Apesar das mudanças já aceites na nossa sociedade, ainda persiste muito preconceito sobre certos aspectos. Então, nas pequenas localidades interiores ainda parece ser pior. Tudo depende das pessoas, e sobretudo delas, mas também depende dos outros. Há aquelas pessoas que querem viver as suas vidas descansadas da melhor maneira que conseguem e podem e, o que sucede, é que não conseguem devido a pessoas intrometidas, pertencentes ou não à família, que fazem das vidas dos outros o único sentido que dão às suas. Ninguém parece ter ouvido a expressão “vive e deixa viver”… Então, e no que respeita à liberdade feminina, ainda muita gente vê com maus olhos certas liberdades que as mulheres, depois de tantos anos de vigilância, conquistaram, sendo ainda muitas submetidas a uma certa bitola apertada, que vai tão alto quanto a visão estreita da pessoa alcança. Ainda há pouco tive oportunidade de conviver com um dos muitos problemas que ainda subsistem teimosamente, indiferentes a todo o tipo de evolução de mentalidades que vão lentamente mudando a sociedade. Nem toda a mudança é para mal, ao contrário do que muita gente pensa, há mudanças com as quais todos só temos a ganhar, e a liberdade pessoal é uma delas. As mulheres, ainda hoje, depois de casarem e se a relação não evolui de maneira favorável, terminando depois, não conseguem a liberdade de que tanto necessitam para refazer as suas vidas. A ideia de que a mulher tem de namorar e casar já passou, mas se, depois, precisa de namorar vários homens até ter a certeza de que encontrou o homem certo para refazer a sua vida, e,aí, a porca torce o rabo! A guerra familiar ou extra-familiar de que é vítima faz com que muitas se resignem a ficar sós, pelos mais diferentes motivos. As que têm a independência financeira e teimam em seguir as suas vidas, essas enfrentam a mesma batalha pertencente à mesma guerra todos os dias, o que é desgastante. Nalguns casos, acabam mesmo por pôr fim a relações familiares, sempre dolorosas. Tenho uma pequena, minha conhecida, cuja mãe foi vítima desse mesmo preconceito. Depois de um casamento falhado devido à violência doméstica, a senhora tentou refazer a sua vida e, depois de várias tentativas falhadas, lá conseguiu, finalmente, acertar, como ela diz. O que acontece é que os familiares não aceitaram estas “tentativas” todas. Ora, isto irritou-me sobremaneira. Expliquei à moça que a mãe era a primeira vítima desta situação toda, que os irmãos da mãe não compram a primeira camisa que provam numa loja, vão provar outras, antes de se decidirem pela que melhor lhes fica. Na vida pessoal, é um pouco assim. São raras as pessoas que têm a sorte de encontrar o homem das suas vidas à primeira vista. Isto simplificaria imenso a vida a muita gente. Mas como nem sempre isso acontece, tem de haver liberdade para as pessoas resolverem as suas vidas. Eu própria encontrei alguns homens, talvez a maioria e, se fosse hoje, sabendo o que sei, eliminá-los-ia da minha vida. Desde o meu casamento às relações que se seguiram, não valeram a pena, pelas mais variadas razões, mas de uma coisa tenho a certeza – não é minha culpa. As razões por que se juntaram a mim, sei eu agora, foram sempre as erradas. O que posso dizer é que ainda bem que acabaram… e por tudo isto que passei, eu sei dar valor! Por tal, e antes de julgarem seja quem for, façam um favor - calem-se!
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