E se um amigo decidir enviar-nos uma lembrança por ocasião do nosso aniversário? E se esse presente vier pelo correio? E se os portes dessa encomenda tiverem sido pagos no país de origem e, à chegada ao nosso país, nos pedirem mais dinheiro? O que se passa? E se o preço pedido corresponde a uma quantia igual ou superior à do preço do presente? Que fazemos?
Aconteceu-me uma situação parecida, mas há mais casos. Um amigo residente nos Estados Unidos muito simpaticamente quis enviar-me uma lembrança pelo meu aniversário. Recusei educadamente sem ainda perceber o caos que tal envio iria originar…
Apesar da recusa a encomenda veio. O carteiro que ma entregou pediu algo mais de quarenta euros pelo conteúdo. O meu espanto respondeu-lhe que não tinha nada que pagar. Insistiu que era uma encomenda minha e insinuou que teria sido algo que mandara vir do estrangeiro. Estive a ponto de largar uma gargalhada não fosse o impasse da situação. Respondi que não tinha dinheiro comigo pelo que deixou o recibo para eu levantar nos Correios durante os dias mais próximos.
Depois de falar com esse meu amigo, percebi que ele tinha pago os portes de envio e tudo estava regularizado pelo que não percebia como é que a encomenda trazia uma quantia presa a ela. Ele foi à agência dos correios norte-americana que não conseguiam perceber o que se tinha passado. Depois de muito andar, decidi-me ir aos Correios de Portugal perceber o que se tinha passado. Poderia ser que alguém me explicasse o que se tinha passado…
Antes de entrar nos Correios, fui ao Banco levantar dinheiro, não fosse dar-se o caso de não conseguir mesmo levantar a encomenda sem pagar… Depois da mesma estar sobre o balcão de atendimento, a senhora abriu, do lado exterior do pequeno caixote, a bolsa que continha os dados da mesma e, qual não foi o meu espanto, a insinuação da empregada concretizara-se. A encomenda havia sido taxada na alfândega onde parece terem feito um cálculo (muito acima) ao conteúdo da mesma…
Viu? Não lhe disse? As palavras dançavam na minha cabeça… Tive de pagar novamente o que estava dentro do recipiente e que desconhecia. Resumindo: tudo foi pago duas vezes, na origem e no destino! E desta vez ao outro aniversariante, o verdadeiro – o Estado – que foi quem verdadeiramente lucrou com o presente… que nem sequer era para ele!
Não sei se é sempre assim ou se é mais um efeito nefasto da crise que sempre serve de desculpa para todo o mal… a verdade é que certos produtos pagam taxas aduaneiras ao Estado o que nos faz pagar ao Estado o nosso próprio… presente! Há que informar-se primeiro… ou somos apanhados nas teias contributivas estatais!
Já há muitos anos fui a uma junta médica que modificou para sempre a minha vida. Fazendo o quê? O seu dever. Não sei como evoluíram as leis desde daí. A verdade é que eles conseguiram ver acertadamente o que se passava comigo e sinto que lhes devo algo. Porquê? – poderão justamente perguntar. Repito: realizaram todos um bom trabalho. Todos eles juntos. Nunca me esqueci daquela equipa e jamais me esquecerei. Agora, ao que parece, as leis devem ter mudado. Tudo indica que sim. Os médicos que fazem parte do sistema e têm de julgar os pacientes seguidos por outros não têm tarefa fácil. O que torna tudo ainda mais difícil é o sistema que parece regulado por leis imbecis que determinam que, para terminada doença bastam um x número de dias para a recuperação. Não dão mais. Se a pessoa não recompuser nesse espaço de tempo, não há nada a fazer. A lei não dá espaço para manobras. Custa-me a crer mas estas leis só podem ter sido redigidas por pessoas de má fé ou que se estão borrifando para os outros ou pensando mesmo o pior deles. Não sei exactamente que tipo de ideias ou imagens querem passar às pessoas: as pessoas não querem trabalhar e o português é preguiçoso procurando todo o tipo de esquemas para fugir ao trabalho. O que me custa nisto tudo é que as pessoas regulam de tal forma as nossas vidas que qualquer dia não damos um passo sem a hipótese de quebrar uma lei tal ela está apertada à volta de todos os portugueses. Depois, as doenças do foro psíquico ou psicológico, que são as mais difíceis de provar, uma vez que não deixam marcas conforme acontece com as quedas ou qualquer outro tipo de violência, são vistas com olhos apertados. Desconfianças da parte de colegas ou mesmo gozo à volta do assunto mas isso a ninguém interessa porque não são essa pessoas de má vontade que governam as nossas vidas? Mas, e as outras? O que acontece quando o médico na junta percebe que o doente ainda não está preparado para enfrentar o seu local de trabalho e um trabalho que requer o melhor de cada um e se vê apertado por uma lei incontornável? O que fazer? Surgiram as mais diversas hipóteses, mas nenhuma a mais adequada. Afinal, eles não sabem o que se passa, a história que despoletou toda a doença. Por que há sempre um motivo para qualquer doença. Até mesmo a do foro psiquiátrico. E eles não sabem. Não perguntam também. Não têm tempo. Tudo é realizado num tempo apertado. Mas, no final, sabe Deus, como acabaram por tomar a decisão mais correcta. Não sei por quanto tempo. Tenho colegas que estão há mais tempo de baixa do que eu, só que pertencem a outro subsistema de saúde, será que continua a haver portugueses de primeira e portugueses de segunda neste país? Há uns anos atrás, tendo o meu filho mais velho uma doença que precisava de cuidados só providenciados por hospitais centrais, fui parar a uma ponta do país. Baseada na necessidade de cuidados constantes pedi destacamento para uma escola que permitisse o meu filho ter os melhores cuidados quando precisasse. E aconteceu. Lutei contra todas as forças que alegavam que o destacamento era só para os efectivos. Pedi a lei com o intuito de a ler. Ficaram amuados com a minha decisão. Estava a duvidar da palavra deles! Não estava nada! Achava simplesmente que era impossível haver uma lei que fizesse tal distinção. Li a portaria até ao fim e descobri uma das alíneas, mesmo no final da redacção, que me permitia aproximar-me do meu local de residência! Foi toda uma descoberta. Ninguém lera a portaria até ao fim! Agora, não sei o que se passa mas há colegas que afirmam que tudo isso que a portaria defendia se havia esgotado. Será verdade? Ainda há pouco tempo tentei aproximar-me de casa por motivos pessoais mas não havia enquadramento legal para tal. Será isto uma demonstração de que aquela portaria foi revogada? Se assim foi, que pena! Recuámos uns quantos passos para trás…
Um Natal diferente não quer, necessariamente, dizer um Natal pior. Não houve a abundância de outros tempos, mas, em termos humanos, continuou a ser bom. Tivemo-nos uns aos outros, o que é o mais importante, o resto não interessa. Já há muito que percebi que, tal como aconteceu com Jesus, também, nós, os outros seres humanos, não pertencemos a este mundo. Vimos de Deus e vamos para Ele. A vida na terra não é mais do que uma passagem. É como um teatro que, em breve, terminará e o pano baixará, dando lugar a novas peças. A única coisa que nos resta é admirar e amar o planeta em que vivemos, admirando tudo quanto faz parte dele. É nele que está a nossa maior riqueza e não nos valores criados à sombra da vaidade e ganância humanas. Ver o mundo sob esta perspectiva, traz-nos de volta o espírito natalício, evitando que nos percamos por caminhos escuros e violentos. Não gosto da ideia da violência mesmo justificada com a necessidade de protecção, porque não acredito nela. Temos de nos defender, mas que seja do nosso semelhante, é que é triste. Esta ideia pressupõe um mundo escuro atrás de cada rosto sorridente. Eu optei por me afastar das pessoas que não interessam, continuando, contudo, a desejar-lhes o melhor. É uma forma de me proteger e manter a minha sanidade mental. Acredito, cada vez mais, que há pessoas boas, ou que lutam contra si próprias, para serem sempre melhores. Acredito naquelas que conseguem, através de tácticas diversificadas, livrar-se dos maus sentimentos que as levam a agir mal. Se uns conseguem outros também o conseguirão, é só quererem... mas nem todos querem. Enquanto a boa vontade for dominada pelos maus sentimentos que aprisionam as pessoas nas suas malhas, o mundo não consegue melhorar. O Natal talvez sirva para isso mesmo, para nos voltarmos para nós mesmos, (ainda que seja num só dia do ano!), e tentarmos ser melhores pessoas. Pelo menos que tentemos uma vez no ano... só assim será verdadeiramente Natal! Quando o Natal constituir um tal desafio, então, haverá verdadeiramente Natal e não só lindas decorações e prendas sonhadas que alimentam todo um comércio ávido de dinheiro. Assim, não será Natal só nesta época do ano, mas esse estado de alma alastrar-se-á ao resto do ano. Só assim se deixará de viver uma época, para se construir um mundo verdadeiramente melhor!
Neste sentido, o nosso foi um verdadeiro Natal.
Hoje recebi uma mensagem de um amigo pedindo que fizesse algo no sentido de acabar com uma discriminação que não faz sentido. Referia-se à “lei” que vai ser votada, no próximo dia 10 de Outubro, na Assembleia da República e que procura evitar a ainda existente discriminação que existe entre casais heterossexuais e homossexuais. Já vários países deram o passo nesse sentido, reconhecendo que era já altura de acabar com uma situação intolerável que é a de haver cidadãos de primeira e cidadãos de segunda. No que ao preconceito diz respeito, pouco ou nada se pode fazer, a não ser aquilo que muitos guionistas vão fazendo nas telenovelas e filmes, tentando levar às pessoas a mensagem de que todo o amor é lícito, e tem o direito de se exprimir livremente, como outro qualquer. O que não pode, (nem deve), acontecer, na minha opinião, é haver leis discriminatórias que façam essa mesma diferença. Para mim, toda a lei tem uma virtude: evitar qualquer tipo de discriminação perante os cidadãos que trabalham e contribuem para o desenvolvimento de um país, com o seu esforço e dedicação. Eles têm os mesmos deveres que os outros cidadãos perante a lei, o que não faz sentido é que seja a própria lei a fazer a diferença, quando se trata de algo tão básico como querer ver reconhecida, como qualquer outro casal, a sua união perante a lei e os seus compatriotas. Penso que esta lei a ser votada no próximo dia 10, mais do que mostrar o tipo de estado que temos, mostrará também o tipo de pessoas que escolhemos, (e que não conhecemos, os únicos que conhecemos, e mal, são os cabeças de lista!) para nos representarem num órgão tão importante como é uma Assembleia da República. Há, por isso, que estar atento e ver se eles saberão estar à altura da situação e saberão responder, de forma acertada, a um passo que marcará, decisivamente, a nossa sociedade e o nosso país. Se queremos um país mais justo, e todos nós precisamos disso, mais tarde ou mais cedo, nesta ou naquela situação, há que velar por aqueles que escolhemos para nos representarem e ver se o seu desempenho está, ou não, de acordo com aquilo que pretendemos para o nosso futuro, para o nosso país, para a sociedade que queremos para nós. A homossexualidade existe, e não é só de agora, como muitos pensam, e já é encarada com naturalidade senão pela maioria, pelo menos por uma grande parte dos cidadãos portugueses, por isso há que aceitar e resolver este único problema ainda existente que é o da discriminação face a uma lei injusta que, a meu ver, em nada enobrece o nosso país e que, ao contrário do que faz, deveria era proteger todo e qualquer tipo de cidadão que contribui para o enriquecimento do mesmo (e não só!).
Não é sem um rasgo de espanto que ouvimos falar no que se passa em relação aos trabalhadores da ASAE, ou da PJ ou mesmo noutros serviços estatais. Os objectivos são bons para que não nos afastemos deles, seja em que trabalho for. O que me preocupa são os números tão claros, tão rigorosos… e, aparentemente, tão mal intencionados? Como é que se exige um determinado número de trabalhos a trabalhadores que têm uma responsabilidade muito grande, pois têm nas mãos o meio de subsistência de muitas pessoas, que realizem tais números de encerramentos, de coimas, etc.? Isto leva-nos a questionar a boa fé de quem decide tão claramente o que pretende de tais serviços. Objectivos ou pressão? Talvez os dois. Como objectivos sempre os houve, mesmo que não estivessem definidos no papel, esta súbita, e algo caricata, ordem parece ter mais a ver com pressão do que com os objectivos propriamente ditos. Para já, estes objectivos têm como consequência directa a pressão a que os funcionários públicos estão sujeitos. Um dia destes, uma pessoa, dentro de um dos muitos serviços estatais, sentada ao computador, desesperava, queixando-se que o sistema operativo informático não funcionava e, em voz alta, perguntava, algo irritada, como é que “eles” queriam que os objectivos fossem atingidos se o próprio sistema informático não funcionava? No que respeita ao serviço de investigação, estes têm de ser muito mais cautelosos para não cometerem erros, porque, e mais uma vez, está a vida das pessoas
Fátima Nascimento
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