Não se fala de outro assunto! É bem real. Está aí! É uma avaliação diferenciadora que vai ao pormenor para distinguir quem trabalha verdadeiramente de quem não faz nada. Desde que entrei no ensino sempre me lembro de colegas a queixarem-se que faziam tudo enquanto outros nada faziam. Mais tarde ou mais cedo já se adivinhava este desfecho. No que respeita às actividades, e o que é estranho, é que as queixosas geralmente tratavam de tudo e só no fim se queixavam! Eu sempre me lembro de pessoas a queixarem-se… Mas a sensação que tenho é a de que estas pessoas queixam-se de tudo e se não tiverem nada de que se queixar, inventam. Não quero com isto dizer que não haja pessoas que fujam ao trabalho… Talvez haja. Eu não conheço. Desde que entrei para o ensino sempre constatei que qualquer actividade resulta de um conjunto de esforços e ainda assim é. Ninguém consegue nada sozinho. Mas, ainda assim, há pessoas que se queixam, dando a sensação que o esforço recai sobretudo sobre elas. O que acontece em qualquer actividade é que há sempre aquela ou aquelas que assumem papéis mais relevantes, enquanto outras assumem papéis mais discretos, dedicando-se a aspectos igualmente importantes, sem contudo se fazerem notadas. Trata-se, digamos assim, mais de uma acção de bastidores, e que não é, de forma alguma, menos importante que outros relacionados com as actividades extracurriculares. Depois, como já se vem repetindo, desde há muito, só chegamos até onde os outros nos deixam. E sabemos que há pessoas que se gostam de se fazer notadas, não se importando de assumir papéis mais visíveis socialmente falando. São estes os mais notados e, também, os mais queixosos. Os mais discretos não se importam, o que não gostam é de se ver espezinhados por aqueles que ajudaram a brilhar, vendo o seu trabalho diminuído com expressões despeitadas como “Trabalho tanto para no final sermos todos avaliados com bom!” Todo o trabalho numa escola é de equipa. Nunca o entendi de outra forma, talvez por nunca ter tido uma experiência diferente. Posso dar um exemplo muito simples que mostra como, no espaço escolar, estamos dependentes uns dos outros. Fiz uma pesquisa na net de imagens relacionadas com as várias regiões francesas, uma vez que temos de ultrapassar a ideia de que França é Paris, e consegui mapas que mostravam a posição de cada província dentro do hexágono assim como imagens que ilustravam as províncias lá representadas. As Auxiliares, tão poucas para tanto trabalho, não estavam disponíveis, pelo que consegui a ajuda de uma colega, na sua hora de descanso, que se disponibilizou a ajudar. As duas realizámos o trabalho rapidamente, num clima de harmonia e amizade. Foi muito bom. São pequenas grandes ajudas que contribuem para o sucesso das actividades. Uma noite, queria projectar os trabalhos dos alunos e a máquina teimava em não obedecer. Socorri-me da ajuda de um colega de informática que trabalhava na sala ao lado. Correu tudo bem, embora o aparelho estivesse com problemas. Se não fosse a disponibilidade do colega, não teria conseguido realizar a minha actividade. Durante o mês de Fevereiro, fiquei com uma turma de teatro. Era a primeira vez que dava a disciplina e uma parte ligada às técnicas de relaxamento e outros jogos que eu não conhecia. Uma colega de teatro disponibilizou-me todo o material na sua posse. Como se avaliam estes gestos discretos e tão determinantes da vida escolar? As minhas colegas riem-se com desprendimento. Mas é um assunto sério. Num tempo todo ele voltado para a avaliação do desempenho, onde se teima fazer sobressair a unidade da equipa, dando a ideia de que uns fazem tudo e outros nada, como se avalia este trabalho discreto mas tão necessário nas escolas? Será que há algum item que fala no envolvimento do trabalho de equipa? Como se distingue o que é importante do que não é? E será que algum trabalho, ainda que discreto, será menos importante que o daqueles que dão a cara? Depois, como diziam algumas colegas, dentro de um grupo, só chegamos até onde os outros nos deixam. É complicado… Quando o espírito deveria ser de entreajuda, porque, repito, só com uma verdadeira de equipa se consegue realizar seja o que for. Depois, não acredito em imposições, acredito no entusiasmo como estratégia para levar os alunos a participar nos projectos; não nos podemos servir deles para nosso proveito próprio. Mesmo partindo do princípio que eles poderão beneficiar com isso, temos de pensar que têm de ter prazer naquilo que fazem.
Nunca me interessei por futebol de clubes, mas sempre segui os jogos das nossas selecções. Chamou-me a atenção a selecção dos juniores, liderada na altura, por Carlos Queirós, que fora nomeado seleccionador nacional, e conseguiu conquistar o mundial na sua categoria, para além de outros também dignos de registo. Foi um trabalho excepcional, conseguido por uma equipa coesa que com bons e esforçados jogadores, que viriam, mais tarde, a distinguir-se como belíssimos jogadores. Esta equipa não foi resultado de um acaso, mas, e ao que parece, de um esforço grande levado a cabo pelo então seleccionador, que percorreu o país de lés-a-lés, visitando todas as partes do país e observando os miúdos em plena prática desportiva, para ter a certeza de que eram os jogadores com as características que procurava. Esse bom trabalho sério teve os resultados que todos conhecemos e de que nos orgulhamos. Este excelente trabalho parece ter terminado com a saída desse homem. O que não se compreende muito bem… parece que algo não está a funcionar. Numa selecção nacional, é suposto estarem os melhores jogadores da sua categoria, o que não se entende são os fracos resultados e o fraco desempenho demonstrado nos jogos frente às selecções estrangeiras. Não se entende nem se pode aceitar. Não é só a imagem dos jogadores no campo desportivo que está em causa, já que Portugal tem decerto verdadeiros talentos à espera de serem descobertos. É também a imagem de Portugal en quanto país que está
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