Acabei de rever o filme de Claude Leclouch, Les uns et les autres, que, como tantos outros filmes sobre o mesmo tema, me marcou profundamente. Como todos sabem o filme roda à volta da Segunda Guerra Mundial, e de todos os contornos marginais à própria guerra, como a tentativa de extermínio de certas etnias. O filme, tal como todos os que se debruçam sobre o mesmo tema, revela bem o sofrimento provocado nas populações pela consequência desses ideais, sem excepção. Não vamos pensar que todos os alemães eram nazis. Muitos daqueles que se manifestaram de alguma forma contra o regime ditatorial, sofreram as consequências, chegando mesmo alguns a pagar com a própria vida a sua audácia. Depois, com as consecutivas invasões, esse extermínio estendeu-se a outros países. O mesmo ambiente de medo e desconfiança, as denúncias…
Uma das boas razões porque se estuda a História, é não só para aumentar a cultura dos alunos, ou chateá-los com datas, pessoas que já morreram e factos passados, mas é, sobretudo, para podermos reflectir, enquanto adolescentes, e aprender com os erros do passado de forma não contribuir, no futuro, para a realização da sua repetição. Sobretudo ter a sensibilidade e a inteligência de ler os sinais que poderão contribuir com um retrocesso na História da Humanidade. Mas, para além da História, os documentários com os testemunhos das pessoas que sofreram os horrores físicos e psicológicos (e psíquicos!) dessa época, debaixo do domínio do regime nazi, e das directivas que o orientavam. Talvez, estes testemunhos na primeira pessoa sejam os que melhor traduzem todo aquele horror. Não esquecer os diários que sobreviveram àquela época e que corroboram em tudo o que os documentários revelam. Isto, para já não falar dos próprios soldados russos e americanos que libertaram os prisioneiros dos campos de concentração e que observaram presencialmente, e em primeira mão, o estado das pobres pessoas aprisionadas.
O que me admira são os novos movimentos, que se regem pelos mesmos ideais e que parecem ganhar, cada vez mais, adeptos, apesar da informação toda que existe. A acrescentar a isto, o que chega a ser incrível é a audácia de rejeitarem a própria História, chegando ao ponto de negar certos factos por todos já aceites como uma verdade inequívoca. Depois, o ódio e a violência inerentes a estes grupos assusta qualquer um, quanto mais pactuar com eles… Há certos ideais que têm de ser submetidos a uma séria reflexão, e há que pensar nas consequências reais deles, antes de serem abraçados pelos adolescentes e jovens. Há que pensar seriamente, porque nem vale a pena imaginar o que será uma sociedade submetida a tais ideais, pois disso já temos, infelizmente, exemplos bastante concretos e elucidativos e ainda não muito distantes no tempo.
Fátima Nascimento.
Sem ideias não há nada. E é precisamente este aspecto que distingue o criador do plagiador – as ideias. Há criadores com uma imaginação inesgotável e há outros com pouca. Os primeiros, os criadores, esses, pegam numa folha em branco e deixam escorrer nela a imaginação. Os outros, os que têm pouca imaginação, mas gostam de escrever, (porque todos escrevemos, uns sobre a realidade que nos envolve, os outros sobre uma realidade toda ou quase toda ela fictícia), e há duas espécies: os honestos e os desonestos. Os primeiros, pegam na vida e buscam nela inspiração, e, a partir daí, criam todo um enredo entretecido de realidade e ficção ou pegam em situações hipotéticas e fictícias, tecendo, a partir delas, todo esse mesmo enredo. Depois, vêm os outros, os desonestos, aqueles que pouco ou nada têm a dizer, ou aqueles que têm algo a dizer, mas que não têm coragem para o fazer, pelas mais diversas razões, havendo ainda aqueles que têm uma linha contínua de criações, sem grandes desvios significativos, que pretendem algo mais ambicioso. São este tipo de criadores que precisam de uma ajuda, para concretizarem algo na vida. Geralmente essa ajuda vem, salvo algumas excepções, que as há, de ideias subtraídas a outros, das mais diversas maneiras. Procuram, através das ideias dos outros, conseguir a tão almejada notoriedade que, julgam eles, não conseguem dentro da linha seguida por eles. É, talvez, essa ganância desmesurada, aliada a uma vaidade, também ela desmesurada, que faz com que os plagiadores se atrevam e corram riscos de um dia se verem desmascarados. Lá diz o nosso povo que, “quem o alheio veste na praça o despe” e, salvo raras excepções, assim acontece. O que acontece é que estas raras excepções se vão tornando, cada vez mais, frequentes. Estes criadores acham que nunca irão ser descobertos e, depois, se tal acontecer, já têm os bolsos cheios de dinheiro, que, muitas vezes, é o móbil principal de tal atitude. São eles que se podem incluir no grupo dos que “têm medo mas não têm vergonha”. Enquanto se prova esse plágio e não prova, já eles ganharam muito dinheiro com a obra editada, pelo que o crime acaba sempre por compensar, de alguma forma. Depois, surge também, dentro do plágio, a eterna questão – quem é o verdadeiro criador da obra, aquele que teve a ideia ou o plagiador que a copiou e a desenvolveu à sua maneira? A questão poder-se-á colocar de outra forma, o que é mais importante – a escrita ou a ideia? Por mim, eu posso responder que o mais importante é a ideia/imaginação, sem a qual não há nada. E provar que é a este criador que pertence a ideia é sempre difícil em termos judiciais, mas não é impossível. Depois, há várias maneiras de se fazer justiça – o leitor tem também uma palavra a dizer.
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