opiniões sobre tudo e sobre nada...

Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2009
A igreja, a homossexualidade e amor

Dadas as últimas notícias vindas a lume, a igreja deveria de ponderar a possibilidade de se acabar com o celibato forçado. Conheço tantas histórias! O que não compreendo é a teimosia e a incapacidade de se modificar frente aos problemas ou situações com que se depara. Alguns deles bem graves que estropiaram a vida de algumas crianças, agora adultos. Como olhar para seres que, em nome de altos ideais religiosos acabaram por sucumbir à tentação da carne violando a intimidade corporal de crianças que são, por natureza, os seres mais indefesos? Estou a referir-me ao caso passado na Irlanda, há alguns anos atrás, e só recentemente divulgado pelos meios de comunicação. Não é com pedidos de desculpas que resolvem estes casos. Também não é com o castigo! É tomando consciência deles e tomando atitudes para que se não repitam. Como? Para já, começando por não impor o celibato que deve ser uma escolha pessoal. Depois, passa também pela aceitação da homossexualidade desses religiosos e dar-lhes a liberdade de terem parceiro. Se a igreja irlandesa já admitiu, e depois de muitos anos de encobrimento silenciando, inclusive, as vozes religiosas que denunciaram abertamente estes casos, (isto é que é grave!), a existência da homossexualidade entre os seus membros, só tem que encarar a situação e tentar resolvê-la. Não sei se isso acabaria com a pedofilia entre os membros da igreja, (ainda não percebi a pedofilia!) mas evitaria certamente muitos casos. A felicidade de um religioso passa também pela sua felicidade pessoal, e esta pelo seu equilíbrio corporal que afecta o aspecto mental e moral. O amor tão apregoado pela igreja, e só aceite pelos seus membros na vertente ligada a Deus, existe sob várias nuances. Uma delas é a do amor entre duas pessoas! Não compreendo como se pode dispensar uma boa vocação religiosa só porque a igreja não aceita o casamento dos seus membros. Também não entendo porque estes têm de recorrer a subterfúgios para conseguirem ter uma vida sexual normal com as pessoas amadas. Nem podem mostrar esse tipo de amor frente aos demais ou serão sacrificados! A vida religiosa já de si não é uma tarefa fácil. E não tem de ser uma cruz a carregar pela vida fora! Conheço pessoas que abandonaram a vida religiosa quando se viram forçados a optar. E a vocação continua viva! São almas que vivem a meio gás. Não vejo nada neles que não veja nos que se sacrificaram ao celibato! Talvez veja nestes uma honestidade e um conhecimento de si próprios que os levaram a optar pelo caminho do casamento. Não há mal nessa escolha. Há só uma felicidade parcial. O mal está na igreja que não quer ver isto. Depois, se a igreja já aceita no seu seio casais vindos de outras práticas religiosas, como é que ainda teima em negar aos seus esse mesmo direito? Não vejo nada na religião que combata a ideia do casamento entre os seus membros ou dos seus membros com outros pertencentes à sociedade civil. Foi uma prática assumida e nunca questionada ao longo do tempo. Antes de serem religiosos, os membros da igreja são seres humanos, com as mesmas necessidades que os outros. Antes de serem uma comunidade religiosa são uma comunidade de homens. Antes de se voltar para a sociedade civil, a igreja deveria de se voltar, primeiro, para si e perceber o que tem de fazer. Para já, dêem liberdade de escolha aos seus. Só assim a comunidade religiosa poderá descansar numa paz verdadeira. É assim tão difícil? Basta de parecer e tentar ser para variar… Depois, quem sabe se estes problemas não são exclusivos do século actual tendo o mesmo acontecido ao longo dos séculos anteriores? A única diferença é que agora esses terríveis segredos têm a possibilidade de serem denunciados.



publicado por fatimanascimento às 12:20
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Sábado, 23 de Maio de 2009
Famílias homoparentais

Nunca olhei a raças, credos ou culturas… sempre me concentrei na natureza humana. Como tal, consigo ultrapassar muitos dos preconceitos que dominam as sociedades. Não sou a única a fazê-lo. Como tal, aceito as relações homossexuais, assim como nada tenho contra a adopção de crianças pelos mesmos. Considero “BrokebackMountain" um dos filmes de amor mais bonitos da história do cinema. Qualquer relação baseada no amor é bonita. Sejam elas de natureza heterossexual ou homossexual. Defendo o direito à união matrimonial e à adopção. Há, no mundo inteiro, crianças necessitadas de pessoas, casais ou não, que as amem e protejam, seja qual for a sua orientação sexual. Sempre defendi que as crianças precisam antes de mais, de alguém que as ame e as proteja. E isso pode vir de qualquer ser humano dotado de boa índole, que possua uma enorme e verdadeira capacidade de amar. Porque, para além das diferenças, somos antes de mais, seres humanos. E é no ser humano que temos de apostar, independentemente das diferenças, que são menores, quaisquer que sejam. O que é mais difícil de perceber é a natureza do ser humano que temos pela frente. E, deixemos de rotular estes e aqueles, porque a maldade reside, muitas vezes, onde menos se espera. Ninguém é mau só porque é diferente. Eu não sinto os homossexuais diferentes de mim. Tenho amigos homossexuais, de ambos os sexos, que são excelentes pessoas e que precisam, como todos nós, de sorte para serem felizes. Alguns deles dariam excelentes pais, mais do que alguns heterossexuais que conheço e que, de pais, têm muito pouco ou mesmo nada. Tudo é relativo. O que temos é de deixar de rotular as pessoas, uma vez que isso não nos torna mais felizes ou aos outros. Um dia, ao falar de homossexualidade junto de adolescentes, estes mostravam-se muito renitentes, com a ideia de que aqueles eram pessoas doentes que andavam a perseguir outras para fins de natureza sexual. Há de tudo. Há heterossexuais que são doidos por sexo e há aqueles mais calmos. O mesmo se passa com os homossexuais. O que não podemos fazer é acusá-los injustamente de todas as perversidades só por serem supostamente diferentes. O que é ser diferente? Para mim, não é, certamente ser-se homossexual, é ser-se um monstro com rosto humano. Estes é que são perigosos. Por que o mal existe e o ser humano não é invulnerável ao mesmo. O facto de o exemplo ser marcante para a criança, isto não está bem estudado. Depois, qual é o mal de vir a ser homossexual? Não é crime. Na vizinha Espanha, já se evoluiu nesse sentido. Não muito, porque a lei não acaba com os preconceitos, mas ajuda. A pouco e pouco, a homossexualidade vai ser aceite e as famílias, constituídas por casais homo ou heterossexuais, vão poder confraternizar em harmonia, sem qualquer tipo de medo infundado. Há que avaliar o ser humano pela sua natureza, boa ou má, não pela sua raça, etnia, cultura, posição social ou inclinação sexual. O mal é transversal a estas diferenças anteriormente apontadas. A questão é saber onde reside o mal. E isso é o mais difícil.

 



publicado por fatimanascimento às 11:09
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Sexta-feira, 26 de Setembro de 2008
A "lei de 10 de Outubro"

Hoje recebi uma mensagem de um amigo pedindo que fizesse algo no sentido de acabar com uma discriminação que não faz sentido. Referia-se à “lei” que vai ser votada, no próximo dia 10 de Outubro, na Assembleia da República e que procura evitar a ainda existente discriminação que existe entre casais heterossexuais e homossexuais. Já vários países deram o passo nesse sentido, reconhecendo que era já altura de acabar com uma situação intolerável que é a de haver cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. No que ao preconceito diz respeito, pouco ou nada se pode fazer, a não ser aquilo que muitos guionistas vão fazendo nas telenovelas e filmes, tentando levar às pessoas a mensagem de que todo o amor é lícito, e tem o direito de se exprimir livremente, como outro qualquer. O que não pode, (nem deve), acontecer, na minha opinião, é haver leis discriminatórias que façam essa mesma diferença. Para mim, toda a lei tem uma virtude: evitar qualquer tipo de discriminação perante os cidadãos que trabalham e contribuem para o desenvolvimento de um país, com o seu esforço e dedicação. Eles têm os mesmos deveres que os outros cidadãos perante a lei, o que não faz sentido é que seja a própria lei a fazer a diferença, quando se trata de algo tão básico como querer ver reconhecida, como qualquer outro casal, a sua união perante a lei e os seus compatriotas. Penso que esta lei a ser votada no próximo dia 10, mais do que mostrar o tipo de estado que temos, mostrará também o tipo de pessoas que escolhemos, (e que não conhecemos, os únicos que conhecemos, e mal, são os cabeças de lista!) para nos representarem num órgão tão importante como é uma Assembleia da República. Há, por isso, que estar atento e ver se eles saberão estar à altura da situação e saberão responder, de forma acertada, a um passo que marcará, decisivamente, a nossa sociedade e o nosso país. Se queremos um país mais justo, e todos nós precisamos disso, mais tarde ou mais cedo, nesta ou naquela situação, há que velar por aqueles que escolhemos para nos representarem e ver se o seu desempenho está, ou não, de acordo com aquilo que pretendemos para o nosso futuro, para o nosso país, para a sociedade que queremos para nós. A homossexualidade existe, e não é só de agora, como muitos pensam, e já é encarada com naturalidade senão pela maioria, pelo menos por uma grande parte dos cidadãos portugueses, por isso há que aceitar e resolver este único problema ainda existente que é o da discriminação face a uma lei injusta que, a meu ver, em nada enobrece o nosso país e que, ao contrário do que faz, deveria era proteger todo e qualquer tipo de cidadão que contribui para o enriquecimento do mesmo (e não só!).



publicado por fatimanascimento às 10:13
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