opiniões sobre tudo e sobre nada...

Sábado, 27 de Novembro de 2010
Violência doméstica

Sempre me chocou. Mesmo quando vivida na primeira pessoa ou na terceira. E há tanto tipo de violência doméstica! É também um problema transversal a todas as camadas sociais, culturais e económicas. É um problema real e, muitas vezes, mortal para uma das partes quando não para as duas ou mesmo para toda a família. Tudo depende do grau da violência. É um problema que vem de longe, talvez por isso se não lhe dê a devida importância. O ditado que afirma que”entre marido e mulher ninguém mete a colher” não pode estar mais errado! Aliás, como tantos outros! Se virmos duas pessoas a agredirem-se, vamos deixá-las prosseguir? Não teremos nós, a sociedade civil, um papel a cumprir? Não será ele o de ajudar duas pessoas incapazes de resolverem os seus problemas seja qual for o motivo, talvez por estarem demasiado envolvidos nele? Quando a violência é habitual, vamos encolher os ombros e deixar andar?

A sociedade civil não sabe bem como agir nestes casos. Mas uma coisa é certa: tem de se denunciar. As autoridades devem estar devidamente informadas sobre organizações, associações governamentais ou não que possam acolher crianças e adultos em risco. Estas deverão ser acompanhadas sempre que tiverem de se deslocar pelas autoridades, evitando casos de vinganças que podem acabar em tragédia. Devem estas pessoas poder mudar de residência e de localidade podendo recomeçar uma nova vida noutra zona do país. É que há problemas que nunca parecem ficar resolvidos, seja de uma parte ou de outra. É necessário que essas organizações e/ou associações vão a escolas, informem as crianças do que devem fazer em caso de violência doméstica, uma vez que são geralmente os filhos que contactam as autoridades. Há que criar toda uma infra-estrutura capaz de dar resposta a todos os problemas relacionados com este tipo de violência. Há muita violência doméstica que não deixa marcas físicas. Há aquelas que deixam feridas abertas para toda a vida se não se conseguirem ultrapassar. Refiro-me à violência psicológica. Muitas vezes, o homem ou a mulher demasiado espertos não querem ver-se envolvidos em escândalos policiais, logo agarram-se cobardemente àquela violência de que se podem ilibar facilmente. Afinal é a palavra dele contra a dela e vice-versa. Geralmente, nestes casos e salvo a presença de testemunhas, que nunca as há, nunca se chega a apurar se houve ou não violência.

Há que sensibilizar as mulheres e os homens que todo o sentimento de pertença muitas vezes adquirida com o casamento não é real. Ninguém pertence a ninguém, ainda que se esteja dependente sentimentalmente de alguém. Todos somos livres. E ninguém ama verdadeiramente quando agride fisicamente a pessoa amada. Isso não é amar. É um sentimento de posse mas não de amor. O amor não é sinónimo de violência. Muito pelo contrário. Quem ama liberta. É um relacionamento tão equilibrado e generoso que engrandece a pessoa amada. Tudo o que for contrário a isto não é amor. Quem pense o contrário precisa de ajuda. E só a própria pessoa o pode fazer. Só a própria pessoa se pode proteger. Os outros podem dar o primeiro passo denunciando a situação mas a própria pessoa depois de devidamente esclarecida, poderá seguir o caminho que for melhor para si. Falo, evidentemente, da pessoa agredida. Mas não será melhor também para o agressor, seja qual for o seu problema, iniciar uma nova vida? Talvez sozinho, pelo menos durante uns tempos, talvez o suficiente parta se tratar antes de iniciar uma nova relação, para evitar que esta acabe como as outras?

A violência não faz parte da relação. Não é sinónimo de paixão. É apenas e somente violência.



publicado por fatimanascimento às 20:56
link do post | comentar | favorito


mais sobre mim
Julho 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6
7

8
9
10
11
12
13
14

15
16
17
18
19
20
21

22
23
24
25
26
27
28

29
31


posts recentes

Violência doméstica

arquivos

Julho 2018

Outubro 2017

Março 2017

Fevereiro 2017

Janeiro 2017

Dezembro 2016

Agosto 2016

Dezembro 2015

Novembro 2015

Setembro 2015

Agosto 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Agosto 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Julho 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Agosto 2010

Julho 2010

Junho 2010

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Dezembro 2009

Novembro 2009

Outubro 2009

Setembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Junho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Julho 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

Setembro 2007

Agosto 2007

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

tags

todas as tags

favoritos

A manifestação de Braga

links
blogs SAPO
subscrever feeds