Já lá vão… quantos anos? Mais de cinquenta… para aquela população subjugada à força por uma vontade férrea que nada mais vê do que os seus interesses materiais naquele minúsculo país, deve parecer mais. Mais uma vez interesses económicos estão por trás de um movimento expansionista, para o qual não se vê fim a curto, médio ou longo prazo. A única resistência continua a pertencer a um povo fiel ao seu ideal de independência que desafia constantemente a autoridade imposta arriscando a sua vida. Eles manifestam-se para que o mundo à sua volta os oiça e reaja. Muitas pessoas fazem-nos chegar notícias de distúrbios acompanhadas de fotos que fazem surgir à margem da rigorosa vigilância das autoridades chinesas. As imagens mostram que, apesar da dura repressão, os tibetanos continuam a manifestar a sua vontade na rua, alheios ao que lhes possa acontecer. O que mais me entristece é ver tanta coragem debater-se contra a indiferença mundial. É ver como países com ambições expansionistas ainda se movem livremente sem qualquer tipo de sanção da parte dos outros. Não sei o que podem os outros países ganhar com tal atitude de indiferença face à presença chinesa no Tibete. O que a História já nos mostrou é que a aparente neutralidade perante uma semelhante manifestação expansionista nunca favoreceu ninguém nem nada, nem mesmo a paz. Depois, a manifestação de alguns países não chega, terá de ser uma força conjunta de vários países capazes de empurrar a força chinesa para dentro das suas fronteiras. Uma manifestação expansionista desta ordem não favorece ninguém a não ser os interesses da actual China. Não vamos ser ingénuos a ponto de pensar que uma mudança política poderá desviar o interesse económico da China do Tibete. A tendência, já se passou o mesmo com a Alemanha nazi, é de aumentar a procura de matérias-primas para alimentar uma poderosa indústria
Liberdade, para mim, é como respirar. Não consigo conceber existência sem liberdade. É como imaginar o mundo sem água ou ar. E, tal como estes elementos, é também bastante frágil. Chego mesmo a interrogar-me se ele não existirá só, na sua pura essência,
Não é fácil educar. O que é bom para este filho, parece não ser a educação certa para aquele. O que se tem de fazer é olhar cada um, na sua individualidade, e tentar perceber o que é preciso fazer para o ajudar a crescer. O que temos obrigação de fazer, nós, os pais, é tentar chegar mais longe daquilo que nos foi legado, para não cristalizarmos, enquanto pessoas e seres humanos e não fazermos o mesmo com os nossos filhos. É preciso pensarmos, primeiro, naquilo que nos foi ensinado e vermos qual a necessidade, ou não, de transmitirmos isso aos nossos filhos. Para mim, o que devemos transmitir aos nossos filhos, é tudo aquilo que contribui para a felicidade deles e dos seus semelhantes e lhes permita, no futuro, criar uma sociedade mais justa e solidária. O que eu tento transmitir aos meus, através dos meus conselhos e exemplo é que devem sempre optar por aquilo que é melhor para eles e, simultaneamente, para os outros e que não vale a pena conseguir algo se, pelo caminho, vemos alguém deitado e não o levantamos e o ajudamos a caminhar. Que para ajudarmos é necessário conhecer bem a pessoa que se quer ajudar, sob pena de não conseguirmos ajudá-la. Que há pessoas cheias de dogmas que devemos respeitar, mas que temos obrigação, nós, que sabemos alargar os nossos horizontes, de sempre continuar a alargá-los, para nos ultrapassarmos a nós próprios e ajudar os outros. Que há outros com horizontes mais alargados que os nossos o que nos obriga sempre evoluir… é sempre no sentido da verdadeira evolução que devemos sempre seguir. De resto, não controlo nem procuro controlar a vida dos meus filhos. Sempre que eles têm um problema e não o conseguem resolver sozinhos, se me pedem ajuda, procuro estar sempre disponível. Basta-me saber que eles estão bem e, nesta fase da adolescência, onde estão, para o caso de haver algum problema. Tento educá-los na base da liberdade responsável que é a única em que eu acredito verdadeiramente. Não acredito na educação orientada. Acredito na abertura de caminhos e não no encerramento dos mesmos. Educar, para mim, não é evitar os erros, é prepará-los para eles. Todos nós errámos e eles também irão errar, (a única diferença é que uns progenitores sabem e outros não). Mas que saibam estar à altura das situações. Que no mundo há pessoas que escolheram ser más, embora escondam isso debaixo de máscaras simpáticas e ternas, e que não perdem uma oportunidade de prejudicar o próximo. E que há muitos que se movimentam no limiar entre o mal e o bem. E que é preciso discernimento e atenção para nos apercebermos disso. E isto só se consegue com muita informação e com muita inteligência. E, sobretudo, que é no amor (que acciona a boa vontade), que encontramos a felicidade. Não é só no sentido de procurar a alma gémea, mas também no de fundarmos a sociedade ideal onde todos gostaríamos de viver. Digo todos, porque mesmo aqueles que querem o mal, querem-no só para os outros e não para eles mesmos. E, sobretudo, lembro-lhes que os grandes pensadores foram sempre perseguidos ou olhados com desconfiança, uma vez que remavam no sentido inverso ao dos falsos valores.
Apesar das mudanças já aceites na nossa sociedade, ainda persiste muito preconceito sobre certos aspectos. Então, nas pequenas localidades interiores ainda parece ser pior. Tudo depende das pessoas, e sobretudo delas, mas também depende dos outros. Há aquelas pessoas que querem viver as suas vidas descansadas da melhor maneira que conseguem e podem e, o que sucede, é que não conseguem devido a pessoas intrometidas, pertencentes ou não à família, que fazem das vidas dos outros o único sentido que dão às suas. Ninguém parece ter ouvido a expressão “vive e deixa viver”… Então, e no que respeita à liberdade feminina, ainda muita gente vê com maus olhos certas liberdades que as mulheres, depois de tantos anos de vigilância, conquistaram, sendo ainda muitas submetidas a uma certa bitola apertada, que vai tão alto quanto a visão estreita da pessoa alcança. Ainda há pouco tive oportunidade de conviver com um dos muitos problemas que ainda subsistem teimosamente, indiferentes a todo o tipo de evolução de mentalidades que vão lentamente mudando a sociedade. Nem toda a mudança é para mal, ao contrário do que muita gente pensa, há mudanças com as quais todos só temos a ganhar, e a liberdade pessoal é uma delas. As mulheres, ainda hoje, depois de casarem e se a relação não evolui de maneira favorável, terminando depois, não conseguem a liberdade de que tanto necessitam para refazer as suas vidas. A ideia de que a mulher tem de namorar e casar já passou, mas se, depois, precisa de namorar vários homens até ter a certeza de que encontrou o homem certo para refazer a sua vida, e,aí, a porca torce o rabo! A guerra familiar ou extra-familiar de que é vítima faz com que muitas se resignem a ficar sós, pelos mais diferentes motivos. As que têm a independência financeira e teimam em seguir as suas vidas, essas enfrentam a mesma batalha pertencente à mesma guerra todos os dias, o que é desgastante. Nalguns casos, acabam mesmo por pôr fim a relações familiares, sempre dolorosas. Tenho uma pequena, minha conhecida, cuja mãe foi vítima desse mesmo preconceito. Depois de um casamento falhado devido à violência doméstica, a senhora tentou refazer a sua vida e, depois de várias tentativas falhadas, lá conseguiu, finalmente, acertar, como ela diz. O que acontece é que os familiares não aceitaram estas “tentativas” todas. Ora, isto irritou-me sobremaneira. Expliquei à moça que a mãe era a primeira vítima desta situação toda, que os irmãos da mãe não compram a primeira camisa que provam numa loja, vão provar outras, antes de se decidirem pela que melhor lhes fica. Na vida pessoal, é um pouco assim. São raras as pessoas que têm a sorte de encontrar o homem das suas vidas à primeira vista. Isto simplificaria imenso a vida a muita gente. Mas como nem sempre isso acontece, tem de haver liberdade para as pessoas resolverem as suas vidas. Eu própria encontrei alguns homens, talvez a maioria e, se fosse hoje, sabendo o que sei, eliminá-los-ia da minha vida. Desde o meu casamento às relações que se seguiram, não valeram a pena, pelas mais variadas razões, mas de uma coisa tenho a certeza – não é minha culpa. As razões por que se juntaram a mim, sei eu agora, foram sempre as erradas. O que posso dizer é que ainda bem que acabaram… e por tudo isto que passei, eu sei dar valor! Por tal, e antes de julgarem seja quem for, façam um favor - calem-se!
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