Sempre afirmei que a importância que se dá a algo, independentemente do que seja, não vale por si própria, mas pelo valor que lhe é dado. Veja-se, por exemplo, o valor dos metais preciosos que, para a cultura ocidental, tem imensa importância, ou veja-se a importância que tem para um indígena de uma tribo brasileira, ainda não contagiada pela cultura dita mais desenvolvida. Tudo é relativo. Será esta uma verdade aplicável a tudo? Há, na nossa vida como seres humanos, certos aspectos vitais, sem os quais não poderemos viver e não precisamos muito de pensar para sabermos quais são. A importância deles é enorme, uma vez que são essenciais à nossa sobrevivência, enquanto espécie. O resto tudo é relativo e são as pessoas que lhes dão essa importância, ou não.
Para mim, a maior recompensa para quem escreve, é sem dúvida a atenção e o prazer que a sua obra pode suscitar no público leitor. É talvez o maior prémio – o reconhecimento público. Todo o autor tem um sonho – ser lido. E cada livro tem o seu perfil de leitor. Por isso, cada leitor aprecia mais umas obras do que outras. E todos somos, antes de mais, leitores. E ser-se leitor é apreciar-se aquilo que se lê e emitir uma opinião que pode ser mais ou menos profunda – pode ir de um simples “gosto” ou “não gosto” às considerações extensas tecidas sobre a obra que se leu. Mas a obra que não me convenceu, pode convencer outras pessoas. Já li obras premiadas que não me convenceram assim como li outras que me apaixonaram e vice-versa. Já me aconteceu também ler obras cujas críticas me chamaram a atenção, e cansar-me a meio. Poderemos daqui deduzir algo sobre o valor da obra? A meu ver não… Tem a ver, sobretudo, com o leitor. Então como poderemos encarar os prémios? Se pensarmos bem, qualquer prémio é atribuído por um júri, que conta, muitas vezes, com meia dúzia de pessoas “abalizadas” que, mediante certos critérios, se pronunciam pela escolha de um autor. Como leitores, têm a sua palavra a dar, e nada mais. Há que respeitar as suas escolhas, quer nós concordemos ou não com elas. O que é bom para eles, pode não ser para outros. Paciência. Se as pessoas que escolheram fossem outras, a escolha premiada seria a mesma? Isso não interessa. É a opinião deles. Há que respeitar. A literatura não pertence a meia dúzia de “entendidos” no assunto, mas também ao público em geral, que tem sempre a última palavra. Todos somos apreciadores, todos fazemos as nossas escolhas, com ou sem prémios. Não será a escolha anónima, que leva à compra de uma obra, um prémio já?
Fátima Nascimento
Antes de mais, devo dizer que entendo o estilo como uma forma particular de utilizar a língua, o que diz respeito a cada um. Depois, a língua foi criada foi criada para servir o homem e não o contrário. Aliás, foi o próprio homem que a criou para o servir na difícil arte de comunicar e, no vasto oceano que ela é, cada um tem a sua maneira de se exprimir, isto é, o seu estilo. Na escrita passa-se o mesmo. E a literatura não é, também, excepção.
Há já algum tempo atrás, tive a oportunidade de passar os olhos por uma entrevista realizada a um autor português muito conhecido que conheceu o sucesso, nacional e internacional, que se traduziu num volume de vendas considerável, o que me enche de orgulho, e, desde já, desejo-lhe a continuação. Segui a entrevista com muito interesse, dando igual importância às perguntas e às respostas, como sempre faço. A determinada altura, deparo-me com uma questão que me deixou perplexa. O jornalista perguntava ao autor o que pensava de determinadas críticas que colocavam em dúvida a qualidade literária do seu estilo. Deve ser a pior questão que se pode colocar a um autor. Para mim, só há duas posições a tomar perante o estilo dos autores: ou se gosta ou não se gosta. E é tudo. Depois a linguagem literária não é, a meu ver, unívoca mas plurívoca. Ninguém pode obrigar ninguém, nem deve, a escrever como qualquer outro autor cujo mérito é reconhecido por uma determinada classe cultural. O estilo é pessoal e, como tal, nunca poderá ser posto
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