opiniões sobre tudo e sobre nada...

Quinta-feira, 3 de Abril de 2014
A manifestação de Braga
Já foi há algum tempo. Lembram-se? No que respeita à manifestação, nada tenho a dizer. É um direito que assiste a qualquer cidadão cujos direitos se sintam ameaçados ou outra qualquer razão. O que me leva a escrever sobre esta manifestação em particular são alguns dos comentários realizados por alguns cidadãos da cidade que não viam motivos para tal. Ora, se os direitos defendidos pela lei já mostraram um avanço na mentalidade de alguns políticos, o mesmo não se pode dizer em relação a muitos sectores da nossa sociedade. A lei não muda mentalidades e esta, sem o avanço destas últimas, corre o risco de se tornar obsoleta. A nossa sociedade marcadamente religiosa, e onde a presença da igreja pesa sobre a vida dos seus concidadãos, e conhecendo a posição da mesma em relação aos homossexuais, não se pode prever grande evolução. Depois, a educação intolerante de muitos em relação a estes, não augura nada de bom pelo menos num futuro mais próximo. E quanto a isto nada há a fazer. Não se pode obrigar ninguém preconceituoso a deixar de o ser. Talvez a atitude do Papa ajude a mudar as atitudes dos católicos mais radicais e dos outros não católicos em relação aos homossexuais. Quanto a mim, a minha posição não poderia ser mais clara: não me interessa a etnia, a religião das pessoas, a cultura ou orientação sexual; o que me interessa é saber se são pessoas de bem. Aqui reside toda a diferença. Não no resto. O resto são diferenças circunstanciais que nada trazem de mal à Humanidade. Depois, as pessoas são o que são. Não podemos transformá-las. Nem cair no erro de as considerar menos pessoas. Há que viver com a diferença. E ainda bem que há diferença. Só esta enriquece a sociedade. Não há que ter medo da diferença. Talvez aqui resida o grande busílis da questão: o medo da diferença. Este sentimento castrador torna tudo mais difícil. Não há razão para tal. Todos temos direito à felicidade. E não há uma receita para ela.
Os homossexuais já conseguiram muitas conquistas. Mas a maior de todas ainda está por conseguir e não depende deles mas de todos os que os rodeiam: a aceitação e o convívio natural com eles.


publicado por fatimanascimento às 14:14
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Segunda-feira, 20 de Janeiro de 2014
A prisão dos activistas do Greenpeace
O planeta não é de ninguém. Não foi criado por seres humanos. Foi criado para os seres humanos. É de todos. A natureza não tem fronteiras. É universal. O Homem é só um dos muitos inquilinos. Os homens levantaram fronteiras imaginárias. Pintaram-nas no mapa. Mas estas só existem aí. Os seres humanos reclamam a posse de tudo quanto está dentro dessas fronteiras. Talvez imaginando que nada nem ninguém poderá, sem consentimento, interessar-se pelo que lá se passa. Ideia estranha.
As maiores interessadas, por esta ideia compartimentada do mundo, são as multinacionais que não respeitam regra alguma que a da sua própria ganância. E esta, sabemo-lo bem, sempre foi a perdição do ser humano. Os países, pelo menos alguns, parecem apoiar esta política ultrafronteiriça daquelas companhias. Mas o planeta é dos que a habitam. E, quando existe um problema ambiental, este não se cinge às fronteiras do país responsável pelo desastre. As armas químicas usadas na Síria ou na Guerra do Iraque contendo materiais letais criados em laboratório com o único intuito de matar seres humanos, não ficaram confinados ao ar desse país. Os ventos semeiam essas armas letais pela atmosfera do planeta. O mesmo acontece com as matérias poluentes levadas pelas correntes marítimas. Ora, tendo consciência disso, percebe-se que o que acontece do outro lado do mundo não deixa impunes as pessoas do outro lado do planeta. E não se conhecem as consequências dessa rotatividade. Logo, pode-se dizer que o planeta é uno apesar do que defendem e nos querem fazer crer as autoridades dos diferentes países. Visto este assunto por este prisma, podemos perceber que os activistas do movimento Greenpeace (e outros) defendem algo que é património de todos os seres humanos. Representando, e defendendo, um total de biliões de pessoas não se pode dizer que esteja a cometer um crime aos olhos da humanidade quando se insurge contra a perfuração do Ártico ou outras matérias ambientais. Está a defender a pátria máxima que é o planeta. A natureza é a nossa casa. Não poderemos sobreviver com ela suja. Não sobreviveremos com ela morta. Ninguém. O dinheiro não consegue tudo. Daqui poder-se-á inferir que os activistas deveriam ser homenageados pela coragem não fosse a política das multinacionais, apoiada por alguns países. Só à vista destas e da sua ganância se podem criar acusações absurdas que mais não fazem do que tentar amedrontar os cidadãos do mundo usando estes como exemplo e querendo, sem motivos aparentes acusá-los dos mais variados crimes (já terão chegado a um consenso ou ainda andam à procura de acusações que se possam encaixar naquela situação?) É vergonhoso! É o ser humano a agir numa das suas formas mais vis. Vamos actuar e apoiar estes activistas ou vamos deixar que nos amedrontem e ficar calados pactuando com esta situação ignóbil? É a nossa vida e a nossa sobrevivência que está em jogo não é só a vida deles!


publicado por fatimanascimento às 23:38
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Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
De onde és?
Será que todos sabemos responder correctamente a esta questão? Talvez sim, talvez não.

Quando nos deslocamos frequentemente de um lado para o outro, mais tarde ou mais cedo, deparamo-nos com esta questão. Quando somos pequenos, nem nos apercebemos dela, sobretudo se permanecemos na mesma localidade. Os outros não podem dizer o mesmo. Estou nesta situação. Ainda há pouco, esta questão me era colocada. Numa sala, deserta de corpos humanos, entrou uma desconhecida. Após a troca de algumas palavras, a questão. Hesitação antes da resposta. Dada a minha situação pessoal, a resposta não é clara. Não sei. Não pode ser a localidade onde está a minha residência! Só lá passo as férias grandes! Agora nem isso sei! Pela mente passaram as variadíssimas terras por onde passei e que foram “a minha terra” durante um certo tempo. A umas afeiçoei-me (como não?) às pessoas encontradas. A outras, nem tanto. Mas posso afirmar que sempre houve pessoas diferentes (no bom sentido) em todas as que foram a “minha terra”. Mas nunca tive a oportunidade de me sentir pertencente a um sítio. Falta de raízes? Não creio. Visão da vida? Cada vez estou mais certa disso. Aprendi, pela minha experiência, que a nossa terra é onde nos sentimos bem. Depois, a vida ensinou-me que não há uma terra, a nossa terra, no sentido dado habitualmente. A terra só há uma – o planeta. E esta visão do mundo ajuda a compreender melhor os problemas globais mas que são interpretados localmente. Há problemas sérios e a interpretação local fica aquém da abrangência de certos temas. Se pensarmos que a poluição não tem fronteiras (estas existem apenas na geografia dos homens) e que nos atinge a todos, então talvez perceberemos que os problemas ambientais são de todos; então perceberemos que a vigilância é de todos e não pertence a um só país ou organização; então perceberemos que a Terra é só uma e que se destruirmos a natureza destruímos a nossa capacidade de existência; então perceberemos que o mal dos meus irmãos da outra metade do mundo é a nossa; então perceberemos a real magnitude dos problemas; então perceberemos que o mundo só faz sentido se o entendermos na totalidade. Um dia, quando respondermos à questão “de onde és?” com uma simples frase “Sou do planeta Terra”, aí, talvez haja esperança para a raça humana.


publicado por fatimanascimento às 14:31
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Segunda-feira, 2 de Julho de 2012
Amantes

Este não é um tema fácil. Nunca o foi, não é e nunca será. Talvez tenha a ver com a forma como o casamento é encarado. Na sociedade capitalista em que vivemos, assinar o papel do casamento é equivalente, por exemplo, à assinatura da escritura da compra de uma casa ou de um carro – a partir daquele momento, as duas pessoas envolvidas no contrato passam, na mentalidade das pessoas, muitas vezes na delas também, a pertencer uma à outra e qualquer tipo de apropriação por pessoa alheia ao contrato, é considerada como um roubo.

Todos nós recordamos, nas nossas vidas, casos, muitas vezes violentos, de rixas entre três pessoas: o homem, a mulher e a amante. E deixam sempre uma recordação triste pois nenhum dos envolvidos sai incólume duma situação destas. Talvez estas situações sejam evitáveis se mudarmos a maneira de encarar estes casos. Eu sei do que estou a falar. Vivi esta experiência na primeira pessoa. Fui, o que muitos diriam, traída. Mas, devo dizer, nunca houve  problemas por causa disso. Talvez devido à minha ignorância. Agora, passado já muito tempo, encaro as coisas de forma diferente. Vejo o quanto as amantes podem ter um papel (desde que sejam boas pessoas) benéfico nos casamentos de outras mulheres. Se não se quer que tal aconteça, a mentalidade feminina no que respeita ao sexo, tem de mudar. O sexo (ao contrário do que nos é ensinado) é fundamental num casamento, e, se não funciona, é natural que os homens procurem fora (deixando de parte o que é socialmente considerado bem ou mal). Não há casamentos felizes quando o sexo entre duas pessoas não é satisfatório para uma delas. Primeiro, não podemos considerar a pessoa que partilha a nossa vida, nossa. Todos pertencemos a Deus, e só! Ninguém é de ninguém. Estamos aqui a partilhar um caminho. Nada mais. E o casamento existe enquanto há vontade para continuar. Há casamentos que funcionam às mil maravilhas sem que as mulheres se interroguem sobre a causa para tal. São felizes! A verdade é que, para essa tal felicidade, há alguém, por fora, a assegurar essa mesma felicidade. Alguém invisível cuja única missão é a da satisfação sexual masculina (poderá ser de ambas as partes) que volta mais calmo e realizado para o casamento que não pensa abandonar. E isto ajuda os homens a levar por diante um casamento que, caso contrário, estaria devotado ao fracasso, mais tarde ou mais cedo, podendo criar atritos entre as pessoas da relação. E não se esqueçam que, muitas vezes, o casamento continua e as amantes sucedem-se: quando umas se fartam, surgem outras. Sim, porque estar deste lado – ser amante - também não deve ser fácil. Emocionalmente fácil. São relegadas para um segundo plano ocupando apenas os momentos deixados livres pelo casamento. Não realiza ninguém.

São as amantes que tão mal vistas estão pela mentalidade social que, sem querer, acabam por ajudar os casamentos. E desde que não envolva saída de dinheiro do lar e sentimentos tão perturbadores como o ciúme, não vejo que mal poderá daí advir a uma relação contratual. Não é fácil, mas, se queremos ser mais felizes, temos de aprender a encarar tudo de forma diferente - com mais naturalidade. E, para isso, é preciso querer.



publicado por fatimanascimento às 15:07
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Terça-feira, 10 de Junho de 2008
O novo tipo de emigração

 

A emigração é uma busca de melhor vida em países estrangeiros, onde os emigrantes pensam encontrar todas as condições que os seus países de origem, pelos mais variados problemas, não lhes proporcionam.

O nosso país foi, e ainda é, um país de emigrantes. É também um país de gente trabalhadora e perfeita em tudo quanto realiza, mas os velhos problemas, com que sempre nos debatemos, subsistem: é o caso do desemprego e do emprego mal remunerado. Há-os tão desesperados que chegam a pagar para rumar para um país estrangeiro, na esperança de encontrar o tão ambicionado emprego. Alguns têm sorte, outros nem por isso, sendo reduzidos a uma condição de escravos, nos países de acolhimento, onde trabalham a troco de nada. Alguns casos chegaram até nós, através dos meios de comunicação, mas não podemos descartar outras situações que poderão, eventualmente, ainda existir, e que ainda não foram descobertos.

A par deste tipo de emigração, existe uma outra que envolve os nossos licenciados, que vão para outros países, e por lá ficam, desenvolvendo um trabalho reconhecido, mas que esvazia o país de talentos.

Nos últimos anos, há um outro tipo de emigração, que envolve faixas etárias mais baixas – os estudantes portugueses, que saem do secundário com boas notas mas que, ainda assim, não conseguem entrar nas faculdades portuguesas, devido à inflação das notas. Embora reconhecendo que, nem sempre, os que têm melhores notas são, mais tarde, os melhores profissionais, seja em que área for, só aqueles que melhores notas têm, podem sonhar com a tão almejada entrada. Os outros? Esses, ou encontram alternativas, ou melhoram as notas, ou pagam a universidades privadas (quando têm os cursos pretendidos), ou… escolhem os países estrangeiros para estudarem. Um dos países mais procurados, é a vizinha Espanha, com médias mais justas. Também estes futuros profissionais poderão optar pela permanência da sua estadia nesses países, apesar da falta de médicos que existe no nosso país. Mas esta solução pode não durar muito mais tempo, uma vez que o país vizinho vai arranjando formas de contornar o afluxo de estudantes portugueses às suas faculdades, de forma subtil, de forma a calar os protestos dos pais espanhóis, que já se vão fazendo ouvir, julgando que os nossos estudantes tiram o lugar aos filhos deles.

A solução para este problema passaria pelo investimento conjunto, público e particular, na criação de novas universidades, especialmente a de medicina. Sempre poderemos também abrir uma conta numa entidade bancária e fazer uma colecta nacional, à semelhança do que fazemos para outros casos! (De certeza que muitos compatriotas não se importariam de o fazer, uma vez que os impostos que pagamos, e que são muitos, parecem não chegar para nada…) Outra passará pela mudança de mentalidade, pois o curso superior não é, forçosamente, sinónimo de uma vida melhor, pois muitos deles, não têm mercado ou este está cheio e o problema do desemprego, para alunos com licenciaturas é, cada vez mais, real.

Outra solução poderá passar pelo acordos entre o estado português com outros, no sentido destes permitirem o acesso de estudantes portugueses às suas universidades, enquanto as soluções nacionais para estes casos particulares, teimam em chegar.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 05:15
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