opiniões sobre tudo e sobre nada...

Quinta-feira, 22 de Outubro de 2009
A esquecida invasão do Tibete

Já lá vão… quantos anos? Mais de cinquenta… para aquela população subjugada à força por uma vontade férrea que nada mais vê do que os seus interesses materiais naquele minúsculo país, deve parecer mais. Mais uma vez interesses económicos estão por trás de um movimento expansionista, para o qual não se vê fim a curto, médio ou longo prazo. A única resistência continua a pertencer a um povo fiel ao seu ideal de independência que desafia constantemente a autoridade imposta arriscando a sua vida. Eles manifestam-se para que o mundo à sua volta os oiça e reaja. Muitas pessoas fazem-nos chegar notícias de distúrbios acompanhadas de fotos que fazem surgir à margem da rigorosa vigilância das autoridades chinesas. As imagens mostram que, apesar da dura repressão, os tibetanos continuam a manifestar a sua vontade na rua, alheios ao que lhes possa acontecer. O que mais me entristece é ver tanta coragem debater-se contra a indiferença mundial. É ver como países com ambições expansionistas ainda se movem livremente sem qualquer tipo de sanção da parte dos outros. Não sei o que podem os outros países ganhar com tal atitude de indiferença face à presença chinesa no Tibete. O que a História já nos mostrou é que a aparente neutralidade perante uma semelhante manifestação expansionista nunca favoreceu ninguém nem nada, nem mesmo a paz. Depois, a manifestação de alguns países não chega, terá de ser uma força conjunta de vários países capazes de empurrar a força chinesa para dentro das suas fronteiras. Uma manifestação expansionista desta ordem não favorece ninguém a não ser os interesses da actual China. Não vamos ser ingénuos a ponto de pensar que uma mudança política poderá desviar o interesse económico da China do Tibete. A tendência, já se passou o mesmo com a Alemanha nazi, é de aumentar a procura de matérias-primas para alimentar uma poderosa indústria em crescimento. Se não conseguirem fazê-lo dentro das suas fronteiras terão de as procurar fora delas. Se não conseguirem acordos comerciais que satisfaçam as suas ambições (mesmo que não seja por má vontade só que seja por incapacidade de total satisfação de um tal acordo) irão buscá-las fora das suas fronteiras. É que apesar do seu vasto território, não vamos ser ingénuos a ponto de pensar que ela encontra tudo quanto precisa dentro do seu próprio território nacional. (Para já, mercados não lhe falta! A China vai crescendo com uma outra espécie de invasão, esta mais pacífica, a de ordem comercial. Vejamos a questão de Angola, por exemplo, onde, segundo algumas vozes, a sua presença em nada favorece a economia angolana, mas só a sua própria economia nacional. Todo o material utilizado pelos chineses, naquele país, vem da China!) Mesmo que a política mude, há um vector que se vai manter, a procura constante de matérias-primas e outras necessidades capazes de alimentar a sua indústria essa mesma que cria a tão almejada riqueza e a torna uma possível futura potência mundial. A questão é que não vai arranjar sarilhos com muitos países ao mesmo tempo quanto mais não seja para evitar uma crise mundial mas vai apontando as suas armas para as suas próximas vítimas. Aqueles que agora dormem descansados podem ser as próximas vítimas. Não se preocupem, as potências invasoras arranjaram sempre pretextos pertinentes para ocuparem outros países. E a História tem tendência a repetir-se, não? Quem vai ser a próxima vítima? Sim, porque ao calarmos esta invasão votando-a à indiferença (mesmo noticiosa) estamos a pactuar não só com esta mas com futuras atitudes expansionistas. Que pena! Cada vez mais se nota que evoluímos de muitas maneiras mas raramente na maneira certa, uma vez que os erros humanos se repetem! Só mudam as caras! Entretanto, a diplomacia, na qual eu nunca acreditei, naquela que é sinónimo de hipocrisia e vazio de vontade, nada faz. Acredito em pessoas de boa vontade e boa fé que lutam por aquilo em que acreditam. Acredito no bom povo tibetano que, apesar de tudo, continua a lutar por aquilo a que tem direito – um país e um governante à sua escolha! Aqui fica a minha simpatia para com a sua causa!

 



publicado por fatimanascimento às 18:15
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Quinta-feira, 8 de Outubro de 2009
Liberdade

Liberdade, para mim, é como respirar. Não consigo conceber existência sem liberdade. É como imaginar o mundo sem água ou ar. E, tal como estes elementos, é também bastante frágil. Chego mesmo a interrogar-me se ele não existirá só, na sua pura essência, em conceito. Quando falamos dela utilizamos este conceito mais no contexto político. É normal. Afinal, vivemos bastantes anos debaixo de uma ditadura férrea onde liberdade era uma simples miragem para os entendidos e os menos entendidos em questões filosóficas, sociais e políticas. Vivia-se sob um terror de se ser denunciado por uma palavra mal medida e que poderia ser mal interpretada. As conversas não ultrapassavam os temas banais. Com o vinte e cinco de Abril, a situação modificou. Todos puderam falar abertamente e transmitir o que sentiam e pensavam. A partir dessa data, tudo foi diferente. Agora vivemos em liberdade. Pelo menos, numa suposta liberdade. Isto é, ela está defendida na Constituição como um direito adquirido, uma vez que liberdade é sinónimo de democracia e vice-versa. O que se passa no dia-a-dia prova que nem sempre o que está escrito está vivo. Se por um lado há meios de comunicação da chamada imprensa cor de rosa que muitas vezes força alguns títulos só para vender, e nada de mal lhes acontece, a não ser a saturação das vítimas que, muitas vezes, não vêem outra saída senão processar as revistas em causa. Outros há que, ao realizarem um trabalho de investigação, são impedidos de os divulgar, mesmo estando conscientes das possíveis retaliações. Estou a falar do último caso passado na TVI. Refiro-me, em particular, àquela reportagem da autoria da Manuela Moura Guedes e de dois companheiros seus que foi proibida de passar no telejornal daquela empresa e que comprometia o primeiro-ministro. Este acontecimento não abona nada em favor deste último. Era ele quem mais tinha a perder com a divulgação deste vídeo que agora se encontra limitado à consulta na internet, conservando-se assim longe da maioria dos portugueses (dos votos). O nosso povo acredita que “quem não deve, não teme”. Se o nosso primeiro-ministro não teme, como já teve ocasião de dar a conhecer, por que é que alguém se julgaria no dever ou no direito de impedir a divulgação daquela reportagem? Em que critérios se terá baseado? Mas não é só isso que mais me intriga é o silêncio da própria classe política que nada diz a esse respeito. Será que fariam o mesmo se estivessem numa situação parecida? Não será esta atitude grave? Não é a liberdade um direito? Será que o mesmo se passa numa outra estação de televisão? Então, onde está a liberdade? Ou será a classe política intocável? Ou, pior ainda, ocupará a liberdade um lugar de segundo plano nos debates ideológicos entre partidos em relação à economia e outros assuntos? Será a liberdade um dado tão adquirido que não valha a pena pensar nela de vez em quando? Todos nós cometemos erros e a consequência natural é pagarmos por eles. Acredito mais numa pessoa que, apesar do possível erro, assume e deixa os acontecimentos correrem apesar dos riscos, do que aqueles que tentam evitar a todo o custo manchar a sua imagem, mesmo que para tal tenham de invadir a liberdade do próximo.



publicado por fatimanascimento às 14:40
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Quinta-feira, 20 de Novembro de 2008
Educar na liberdade

Não é fácil educar. O que é bom para este filho, parece não ser a educação certa para aquele. O que se tem de fazer é olhar cada um, na sua individualidade, e tentar perceber o que é preciso fazer para o ajudar a crescer. O que temos obrigação de fazer, nós, os pais, é tentar chegar mais longe daquilo que nos foi legado, para não cristalizarmos, enquanto pessoas e seres humanos e não fazermos o mesmo com os nossos filhos. É preciso pensarmos, primeiro, naquilo que nos foi ensinado e vermos qual a necessidade, ou não, de transmitirmos isso aos nossos filhos. Para mim, o que devemos transmitir aos nossos filhos, é tudo aquilo que contribui para a felicidade deles e dos seus semelhantes e lhes permita, no futuro, criar uma sociedade mais justa e solidária. O que eu tento transmitir aos meus, através dos meus conselhos e exemplo é que devem sempre optar por aquilo que é melhor para eles e, simultaneamente, para os outros e que não vale a pena conseguir algo se, pelo caminho, vemos alguém deitado e não o levantamos e o ajudamos a caminhar. Que para ajudarmos é necessário conhecer bem a pessoa que se quer ajudar, sob pena de não conseguirmos ajudá-la. Que há pessoas cheias de dogmas que devemos respeitar, mas que temos obrigação, nós, que sabemos alargar os nossos horizontes, de sempre continuar a alargá-los, para nos ultrapassarmos a nós próprios e ajudar os outros. Que há outros com horizontes mais alargados que os nossos o que nos obriga sempre evoluir… é sempre no sentido da verdadeira evolução que devemos sempre seguir. De resto, não controlo nem procuro controlar a vida dos meus filhos. Sempre que eles têm um problema e não o conseguem resolver sozinhos, se me pedem ajuda, procuro estar sempre disponível. Basta-me saber que eles estão bem e, nesta fase da adolescência, onde estão, para o caso de haver algum problema. Tento educá-los na base da liberdade responsável que é a única em que eu acredito verdadeiramente. Não acredito na educação orientada. Acredito na abertura de caminhos e não no encerramento dos mesmos. Educar, para mim, não é evitar os erros, é prepará-los para eles. Todos nós errámos e eles também irão errar, (a única diferença é que uns progenitores sabem e outros não). Mas que saibam estar à altura das situações. Que no mundo há pessoas que escolheram ser más, embora escondam isso debaixo de máscaras simpáticas e ternas, e que não perdem uma oportunidade de prejudicar o próximo. E que há muitos que se movimentam no limiar entre o mal e o bem. E que é preciso discernimento e atenção para nos apercebermos disso. E isto só se consegue com muita informação e com muita inteligência. E, sobretudo, que é no amor (que acciona a boa vontade), que encontramos a felicidade. Não é só no sentido de procurar a alma gémea, mas também no de fundarmos a sociedade ideal onde todos gostaríamos de viver. Digo todos, porque mesmo aqueles que querem o mal, querem-no só para os outros e não para eles mesmos. E, sobretudo, lembro-lhes que os grandes pensadores foram sempre perseguidos ou olhados com desconfiança, uma vez que remavam no sentido inverso ao dos falsos valores.



publicado por fatimanascimento às 14:41
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Sábado, 18 de Outubro de 2008
Preconceitos ou mentalidades?

Apesar das mudanças já aceites na nossa sociedade, ainda persiste muito preconceito sobre certos aspectos. Então, nas pequenas localidades interiores ainda parece ser pior. Tudo depende das pessoas, e sobretudo delas, mas também depende dos outros. Há aquelas pessoas que querem viver as suas vidas descansadas da melhor maneira que conseguem e podem e, o que sucede, é que não conseguem devido a pessoas intrometidas, pertencentes ou não à família, que fazem das vidas dos outros o único sentido que dão às suas. Ninguém parece ter ouvido a expressão “vive e deixa viver”… Então, e no que respeita à liberdade feminina, ainda muita gente vê com maus olhos certas liberdades que as mulheres, depois de tantos anos de vigilância, conquistaram, sendo ainda muitas submetidas a uma certa bitola apertada, que vai tão alto quanto a visão estreita da pessoa alcança. Ainda há pouco tive oportunidade de conviver com um dos muitos problemas que ainda subsistem teimosamente, indiferentes a todo o tipo de evolução de mentalidades que vão lentamente mudando a sociedade. Nem toda a mudança é para mal, ao contrário do que muita gente pensa, há mudanças com as quais todos só temos a ganhar, e a liberdade pessoal é uma delas. As mulheres, ainda hoje, depois de casarem e se a relação não evolui de maneira favorável, terminando depois, não conseguem a liberdade de que tanto necessitam para refazer as suas vidas. A ideia de que a mulher tem de namorar e casar já passou, mas se, depois, precisa de namorar vários homens até ter a certeza de que encontrou o homem certo para refazer a sua vida, e,aí, a porca torce o rabo! A guerra familiar ou extra-familiar de que é vítima faz com que muitas se resignem a ficar sós, pelos mais diferentes motivos. As que têm a independência financeira e teimam em seguir as suas vidas, essas enfrentam a mesma batalha pertencente à mesma guerra todos os dias, o que é desgastante. Nalguns casos, acabam mesmo por pôr fim a relações familiares, sempre dolorosas. Tenho uma pequena, minha conhecida, cuja mãe foi vítima desse mesmo preconceito. Depois de um casamento falhado devido à violência doméstica, a senhora tentou refazer a sua vida e, depois de várias tentativas falhadas, lá conseguiu, finalmente, acertar, como ela diz. O que acontece é que os familiares não aceitaram estas “tentativas” todas. Ora, isto irritou-me sobremaneira. Expliquei à moça que a mãe era a primeira vítima desta situação toda, que os irmãos da mãe não compram a primeira camisa que provam numa loja, vão provar outras, antes de se decidirem pela que melhor lhes fica. Na vida pessoal, é um pouco assim. São raras as pessoas que têm a sorte de encontrar o homem das suas vidas à primeira vista. Isto simplificaria imenso a vida a muita gente. Mas como nem sempre isso acontece, tem de haver liberdade para as pessoas resolverem as suas vidas. Eu própria encontrei alguns homens, talvez a maioria e, se fosse hoje, sabendo o que sei, eliminá-los-ia da minha vida. Desde o meu casamento às relações que se seguiram, não valeram a pena, pelas mais variadas razões, mas de uma coisa tenho a certeza – não é minha culpa. As razões por que se juntaram a mim, sei eu agora, foram sempre as erradas. O que posso dizer é que ainda bem que acabaram… e por tudo isto que passei, eu sei dar valor! Por tal, e antes de julgarem seja quem for, façam um favor - calem-se!



publicado por fatimanascimento às 23:47
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