opiniões sobre tudo e sobre nada...

Sábado, 3 de Maio de 2008
Objectivos ou pressão?

Não é sem um rasgo de espanto que ouvimos falar no que se passa em relação aos trabalhadores da ASAE, ou da PJ ou mesmo noutros serviços estatais. Os objectivos são bons para que não nos afastemos deles, seja em que trabalho for. O que me preocupa são os números tão claros, tão rigorosos… e, aparentemente, tão mal intencionados? Como é que se exige um determinado número de trabalhos a trabalhadores que têm uma responsabilidade muito grande, pois têm nas mãos o meio de subsistência de muitas pessoas, que realizem tais números de encerramentos, de coimas, etc.? Isto leva-nos a questionar a boa fé de quem decide tão claramente o que pretende de tais serviços. Objectivos ou pressão? Talvez os dois. Como objectivos sempre os houve, mesmo que não estivessem definidos no papel, esta súbita, e algo caricata, ordem parece ter mais a ver com pressão do que com os objectivos propriamente ditos. Para já, estes objectivos têm como consequência directa a pressão a que os funcionários públicos estão sujeitos. Um dia destes, uma pessoa, dentro de um dos muitos serviços estatais, sentada ao computador, desesperava, queixando-se que o sistema operativo informático não funcionava e, em voz alta, perguntava, algo irritada, como é que “eles” queriam que os objectivos fossem atingidos se o próprio sistema informático não funcionava? No que respeita ao serviço de investigação, estes têm de ser muito mais cautelosos para não cometerem erros, porque, e mais uma vez, está a vida das pessoas em risco. Por isso, esta ideia de impor um número determinado de serviços por pessoa foi feita por pessoas que não sabem o que é e como é trabalhar em determinados serviços com as condições que têm. Agora, há uma outra questão que me incomoda - Porquê esta súbita preocupação em apresentar serviço feito? Será que o governo pretende alimentar a sua máquina propagandística de forma a melhorar a sua imagem, tão desgastada, junto dos cidadãos, tendo em vista as próximas eleições? É que embora ainda falte algum tempo, o governo precisa desse mesmo tempo para reabilitar e não o vai conseguir fazer, pelo menos na totalidade. Uma das razões tem a ver com a falta de liberdade pessoal que essa pressão vem tirar junto de cada funcionário. Nota-se uma vontade muito forte por trás de cada decisão, uma pressão enorme da máquina governamental que faz lembrar outros tempos – os do medo.

 

Fátima Nascimento



publicado por fatimanascimento às 10:43
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Quarta-feira, 3 de Outubro de 2007
Situações insólitas

Há situações no mínimo insólitas e incompreensíveis! Desapareceu uma criança há quase meio ano, sem deixar rasto, do sul do país, deixando toda a população portuguesa, e não só, consternada. O que é que todos esperam quando algo assim sucede? Que todos os esforços se conjuguem para encontrar o mais rapidamente a criança ou para descobrir o que lhe aconteceu. Mas a que é que assistimos? A duas polícias que, em vez de juntarem esforços para resolverem este caso o mais rapidamente possível, trocam comentários que em nada ajudam a solução deste triste caso. Eu compreendo que deve ser emocionalmente intenso e esgotante esta investigação, uma vez que parece não haver pistas, mas a culpa não é, certamente, das forças policiais portuguesas, que, como toda a pessoa no seu emprego, dá o seu melhor. Não é só a imagem dessas forças policiais que está em causa, como também a do próprio país que, aqui, pode mostrar, ou não, a sua capacidade para resolver este caso. O caso Joana, (e não só), que ainda levanta muitas dúvidas, não contribui também para a serenidade das forças policiais, que não chegaram, ao que parece, a nenhuma prova conclusiva, tanto quanto sei. Depois, a imprensa inglesa não está a ser branda com a nossa polícia judiciária, acusando-a de não ter cumprido bem a sua função, o que não favorece igualmente, em nada, esta investigação. Agora, todas as pistas são boas, e têm de ser seguidas, não se devendo deixar nenhuma de lado, pelo menos enquanto não se provar que determinada pista é falsa. Depois, cada polícia pode seguir as suas pistas, mesmo que as forças policiais não estejam todas de acordo em relação às mesmas a seguir. O que não se compreende é que as polícias, andem de candeias às avessas, com acusações que nada contribuem para a resolução deste caso. O que se espera delas, não é demissões ou afastamentos de pessoas que conhecem bem o caso, e precisam-se de todas as pessoas para o resolver, mas da conjugação dos seus esforços. Quanto à comunicação social, ela terá de se afastar um pouco do caso, e esperar, pacientemente, que haja notícias interessantes e conclusivas sobre a evolução da investigação, tentando afastar, deste caso, toda a emoção, provavelmente, resultante da pressão a que as forças policiais estão a ser sujeitas. Esperemos é que a serenidade regresse à investigação, porque está a sorte de uma menina em jogo e a justiça que tem e deve ser feita. E todos queremos ver este caso resolvido o mais rapidamente possível, não é? Para isso, tem de haver serenidade…



publicado por fatimanascimento às 06:27
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Sábado, 11 de Agosto de 2007
O caso de Maddie e de tantas outras crianças...

   Este é mais um caso chocante, envolvendo desaparecimento de uma criança, para juntar a todos os outros que já conhecemos e outros que o mundo desconhece. O que mais me assusta, é ver como as crianças desaparecem sem deixar rasto… nas mais variadas idades, deixando as autoridades completamente desorientadas. E isto não se passa só aqui, mas parece ser assim em todo o mundo. Parece que o fim dos enredos policiais só existem mesmo nos romances policiais, nos casos reais, bem, os reais ficam a meio…

   O caso Madie, lembrou-me um que eu vivi aqui há uns anos com a minha filha do meio. Tinha-me separado há pouco tempo, e tinha ido ao supermercado com os meus três filhos, a mais pequena dos quais tinha poucos meses. Como estávamos com pressa, eu colqouei a cadeirinha do bebé no carro, colocámos as compras na bagageira e, quando nos preparávamos para partir, os dois mais velhos lembraram-se que tinham de arrumar o carrinho das compras, tarefa que coube à minha filha do meio e o mais velho foi buscar um saco que deixara guardado no balcão das informações do supermercado, quando entráramos. Eu, que esperava pelos dois, decidi, a determinada altura, retirar o carro do sítio onde estava estacionado, e colocá-lo a jeito de sair, logo que eles chegassem. Foi o melhor que me poderia ter passado pela cabeça. De repente, quando olho pelo espelho retrovisor, vejo um indivíduo ruivo, gordo a aproximar-se da minha filha, ao que parecia para lhe pedir alguma informação. Não liguei. Voltei a olhar pelo retrovisor para cobrir o regresso deles, quando vejo a minha a minha filha a ser conduzida pelo tal indivíduo, que já lhe havia posto familiarmente o braço pelos ombros e se inclinara para lhe dar um beijo na face. Eu estranhei aquilo que me pareceu um abuso. Saí imediatamente do carro e gritei à miúda o que se passava. Ele fez-lhe ainda algumas perguntas, e saiu apressadíssimo do pé dela, deixando a miúda tão confusa como no momento em que a abordara pela primeira vez. Ela, então com oito anos ainda (quase nove), confusa ainda, contou-me que lhe parecia que a levava em direcção ao carro dele, já não me lembro a que pretexto, e quando a interroguei porque é que ela ia, respondeu-me que pensava tratar-se de familiares do pai que ela não conhecia ainda, e que residiam em França a maior parte do tempo. Fiquei aterrada! Percebi imediatamente o que se tinha passado! Graças a Deus, eu tinha retirado o carro do estacionamento, graças a Deus, o homem levara-a por aquele caminho, de onde pude ver o que se passava e agir prontamente, graças a Deus…

   Ainda a propósito deste assunto, li, aqui há uns anos atrás, um artigo sobre os casos de pedofilia na Bélgica que me chocou profundamente. Tinha chegado a Santa Apolónia para apanhar o comboio que me levaria a casa nesse fim de semana e, como ainda tinha tempo, resolvi comprara a revista Paris Match, que trazia, ainda me lembro, na capa a fotografia do malogrado John-John Kennedy e da sua mulher que haviam falecido naquele trágico acidente aéreo. Eu, ao abrir a revista, e depois de ler o que acontecera ao casal, continuei a folhear a revista e encontrei aquilo que nem na capa me lembro de estar anunciado: uma reportagem sobre os casos de pedofilia na Bélgica. Tratava-se daquilo que me pareceu o depoimento de vários polícias que haviam trabalhado afincadamente na rede pedófila e, quando se estavam a verificar resultados, isto é, quando começaram a ver que a investigação conduzida por estes profissionais estava a dar resultado, e os culpados estavam prestes a serem descobertos, e que esses culpados estavam muito bem posicionados na hierarquia social, esses profissionais foram inexplicavelmente afastados das investigações e substituídos por outros, cuja função levou ao impasse das investigações. Ao ler a descrição de tudo quanto aqueles corajosos jornalistas fizeram para sair daquele país com vida, aconselhados pelos não menos corajosos e íntegros polícias, percebi o perigo todo…

   A solução para casos destes, passa pela criação de uma polícia especializada nestes casos, independente, paga directamente pelos contribuintes, interessados na resolução destes casos. Como nos casos das associações por quotas, fundações… Eu sentir-me-ia mais segura, não se porquê… ou talvez saiba.



publicado por fatimanascimento às 11:48
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