Não sou a favor do acordo ortográfico. Não vejo razões para tal. Já dei imensas ideias, não dou mais. Não creio num acordo tão ambicioso. As coisas têm de ser feitas com mais calma. Começando pelo geral e, depois, ir, a pouco e pouco aprofundando-se. Ao que parece, e pelas notícias que me têm surgido de pessoas bem informadas, é que o Brasil agarrou no acordo e implementou-o com grande vontade. Aqui, ainda se vai empurrando o acordo… Sempre achei que a mesma língua não deve ser espartilhada só porque tem duas grafias diferentes para a mesma palavra. Já dei a ideia do dicionário linguístico. “Decepção” e “deceção” estão ambos correctos. Podem coexistir lado a lado num dicionário mais ou menos com este aspecto: decepção port./deceção bras.dando às pessoas a possibilidade de escrever, sem que a opção por uma delas seja considerada erro. Mas passemos à frente. Já falei disto e não me vou repetir. Há uma atitude, por parte de alguns escritores brasileiros que pedem que a sua obra, ao ser publicada em Portugal, seja convertida no português de Portugal. Não entendo isto! Não me entra na cabeça! A língua é a mesma! Ao que parece, há uma explicação para tal – os coleccionadores. Estes fazem questão, ao comprar um livro de um conterrâneo de o fazer em ambas as versões da mesma língua, criando assim uma diferença que não existe. Li, com pouca idade, “Os Capitães da Areia” de Jorge Amado e, embora estranhasse um pouco aquela forma de expressão, nem por isso deixei de adorar o livro ou “O Meu Pé de Laranja Lima” de José Mauro de Vasconcellos. Adorei aquela forma de expressão. Tenho alguns amigos e familiares brasileiros. Nunca tive problemas de comunicação com eles. Acho que o que deve acontecer é uma maior interacção entre os dois países. Editar em Portugal a versão brasileira da língua e no Brasil a versão portuguesa da mesma língua. Só assim se conseguirá aproximar as duas línguas. Gosto de ouvir, o resultado do contacto entre pessoas das duas nacionalidades diferentes cuja proximidade as leva a trocar as formas de falar. Por exemplo, ouço pessoas a dizer “jogar no lixo”, ao passo que os brasileiros já interiorizaram o de Portugal expressando-se como nós. Isto aproxima a língua e os povos. É lindo! Para ler a língua portuguesa de Portugal, tenho os autores portugueses. Deixem vir até nós, os brasileiros na outra versão da nossa língua! Deixem a língua portuguesa engrandecer-se com estas variações e que ela as absorva, à semelhança do inglês, pois só assim se pode impor como língua competitiva e internacional! Viva a língua portuguesa e as suas variações que só podem ser sinónimo de grandeza da própria língua!
Quando era pequena e ouvia falar dos escritores clássicos com uma reverência quase religiosa, pensava que seriam leitura só para uma certa estirpe de pessoas. Estes “gigantes da literatura” como também eram designados, pareciam ser autores cuja expressão escrita seria de compreensão restrita, isto é, só alguns os conseguiriam interpretar e, por consequência, digerir/compreender. Logo, para mim, também aborrecidos! Eram, em resumo, algo de inatingível. Foi talvez, por esta razão que eu adiei indefinidamente a sua leitura, escolhendo outros.
Há tempos, notei que um determinado jornal, já não me lembro ao certo qual, reeditava com o mesmo obras desses clássicos. Era uns livros rectangulares, estreitos e leves que estavam dentro de um caixote à entrada da tabacaria
Aos que gostam de ler, aqui fica o aviso: Não façam como eu! Leiam que se sentirão compensados! Mas, se há uma coisa que aprendi, é que cada livro/autor tem o seu perfil de leitor e não podemos gostar todos do mesmo! Mas só se experimentarmos poderemos saber se gostamos ou não. Eu adorei-os! Queridos clássicos! Obrigado por terem existido!
Fátima Nascimento
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