opiniões sobre tudo e sobre nada...

Sábado, 7 de Junho de 2008
Os direitos das crianças!

 

Os elos mais fracos de todas as sociedades são as faixas etárias que não têm ou já perderam a força – as crianças e os idosos. Mas são aquelas, na sua inocência, as maiores vítimas de uma sociedade calculista, violenta e gananciosa que as explora ou as empurra para o buraco da miséria. Talvez o drama das crianças comece nas famílias onde nascem, que não têm condições financeiras para as sustentar, enviar à escola e, enfim, dar-lhes tudo aquilo que elas necessitam financeiramente e não só. A miséria, a olhar pelo que acontece por esse mundo fora, é, em parte, a grande responsável pela insustentável situação de muitas crianças e suas famílias. A miséria financeira, salvo raras excepções, é, em grande parte, responsável pela miséria moral e, as crianças que deveriam ser amadas e protegidas, são, muitas vezes, negligenciadas, vendidas, maltratadas… Numa sociedade onde o dinheiro é essencial à sobrevivência (longe vão os tempos em que, sem dinheiro, se sobrevivia), já que, sem dinheiro, não se faz nada, é fácil de perceber o que poderá acontecer a estas crianças. Muitas vezes, o trabalho infantil, ainda que injusto e ilegal, é um mal menor, uma vez que, e apesar de tudo, a criança/adolescente está a aprender um ofício que lhe poderá ser útil mais tarde, para além de ajudar a magra economia familiar. Depois, numa sociedade onde o trabalho, mal remunerado é o único sustento das famílias, e olhando aos horários esquisitos que por aí há, ainda falam de negligência da parte dos pais. Se não há dinheiro ou possibilidade de os deixar com alguém conhecido ou com familiares, não resta outra alternativa senão deixá-los sozinhos em casa, com todos os perigos que tal situação acarreta. Lembro-me do caso de um amigo meu, cujo único filho, e devido aos horários do casal, passava imenso tempo em casa sozinho e, como diz ele diz, “Graças a Deus, não aconteceu nada!” Mas poderia ter acontecido… e foi isso que ele quis dizer. Ele e a mulher tiveram a sorte que muitos outros pais poderão não ter tido. Mas o problema não fica por aqui, se olharmos por esse mundo fora, onde os objectivos justificam os meios e, quando o objectivo é o vil dinheiro, faz-se de tudo para o conseguir. É então que vemos pessoas sem escrúpulos (e sem trabalho) a vender e a escravizar crianças, de todas as formas e feitios, em todos os países… desenvolvidos, em vias de desenvolvimento ou mesmo do denominado terceiro mundo. Evoluímos tecnologicamente, mas o dinheiro impede que as mentalidades evoluam. Se formos buscar o exemplo da exploração sexual das crianças, todos sabemos que, cada vez mais, e com as denúncias que têm vindo à luz, que atinge até zonas remotas, onde, hipoteticamente, poderíamos encontrar uma espécie de paraíso, encontramos o mesmo inferno. Estou a pensar no último escândalo daquela ilha do Canal da Mancha, onde as escavações puseram a descoberto as provas das denúncias que só há pouco chegaram aos ouvidos certos que deram início à investigação. Olhando para este panorama mundial, poderemos e deveremos questionar-nos sobre a aplicação do “Direitos da Criança” que teimam em não sair do papel. Talvez as soluções passem não só pela criações de cartas como a dos Direitos da Criança mas por uma profunda remodelação social e económica mundial, mas primeiro temos de passar pela reforma das mentalidades. Nunca se ouviu falar tanto destes direitos e assistimos ainda a tantos atentados a eles. Todos os dias, a cada hora, há uma criança maltratada, de alguma forma. Vejamos o caso daquela menina brasileira…Para já, podemos ficar com a ideia que não se pode ajudar as crianças sem ajudar as suas famílias também… Depois, como pode um governo responsabilizar alguém quando ele próprio não consegue criar as condições ideais para acabar com grande parte dos problemas responsáveis pelo mal estar infantil? Não há soluções para este problema assim como não os há para outros, porque toda agente pensa nas soluções dentro da sociedade tal como está estruturada e não passa por aí… nem nunca passará! Há que pensar em alternativas. A situação está a piorar cada vez mais e parece estar a correr para outra ainda mais insustentável. Estamos a criar uma sociedade onde não há lugar para crianças nem velhos.



publicado por fatimanascimento às 21:25
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Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008
Indemnizações?

O povo português já percebeu que, num estado de direito, pode castigar esse mesmo estado, quando este não cumpre com os seus deveres. Foi o que aconteceu recentemente aquando da morte de um paciente, já aconteceu outras vezes, e poderá continuar a acontecer… e, quando recebem o dinheiro, as pessoas sentem-se menos injustiçadas perante situações difíceis, (muitas destas irremediáveis!), com que se viram confrontadas em determinado momento das suas vidas. A solução geralmente encontrada é o pedido de indemnizações ao estado. Não discuto. Mas esta solução dá que pensar. O estado tem dinheiro, pelo que pode pagar essas indemnizações. Mas já pensaram de onde vem esse dinheiro utilizado para pagar aos lesados? Não será dos impostos que nós pagamos ao estado e que tão significativo é no corte que representam no salário do final de cada mês? Eu refiro-me sobretudo aos portugueses que trabalham por conta de outrem e que não têm hipótese alguma de fugir ao fisco. Não serão estes os verdadeiros lesados das indemnizações? Nós, por vezes, parecemos esquecer-nos desta realidade - somos nós que pagamos as indemnizações aos queixosos. Eu questiono-me se não haverá outra forma de o fazer… As políticas, nomeadamente a da saúde, que encontra uma maneira de poupar dinheiro encerrando, ao que parece um pouco descuidadamente, centros de saúde e hospitais, (ou alguns serviços destes!), por esse país fora, são feitas por homens que assinam documentos e outros que as aprovam, dando sinal verde para a sua execução. Não serão estes os verdadeiros responsáveis por essas perdas irreparáveis nas vidas das pessoas? Então, não será a esses que, depois de apuradas as responsabilidades, se devem pedir as indemnizações e não ao estado? Não é assim que sucede sempre que temos razão de queixa de alguém? Aquela médica, acusada de negligência, não está a ser julgada e a enfermeira, também acusada, não foi reformada compulsivamente? Não sofremos, todos nós, na pele, as consequências dos nossos actos? Então porque há-de ser diferente para aqueles que trabalham no estado, em esferas de grandes responsabilidades? Se assim acontecer, tenho a certeza que as pessoas envolvidas em projectos de natureza política, sejam eles quais forem, vão ter mais cuidado com as soluções apresentadas e com as decisões a tomar… vão, pelo menos, pesar mais as consequências dessas decisões políticas que tanto atrapalham a vida do cidadão comum. Sim, porque muitos destes encerramentos, dá-me a sensação de serem feitos por pessoas debruçadas sobre o mapa do nosso país, guiando-se pela distância no mapa, sem terem a noção real do espaço e do incómodo e perda de tempo que representa para o cidadão comum as deslocações para outras unidades hospitalares… em que planeta vivem essas pessoas, nossas conterrâneas, que fazem estes projectos e as que tomam tais decisões? Não deve ser no planeta Portugal, com certeza! Pelo menos, não é de certeza, o mesmo em que nós, os que sofremos na pele tais decisões, vivemos.



publicado por fatimanascimento às 10:19
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Sexta-feira, 18 de Maio de 2007
Um país de direitos...mas poucos!

Estamos num país onde se está a perder todos os direitos democraticamente adquiridos depois do 25 de Abril. É por esse motivo que eu não acredito em revoluções, mesmo naquelas onde a violência foi poupada! É nas mentalidades que temos de apostar e essas... levam séculos a mudar e outras há que não mudam mesmo, só aparentemente! Depois, passados uns anitos, depois de se deixar acalmar os ânimos,  e adormecer os ideais, volta-se à carga! Colocam-se no poder pessoas novas com ideais antigos, (para já não falar de outros aspectos também importantes e decisivos no que respeita a quem nos governa e respectivos grupos de apoiantes e clientalistas que, depois da eleição, assumem qualquer cargo desconhecido, bem remunerado, claro está), tudo isto faz com que caminhemos para trás nos direitos já conquistados! Tudo se resume a uma única visão do mundo, da sociedade, do poder, etc.. Nota-se que a tentativa de controlo total é uma realidade, e não me venham com as desculpas dos abusos... sempre os houve e sempre os haverá... e isso não justifica a tentativa de transformar o poder numa polícia secreta com o intuito de saber tudo sobre todos! Deste modo, acaba-se a sociedade de direitos para se transformar numa sociedade só de deveres, com todos os abusos incluídos, só que, desta vez, da parte de quem governa e respectivo clientalismo. A célebre expressão muito usada aqui há uns anos atrás "Big brother is watching you", parece adaptar-se perfeitamente à sociedade em que vivemos actualmente. O cidadão, se conquistou um horário de trabalho com menos horas, vê agora essa mesma mancha horária alargada por ordem de quem parece não saber o que é família e as obrigações que se devem ter para com ela ou da necessidade de descansar para voltar ao trabalho com as forças restabelecidas, tanto físicas como anímicas; se um trabalhador adoece, só os médicos do Sistema Nacional de Saúde parecem ter conhecimentos académicos para atestar essa mesma doença; ora, os trabalhadores que auferem de salários pequenos e médios, é a esses que recorrem porque não têm dinheiro para pagar consultas caríssimas e os medicamentos que compram são os genéricos... então o que pretende o governo com o novo decreto-lei nº 181/2007 de 9 de Maio? Controlar melhor as faltas dos trabalhadores ao emprego? Acabar com o negócio particular que já se tornou a medicina? Então porque é que qualquer médico pode atestar o internamento de um doente? Dá jeito porque os hospitais públicos não conseguem diminuir as listas de espera de doentes que desesperam a aguardar uma operação?  Caros governantes, numa sociedade de direitos onde só quem tem dinheiro pode escolher... este decreto e outras medidas seriam escusadas, mas o que me revolta é o "ter de" porque gosto de sentir que tenho alguma liberdade de escolha!

Mais recentemente houve outra notícia que me chocou: as entidades empregadoras têm de fazer chegar ao poder central o número de faltas que os trabalhadores dão por motivo de greve... ora, porque é que o governo tem de conhecer o número de faltas dadas por um trabalhador por motivo de greve? Não acham que estão a querer saber demasiado? Ou até esse direito já perdemos? Onde está a liberdade individual? O que vão tirar-nos a seguir? Eu já sempre esperei tudo dos políticos e não me posso esquecer que são eles os governantes! Não é verdade? Não podemos separar os dois aspectos... pelo menos não convém. São governantes mas antes já eram políticos, continuam a sê-lo durante a governação, e sê-lo-ão a depois dela... é como uma segunda pele!



publicado por fatimanascimento às 15:58
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