento da Força Aérea entra de rompante e grita que houve uma Revolução e que as ordens eram de bombardear a capital. Ora, todos aqueles militares haviam regressado há pouco de comissões mais ou menos longas em diversos pontos do ultramar, nomeadamente da Guiné, de Angola (como era o seu caso), de Moçambique (da zona mais conflituosa), entre outras, e todos eles arcando com memórias de vivências mais ou menos traumatizantes que os marcariam definitivamente para toda a vida, quando uma voz estridente e autoritária os arrancou definitivamente ao sono agitado. O único bombardeamento que houve foi o das botas a sibilarem no ar em direcção ao sargento que se barricou atrás da porta. Várias vozes se levantaram em protesto. Estavam fartos de bombardeamentos e desgraças e exigiam que os deixassem dormir! Já tinham visto muita desgraça para a fazerem na capital do seu país. A Baixa lisboeta teria desaparecido, uma vez que um dos alvos era S. Bento, se não fosse a sensatez e a coragem destes homens já fartos de tanto horror vivido no ultramar! Às vezes, vale a pena não acatar ordens e… esta foi uma delas! Se eles tivessem feito caso destas ordens, o que teria sido deste país?



publicado por fatimanascimento às 21:20
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