O mundo está a acordar. Nem mesmo a necessidade premente de conseguir um emprego que possa manter as pessoas numa sociedade governada pelo dinheiro, pode apagar da mente os direitos inerentes aos trabalhadores. Numa sociedade ocidental governada pelo capitalismo, o trabalhador é sempre o lado mais fraco, ainda que nos queiram iludir do contrário. Dependente de um trabalho, muitas vezes precário, sujeito a abusos de toda a espécie e sob a ameaça constante do possível desemprego, vê-se cada vez mais desprotegido submetendo-se a condições de trabalho que nada dignificam a condição humana: tanto a do empregador como a do empregado. As empresas, obedecendo à lei do mercado, procuram o máximo rendimento conseguido com o mínimo investimento. Uma das soluções escolhidas é a de fechar a empresa num determinado país, ou abrir num outro, onde a mão-de-obra é mais barata. Isto passa-se um pouco por todo o mundo. Só que o mundo, graças à informação, e também ao discernimento dos trabalhadores, percebem que a vida não tem de ser assim. É o que se passou recentemente na China. O regime comunista, ali implantado, não é mais do que um capitalismo disfarçado. As condições de trabalho continuam tão precárias como antes da implantação do mesmo, o que mostra claramente que não é a ideologia que interessa mas as pessoas que a implementam. Os trabalhadores, fartos de tanta exploração e de horários que mais se assemelham aos do início da revolução industrial europeia, acabaram por se revoltar. E já não era sem tempo! Foram precisas algumas desgraças para que os ânimos se exaltassem exigindo medidas. O mundo ocidental, cujas empresas são cenários desta revolta, provavelmente preocupados com a imagem passada para o ocidente, reagiu imediatamente aumentando os salários. A miopia ocidental é castrante! Como é possível olhar para um ser humano e reduzi-lo à simples condição de produtor de riqueza e pensar sanar o problema com um simples aumento de salário?! As pessoas têm de ter uma vida própria. Não são animais de gaiola, ainda que tentem dourar as grades. O ser humano é um ser livre: precisa de ter uma vida própria! O exemplo da China é um aviso às empresas que fogem para outros pontos do globo à procura de mão-de-obra barata que possam explorar implacavelmente: essa estratégia tem tendência a desaparecer, porque o ser humano pode ser ignorante mas não é necessariamente estúpido. Pode levar algum tempo, mas chega sempre lá. Ora, isto provoca algumas convulsões sociais que pode ser o rastilho para o rebentamento de algumas bombas sociais por esse mundo fora.
É incrível como chegámos tão longe no tempo com uma atraso tão grande nas mentalidades!
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