Há dois tipos de escravidão – a física e a espiritual. A escravidão física não ficou enterrada na História. Ainda hoje existe. Assume só outros contornos. O fim é o mesmo – exploração do homem pelo homem perspectivando o mesmo objectivo – dinheiro. Procura-se o menor investimento para se obter o máximo lucro. Para já não falar na maldade, projectada na crueldade, que lhe está subjacente. Não sei se em tempos de crise será pior. Apesar das dificuldades alguns patrões não querem baixar o nível de vida? É possível… Mas quem o faz, fá-lo independentemente da época que atravessemos. Tem a ver com a natureza das pessoas. Isto mostra que o mundo avança no tempo mas muitos dos seres humanos ficam atracados no cais da mentalidade retrógrada, avançando com valores desajustados à felicidade do ser humano, só porque isso lhe justifica os meios para atingir os ambicionados fins. Por isso, ouvimos nas notícias casos de trabalhadores apanhados nos mais diversos esquemas macabros por esse mundo fora. Alguns já foram descobertos mas ainda deve haver muitos mais ainda encobertos. Depois, como se isto não fosse suficiente, há ainda outra vertente que pode reduzir igualmente à escravidão – voluntária ou involuntariamente. Um exemplo da primeira terá a ver com esquemas religiosos que passam o tempo a extorquir dinheiro às pessoas que neles acreditam com toda a alma, entregando-lhes grandes somas de dinheiro, em busca de do milagre que tarda e não virá. A escravidão involuntária terá a ver com aquilo a que chamamos magia negra. Terá a ver com algumas pessoas que percorrem voluntariamente quilómetros até conseguirem alguém que aceda a fazer mal a uma certa pessoa ou pessoas. Alguns não vão tão longe, têm a possibilidade de o fazerem eles próprios. São aquelas “coisas” que todos sabemos intimamente que existem mas que teimamos em insistir, em alta voz, que não acreditamos. Mas há histórias que testemunham a sua existência. Qual delas mais dolorosa que a outra. Lembro-me de uma que me marcou particularmente. Tratava-se de um rapaz, bom aluno, que entrou para a faculdade. Alguém na família não teve a mesma sorte. De um momento para o outro, o rapaz ficou fisicamente paralizado e reduzido ao espaço de uma cama. Era a mãe que o tratava. Deixou mesmo de falar. Nenhum médico pode ou se atreveu a ajudá-lo. Depois de desistirem da ajuda física, os pais voltaram-se para a espiritual. E não foi fácil. Depois de muitos falhanços, lá encontraram uma pessoa que a ajudou. Agora, e depois de muito trabalho, o rapaz já tem uma vida normal. O que não se compreende é a hipocrisia das pessoas, teimando em não reconhecer algo que é tão velho quanto o próprio mundo. Eu acho que é cobardia. Mas enquanto isso continuar a persistir, nada se resolve. Só faz com que as pessoas presas a esquemas destes, se sintam mais à vontade para levar a cabo os seus macabros planos. Não são estas que me preocupam, mas a boas pessoas que se calam. É nelas que reside o verdadeiro perigo. Esta ideia não é minha mas Martin Luther King servindo também para aqui. Entretanto, há que ter um pouco de fé. Deus é o Princípio e o Fim e o Durante, apesar dos percalços que a vida nos possa trazer, seja pela mão seja de quem for. É Nele que temos de nos focar. E que Ele nos ajude…
A emigração é uma busca de melhor vida em países estrangeiros, onde os emigrantes pensam encontrar todas as condições que os seus países de origem, pelos mais variados problemas, não lhes proporcionam.
O nosso país foi, e ainda é, um país de emigrantes. É também um país de gente trabalhadora e perfeita em tudo quanto realiza, mas os velhos problemas, com que sempre nos debatemos, subsistem: é o caso do desemprego e do emprego mal remunerado. Há-os tão desesperados que chegam a pagar para rumar para um país estrangeiro, na esperança de encontrar o tão ambicionado emprego. Alguns têm sorte, outros nem por isso, sendo reduzidos a uma condição de escravos, nos países de acolhimento, onde trabalham a troco de nada. Alguns casos chegaram até nós, através dos meios de comunicação, mas não podemos descartar outras situações que poderão, eventualmente, ainda existir, e que ainda não foram descobertos.
A par deste tipo de emigração, existe uma outra que envolve os nossos licenciados, que vão para outros países, e por lá ficam, desenvolvendo um trabalho reconhecido, mas que esvazia o país de talentos.
Nos últimos anos, há um outro tipo de emigração, que envolve faixas etárias mais baixas – os estudantes portugueses, que saem do secundário com boas notas mas que, ainda assim, não conseguem entrar nas faculdades portuguesas, devido à inflação das notas. Embora reconhecendo que, nem sempre, os que têm melhores notas são, mais tarde, os melhores profissionais, seja em que área for, só aqueles que melhores notas têm, podem sonhar com a tão almejada entrada. Os outros? Esses, ou encontram alternativas, ou melhoram as notas, ou pagam a universidades privadas (quando têm os cursos pretendidos), ou… escolhem os países estrangeiros para estudarem. Um dos países mais procurados, é a vizinha Espanha, com médias mais justas. Também estes futuros profissionais poderão optar pela permanência da sua estadia nesses países, apesar da falta de médicos que existe no nosso país. Mas esta solução pode não durar muito mais tempo, uma vez que o país vizinho vai arranjando formas de contornar o afluxo de estudantes portugueses às suas faculdades, de forma subtil, de forma a calar os protestos dos pais espanhóis, que já se vão fazendo ouvir, julgando que os nossos estudantes tiram o lugar aos filhos deles.
A solução para este problema passaria pelo investimento conjunto, público e particular, na criação de novas universidades, especialmente a de medicina. Sempre poderemos também abrir uma conta numa entidade bancária e fazer uma colecta nacional, à semelhança do que fazemos para outros casos! (De certeza que muitos compatriotas não se importariam de o fazer, uma vez que os impostos que pagamos, e que são muitos, parecem não chegar para nada…) Outra passará pela mudança de mentalidade, pois o curso superior não é, forçosamente, sinónimo de uma vida melhor, pois muitos deles, não têm mercado ou este está cheio e o problema do desemprego, para alunos com licenciaturas é, cada vez mais, real.
Outra solução poderá passar pelo acordos entre o estado português com outros, no sentido destes permitirem o acesso de estudantes portugueses às suas universidades, enquanto as soluções nacionais para estes casos particulares, teimam em chegar.
Fátima Nascimento
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