Estou de férias. Poucas notícias leio, até porque sei que não me vou alegrar com elas. Ainda assim, vou dando uma olhadela e o resultado é o mesmo – desânimo. Lembram-se da história/lenda de Robin dos Bosques e dos seus companheiros? Estava-se numa Inglaterra que vivia sob o poder do príncipe João, irmão do rei Ricardo, ausente numa cruzada. Ao contrário, de Ricardo, João era uma pessoa ambiciosa e sem escrúpulos. O povo vivia sob o efeito despótico desta regência, mal podendo respirar com tanto imposto e tanta injustiça. Foi então que surgiu aquela personagem que, não se identificando nada com a política do príncipe, resolveu unir-se a um bando que já vivia na marginalidade, restituindo ao povo o que lhe era indevidamente retirado. Todos os países passam por um ou outro momento das suas histórias por períodos mais ou menos negros como o registado naquele período inglês. Nós estamos a viver um mais ou menos parecido. Li há pouco uma notícia que dizia que a PT ficaria isenta do imposto relativo aos milhões ganhos com o tão badalado negócio da venda da participação da empresa portuguesa na empresa brasileira. Ela e os maiores accionistas da empresa! Só pagariam impostos os accionistas mais pequenos que pagariam no IRC, à percentagem de 21,5%, o imposto sob os lucros recebidos. (Se é que têm direito a parte desse lucro!) Ora, num país que enfrenta uma crise económica como a nossa, já com um sistema tributário tão injusto, não seria mais fácil, para todos, que todos pagassem, na devida proporção, os impostos ao estado que se diz tão carenciado? Para que nos servem empresas bem sucedidas se não cumprem os seus deveres para com o estado? Só para dizerem que criam postos de trabalho? É só este o único dever das grandes empresas para com o país? O resto, aquilo que não interessa – os impostos - fica para aqueles que já vivem com a corda na garganta? Depois, o que vão fazer com o dinheiro ganho na venda da participação à Vivo? Mesmo que o investissem, não sobraria ainda algum para pagar ao estado? O que não compreendo é a total ausência de obrigação que uma lei criada para tal a isenta do pagamento do imposto. Deveria pagar, ainda que pagasse muito menos já seria uma ajuda que aliviaria todos. Resta o povo e as pequenas e médias empresas… Se depois de sabermos que esta crise poderia ser contornada/enfrentada de outra forma, caso houvesse vontade política para tal, o que nos resta? A sensação que nada vai mudar… Os mais fracos continuam a ser os mais explorados e os mais fortes cada vez mais ricos e poderosos. Justiça social? Onde? Que utopia é essa? Até Robin dos Bosques parece ter saído da imaginação popular tão cansada de tantos e tantos séculos de abusos e sacrifícios!
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