Já começou a crise e já começou a insensibilidade dos Bancos! Todos os que têm empréstimos em bancos já viram as suas vidas agravadas com o aumento da mensalidade! Como se não fossem suficientes os outros aumentos, junta-se mais um. A crise, que não foi originada pelo povo português, nem sabemos de quem é a culpa, porque nestes casos ninguém averigua culpas ou responsabilidades. Não existem. E se se conhecem algumas, não dão em nada. Chegámos a um ponto em que todos os governantes se sabem governar-se a si próprios mas não parecem ser competentes para administrar o dinheiro do país. Os ricos cada vez estão mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. A violência aumenta com os assaltos arriscados e tornam-se cada vez mais temerários. Ainda há pouco, uma ourivesaria, dentro de uma grande superfície, foi assaltada. Não roubaram muitas peças, só as mais valiosas, ao que parece. Entraram com um jipe blindado na grande superfície, rebentando com as portas do supermercado, e dirigiram-se à loja cobiçada. Foi o que me contaram, numa das poucas visitas àquela grande loja, onde faço algumas compras. Isto não é por acaso. Tudo em uma causa. O empobrecimento social, com os despedimentos em massa, não são totalmente indiferentes a estes casos. As pessoas vêem-se na rua, sem meios de subsistência e com as mesmas despesas a caírem regularmente em casa. Alguns resignam-se e sofrem mas há outros que se revoltam com a situação e não querem saber de nada nem de ninguém quando lhes fizeram o mesmo. E são aqueles que nada têm a ver directamente com a sua situação que pagam os erros dos outros – dos responsáveis. E neste panorama há muitos implicados, quase todos eles administradores incompetentes. Uma coisa é certa: em Portugal não há empresários, há patrões. E é esta a mentalidade que acaba com toda e qualquer actividade económica existente neste país. É esta mentalidade que arrasa também com as finanças de qualquer país. Não sei onde vamos parar. Talvez a algum lado bom, agora que temos o FMI a espreitar por cima do ombro daqueles que se ocupam das finanças. Mas estes também não têm qualquer sensibilidade para com as necessidades sociais dos portugueses. Vejam-se as revoltas gregas. São pessoas que diariamente sentem o aperto do cinto imposto. São estas que verdadeiramente sofrem as consequências directas da crise. E não se consegue viver assim. Dá cabo da moral e da esperança das pessoas em geral. E se se perdem estas duas, pouco ou nada há a fazer. E há outras soluções. Kenneth Galbraith sobre o qual já escrevi, tem ideias boas, mas é daqueles a quem ninguém escuta. Por que será? Poderia dizer-se que é um proscrito. Ouvem mas não escutam. Ninguém pretende mudar seja o que for, desde que haja alguém a ganhar com isso. E há coisas sobre as quais nem se pensa até. Todos se limitam a imitar sem questionar qual o melhor caminho. Talvez porque o que verdadeiramente lhes interessa é o lucro, não as pessoas. E enquanto isto durar, irá haver sempre convulsões sociais. Haverá sempre descontentes. Revoltados mesmo ou até depressivos!
Há pouco tempo, li uma notícia sobre a recuperação de casas, de traço e construção antigos, que estavam votadas ao completo abandono numa localidade onde só existiam dois habitantes, já idosos, que haviam resistido ao destino da partida. Uma empresa portuguesa, antecipando-se a outra inglesa, adquiriu aquela aldeia e reconstruiu as casas com fins turísticos. Aqui poderão adquirir-se casas de férias para portugueses e estrangeiros. As outras que não serão vendidas irão, ao que parece, ser exploradas como unidades turísticas. Até aqui conseguiu-se algo bom para aquela pequena localidade, esquecida no tempo e no espaço, a recuperação do património habitacional, e a sua repovoação, ainda que periódica, que dará vida àquelas paragens.
Este património que estava votado, até há pouco, a um desaparecimento total, uma vez que o ninguém ligava àquelas casas ou pensava sequer
No que à recuperação do património diz respeito, pode dizer-se que o objectivo foi atingido, agora, temos é de pensar, ao mesmo tempo, na repovoação e fixação das populações às localidades. Para isso, os projectos têm de ir mais além do património habitacional. Têm de ser acompanhados por um projecto de desenvolvimento da própria localidade. Não falo só da parte mais lógica que será o desenvolvimento agrícola, que tanta falta nos faz, mas de outros projectos que, a partir daquele, virão atrás. É só pôr a imaginação a funcionar. Há muito a fazer neste país, para além da parte económica, a que se dá tanta importância hoje em dia, há muito a fazer no que respeita ao conhecimento da flora e fauna locais, a preservação do património arqueológico… e muito mais. O resto virá, estou desconfiada, por si.
Fátima Nascimento
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