A violência alastra a todo o Reino Unido. Não sei o que se passa. De facto, já há muito que deixei de ouvir as notícias. Não é porque não me interesse o que se passa com os meus irmãos do outro lado do mundo ou aqui perto. Não é nada disso. O que me surpreende – sempre pela negativa – é a reacção dos governos. Os que deveriam mostrar mais tacto, e ter mais cuidado nestas situações, são os que reagem pior! Não possuem o mínimo de sensibilidade para interpretarem os acontecimentos ou tentar perceber – e divulgar – as razões que estão por trás de tanta violência! Porque há sempre razões para as pessoas se manifestarem. Nem que sejam as piores! Mas existem! Nestes casos, é quando se deve ter mais cuidado para perceber alguma razão válida e pensar nela profundamente para encontrar a devida solução. E se forem as piores, a solução é igual. Enviar a polícia de choque, é só uma solução momentânea. Não resolve nada! O que me chocou, e só ouvi a notícia de raspão, foi a jornalista comentar que o governo inglês continuava com a mesma interpretação. E esta não era nada boa! Mostra que optam pela solução mais fácil! E, assim, não se vai a lado nenhum ou só se pioram as situações. Mas como a polícia de choque ainda aqui há uns anos atrás foi a solução para a França, quando o ministro do interior era Nicholas Sarkozy e este chegou a Presidente da França, ou seja, resultou, pelo menos a nível de eleitorado, continua-se a utilizar a mesma técnica. É claro que nada se resolve com violência mas a sua ausência também não resolve problemas. Esta é que é a questão! Para mim, quando alguém se revolta a este ponto é porque tem um motivo e está desesperado. Mas voltando ao caso ainda da França, no tempo dos infelizes Luís XVI e Maria Antonieta, este governo inglês, constituído, na sua maioria por membros milionários, não admira que sintam alguma indiferença pelos problemas sociais ingleses. Afinal, nunca os sentiram na pele. Mas que utilizem uma atitude parecida à que Maria Antonieta teve, quando o povo francês se manifestava por falta de pão e esta foi informada disso, ao proferir, na sua inconsciência do que é ser pobre e sofrer privações, “Se não têm pão, comam brioches”… é não ter aprendido nada com a História da Humanidade! Pelo menos isso!
A nova maneira de representar
Sempre adorei os filmes portugueses onde actores inesquecíveis desempenham brilhantemente papéis fulcrais nos filmes que ainda se revêem com prazer. Lembro-me de seguir o fio do enredo com tanto prazer quanto se pode tirar de um filme. Eles encantavam com a sua interpretação tão viva e natural. Os actores vestiam a pele da personagem como se da sua própria se tratasse não se conseguindo distinguir a fronteira entre o actor e a personagem. Porém, e alguns anos após tão fantásticas interpretações/ representações, parecíamos haver caído num espécie de representação que em nada se assemelhava àquilo que havíamos conseguido fazer com aqueles maravilhosos actores que todos conhecemos e adoramos ou à vida real. Parecia querer-se fundar uma nova escola e tentar uma nova espécie de interpretação que nada tinha de natural ou espontâneo. Foi aí que eu me desliguei das artes dramáticas. Nada me diziam. Ainda me lembro do furor das telenovelas brasileiras que vieram, de certa forma, colmatar a sede e a fome de boas representações que havia naquela época. Eu não me revia, em nada, naquela forma portuguesa de representar e quando falavam das diferenças entre a brasileira e a portuguesa, era sempre esta que perdia no que à minha bitola dizia respeito. Desde pequena que devorei sempre os filmes norte americanos com a sua forma brilhante de representar e sempre estranhei esta forma portuguesa de representar. Mas havia quem a justificasse e até a defendesse quando trocava ideias com pessoas mais ligadas às artes. Eu, na minha simplicidade, não compreendia como, e após se ter atingido um memorável apogeu de boas representações, havíamos caído numa forma tão particular de representar que nada me dizia. Sempre fui e sou da opinião que há que melhorar tudo quanto fazemos mas para tentar uma nova via na representação é preciso estar certo de que é essa a melhor forma de representar. Para mim, uma boa representação/interpretação é aquela que se parece à vida real, confundindo-se com ela. Lembro-me de uma célebre actriz portuguesa, numa entrevista ter manifestado a sua opinião tão parecida à minha, também ela não aceitava uma representação que se desmarcasse da vida real mas como em tudo neste país, também ela dizia que iria levar algum tempo até se perceber ou aceitar que a representação não poderia ir nesse sentido. E tanto que não podia que faliu. Agora, temos umas produções que, juntamente com umas interpretações brilhantes pregam pessoas às televisões que seguem a ficção portuguesa com muito interesse. Esta forma de representar natural, que se assemelhe à vida real, não só válida para os filmes ou para as telenovelas, é também válida para o teatro. Para mim toda e qualquer forma de representação tem de ser dotada da naturalidade e espontaneidade capaz de se confundir com a vida real. Só assim ela será credível.
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