opiniões sobre tudo e sobre nada...

Terça-feira, 14 de Setembro de 2010
A limitação das máquinas

Talvez devesse dizer – do homem? Afinal, é este que as cria assim como ao sistema que elas desenvolvem. Este caso que vou contar passou-se comigo e, como não poderia deixar de ser, tive de protestar. As pessoas que nos atendem, do outro lado do vidro, não têm culpa e, como sei que nada está nas suas mãos, resolvi deixar a minha ideia neste artigo. Tinha estado em Cascais no fim-de-semana anterior e ainda tinha uma viagem para aquela localidade. Só que o meu destino encurtara uns bons quilómetros e ficava-me por mais perto nesse dia. Pedi que me carregassem o cartão Viva com o número de viagens pretendidas. A resposta surpreendeu-me. Não poderia ser. Teria de gastar aquela viagem ou comprar novo cartão para carregar com as viagens para o novo destino. O cartão novo paga-se. Como estava em cima da hora, e a fila, naquele fim-de-semana se alongava atrás de mim, com pessoas impacientes por chegar às praias, resolvi deixar a fila lançando à simpática senhora o comentário “ Quanto mais tecnologia mais limitação”. Foi mais ou menos isto. A senhora encolheu os ombros em sinal de impotência. Abanei a cabeça furiosa e lá fui direita ao meu destino. Perdi dinheiro, claro, uma vez que a viagem era consideravelmente mais curta e paguei a viagem até ao fim da linha do comboio. Agora, questiono-me sobre a possibilidade de se poder carregar o mesmo cartão com mais de um destino. Não seria mais prático e mais barato? Para já não falar da comodidade de ter um só cartão em vez da quantidade que teríamos de adquirir se quiséssemos visitar todas as localidades dessa linha. É claro que este cartão foi feito a pensar sobretudo (para não dizer só) nos moradores daquela zona que se deslocam diariamente a Lisboa para trabalhar. Mas nem mesmo para estes deve ser prático, uma vez que eles se devem querer deslocar, e mais do que uma vez, para outra qualquer localidade dentro da mesma linha. Então, por que não pensar num cartão capaz de reunir vários montantes destinados a qualquer estação daquela linha? A máquina só teria de debitar o montante correspondente ao destino escolhido. Tal como acontece com o passe. Mas sem ser um passe, uma vez que tal não interessa ao visitantes. E se é uma zona procurada por turistas tanto nacionais como estrangeiros! Talvez havendo uma oferta de pacotes com várias alternativas capazes de ir ao encontro, o mais fielmente possível, das expectativas do comprador que só teria de escolher aquele mais se adequaria ao seu interesse. Não seria melhor para todos? Lembro-me particularmente de um caso caricato. Uma senhora, acompanhada de uma criança, aproximou-se da bilheteira, deixando, para trás, a fila enorme que serpenteava atrás de mim e pediu autorização para passar à frente. Não me importei. O pior foi encontrar, na carteira da senhora, o cartão Viva certo para carregar. A senhora possuía, sem exagero, uns cinco ou seis, e a empregada teve de verificar qual deles era o certo para carregar a viagem pretendida. Estão a imaginar a cara das pessoas atrás de mim que esperavam, contrariadas, o seu momento para se aproximarem da bilheteira? Perdeu-se, ali, imenso tempo!



publicado por fatimanascimento às 02:15
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Segunda-feira, 2 de Março de 2009
O preço do dinheiro

Há já alguns anos atrás, devido à minha vida nómada, tive de comprar um carro. Como nada é eterno, o outro já tinha dado a sua corajosa contribuição para ela. Como toda a gente que precisa de comprar qualquer coisa, e tem tempo, entrei em várias lojas de carros, não só para admirar os carros, mas, e sobretudo, para ver os preços. Estes, dentro da linha económica que procurava, não variavam muito. O que variava era o preço do dinheiro. Recordo o senhor, ainda novo, que suava para vender o carro que me agradou, mas a financeira à qual estava associada a marca, naquela cidade, jogava com uns juros muito altos. Alargou o nó da gravata, enquanto deixava escapar entre dentes, num sopro, a necessidade urgente de encontrar outra financeira. Em desespero de causa, o senhor chegou mesmo a aconselhar a procurar uma loja da capital, da mesma marca automóvel, cuja financeira, com quem trabalhava, praticava uns juros mais de acordo com a realidade social do país. Ali, num pedaço de tempo, e mesmo apesar de nunca me ter debruçado sobre este assunto, compreendi que eram as financeiras e não as marcas propriamente ditas, pelo menos naquele caso, que eram, em grande parte, as responsáveis pela crise na produção automobilística.

Ainda há pouco, passei por um quiosque onde estava anunciada uma marca automóvel, que anunciava um modelo e o preço a pagar pelos audaciosos, que, e apesar dos tempos difíceis que atravessamos, apresentava um preço que rondava os 400 euros, precedido pela já conhecida expressão a partir de. Não está, aqui, em causa a marca ou o valor do modelo, mas o preço exigido só pode ser pago por meia dúzia de pessoas e elas poderão ser ou não apreciadoras da marca. Se a indústria automóvel já está em crise, tendo já havido despedimentos na mesma, estes preços não vêm ajudar, em nada, a mesma. Só vem prejudicar ainda mais. O que eu não compreendo é a lógica do mercado. Em tempos de crise, como a que atravessamos, este tipo de publicidade dirige-se a que camada social? Como é possível que o dinheiro continue tão caro? Acho que toda agente já percebeu que os grandes ganhos só existem em tempos de vacas gordas. E não me parece que sejam os juros altos que ajudem aos ganhos. Será que eles nunca ouviram falar de concorrência? Ou passa-se nas financeiras

o mesmo que se desconfiou já passar-se com as gasolineiras? Será que combinam entre elas o preço do dinheiro? Se assim for, elas vivem num mundo muito diferente do resto do país. Nem percebo bem onde querem chegar…

 



publicado por fatimanascimento às 12:50
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Quarta-feira, 26 de Novembro de 2008
A linha do Tua

Já foi tornado público o resultado da investigação, levada a cabo, ao que parece, por quatro engenheiros. Esta investigação resultou do descarrilamento de uma automotora, ao serviço do metro de Mirandela, do qual resultaram três mortos e dois feridos. O resultado revelou alguns problemas na linha, assim como na automotora que descarrilou. Deste relatório, constam, ao que parece, fotos que sublinham as conclusões tiradas da investigação que nós acreditamos ter sido séria e realizada por pessoas cientificamente preparadas para o efeito. Como se costuma dizer, uma imagem vale por mil palavras, uma vez que, e caso não tenham sido manipuladas por pessoas de má vontade, elas mostram factos que desacreditam, à partida, qualquer argumento. Esta manhã, e após o resultado da investigação ter sido tornada pública, veio um determinado senhor, em declarações a uma estação de rádio, com algum peso no que respeita a audiências, dizer que o estado da linha não é tão mau como revelam as imagens. Uma pessoa fica atordoada com estas declarações, sem saber exactamente em quem acreditar. Uns revelam conclusões de uma investigação que me merece um mínimo de credibilidade, pelas razões óbvias, depois, vem um senhor, e apesar da gravidade de que se revestiu o acidente, pelo número de mortos e de feridos, e que poderia ter sido maior, se a automotora levasse mais passageiros, dizer que, e apesar de tudo, a linha não se encontrava num estado tão lastimável como revelavam as fotos. Como se as fotos fossem o único problema! A ser verdade, e pela paisagem acidentada que caracteriza a zona da linha, é natural que se tenham registado dificuldades na captação dessas mesmas imagens, mas o que é uma realidade é que essa linha necessita de obras e, dada, mais uma vez, a paisagem onde está inserida, deve necessitar de inspecções periódicas cuidadas e obras regulares frequentes, para evitar que factores climáticos, ou fenómenos geológicos (como sismos de fraca ou muito fraca intensidade), ou de outra natureza, possam pôr em risco mais vidas, não só dos trabalhadores como dos próprios passageiros. O que se tem de fazer, e é urgente, é evitar declarações destas, e falar às pessoas com seriedade, explicando-lhes o que aconteceu, e o que se vai fazer, para evitar mais acidentes deste género. São declarações destas que desacreditam não só as pessoas como as próprias empresas. Dá a sensação que a pessoa em questão ou não estava bem a par de tudo quanto envolveu o descarrilamento e a investigação, e alguém lhe lançou uma dica…ou então que fazem estas declarações para evitar mais especulações à volta do problema e assim tentar abafar o mesmo, o mais rapidamente possível… Não são só as imagens que estão em causa, (como parecia na declaração emitida, já para não falar no tom de voz) é todo um relatório que tem de ser levado em conta, assim como as sugestões que são claras, se queremos ter menos problemas no futuro. E para que as pessoas não tenham medo de viajar neste país… é que depois do acidente com a ponte de Entre-os –Rios e este da linha do Tua (para já não falar de outros), é difícil não ter medo…



publicado por fatimanascimento às 08:29
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