Nem sempre acompanho as notícias, nem mesmo na televisão. Mas, nas que tenho acompanhado, sobretudo na rádio, escaparam-me muito provavelmente alguns aspectos das mesmas. Talvez devido à filtragem noticiosa, uma vez que os canais televisivos e radiofónicos estão dependentes de um apertado e melindroso horário. Talvez os jornais apresentem mais detalhes. Escaparam-me os mesmos, uma vez que tão pouco os compro! Enfiada no meu casulo, vou, uma vez por semana, lendo uma ou outra revista onde procuro essas notícias. Uma veio inesperada e indirectamente ter às mãos, numa entrevista realizada a Îan McEwan por ocasião do lançamento do seu último livro. Li a mesma com bastante interesse e, a determinada altura, falava do actual presidente dos Estados Unidos em termos muito elogiosos dizendo que “tem a semente da grandeza dentro dele” (o que todos nós já, de certo modo, descortinámos nele). Mas não foi isto que me preocupou! O que me consternou é o que ele diz mais à frente, na mesma entrevista, referindo-se agora a alguma da sua oposição e que também me chocou. Começou por dizer que o presidente “teve de enfrentar uma oposição muito amarga”. E, continuando a referir-se a esta, ele acrescenta que “não só (o) surpreendeu como (o) chocou o modo maléfico como esta estirpe de opinião da direita americana se lhe tem oposto, chegando mesmo ao ponto de ser racista.” Continua o escritor afirmando que está “espantado com as campanhas contra este plano (a reforma da saúde) com toda aquela retórica histérica, com o modo como os apoiantes do movimento Tea Party menosprezavam os congressistas negros”. E termina dizendo que “há uma força muito negativa na vida pública americana, mas que felizmente não venceu.” Elogiou o presidente que demonstrou “ser muito resistente e ser, sobretudo, um conciliador” por quem continua “a ter muita admiração” esperando que “agora a maré se altere a favor de Obama.” São estes pormenores que eu não sei se chegam ao nosso país ou ao resto do mundo, mas espero sinceramente que não passe despercebido aos americanos! Uma pessoa só sai com a imagem fortalecida publicamente perante as lutas que trava, da forma como as trava e contra quem as trava. À falta de argumentos e de pretextos para o atacarem quer pessoal quer politicamente, uma vez que ele acaba de conseguir uma vitória com a aprovação da reforma da saúde, tudo vale para alguns sectores da direita. Se são estes os apoiantes da direita americana, poderemos, por eles, chegar aos dirigentes políticos daquele sector partidário. Só se vota nos partidos (mais do que ideologias os partidos são um aglomerado de pessoas) com os quais nos identificamos. Não podemos deixar de nos interrogarmos: e se um partido com apoiantes destes ganhasse as eleições presidenciais norte - americanas? Assustador, não é?
Projecto Alexandra Solnado
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