Conheci uma pessoa que trabalhava numa escola. Foi educada para o sucesso. Nada contra isso. Mas se a pessoa não tiver nada para dar? Por baixo da capa de alegria empática, há uma pessoa muito frustrada e perigosa. Nunca conseguiu nada. Tudo quanto tem copiou de outrem, isto é, tudo quanto parece inovação é uma simples cópia. O pior é que o erro não fica por aqui. Essa educação passou inevitavelmente aos rebentos que agem de acordo com os exemplos da progenitora. O objectivo é só um – notoriedade. No ensino pode não ser tão notório mas na escrita é diferente. Penso que todos devem, e trazem se forem honestos consigo próprios, trazer algo seu a tudo quanto realizam, isto é, há sempre uma marca pessoal. Na escrita não é diferente, Detesto quando me dizem que devo ler este ou aquele autor, quando nada me dizem, para poder crescer como escritora. A verdade é que leio um pouco de tudo mas sem a preocupação de imitação. Entenda-se imitação no bom sentido, no sentido de aprendizagem. Gosto mais de uns do que outros, é uma verdade, mas não deixo de apreciar a forma como se expressam. Na verdade, é que penso que em pouco ou nada me poderão influenciar na forma como me expresso (embora nos mostre outras maneiras de lidar com a forma). Mas o sentimento e a sua expressão é algo muito pessoal que marca a sua escrita. Tive uma outra colega que imitava, não diria na perfeição mas quase, os mais diversos estilos de autores portugueses consagrados. Isto, para mim, não é ser-se escritor. As pessoas que trabalham desta forma, não passam de meras imitadoras. Todo o escritor tem o seu estilo que se reconhece facilmente. Quem não reconhece a voz de Saramago ou de Lobo Antunes, de Eça ou outro qualquer? O que os diferencia? O estilo, a voz. O que acho medíocre é educar para o sucesso incitando à imitação. Se vende, se tem sucesso, e se, ainda por cima, se conhece a pessoa (muitos dos abusos nascem aqui) por que não imitar? É isto que não compreendo. Como é possível educar alguém para a imitação de um estilo só porque tem sucesso ou vende? O que aporta essa pessoa para a inovação/diferenciação? O pior é que os leitores podem cair nessa armadilha sem mesmo desconfiarem da imitação. Como é isto possível?
Lembrei-me de uma frase de Platão que defendia que "Pessoas inteligentes
falam de ideias, pessoas comuns de coisas e pessoas medíocres
falam de pessoas". Seguindo a linha filosófica de Rousseau, defendo também que todo o homem nasce potencialmente grande. Então o que os faz pequenos? O que são então os espíritos pequenos? Alguém sabe? Por que nos preocupamos com eles? Valerá a pena?
Os espíritos pequenos são espíritos mesquinhos. Os sentimentos e as ideias são mesquinhos. Interessam-se por ninharias. Falam da vida alheia, só para denegrir. Vivem da mentira e da difamação. São a grande maioria. Não querem e não sabem mudar. Não há cursos superiores que lhes valha. Aliás, não há nada que lhes valha! São sedentos de honras e poder. Adoram manipular. Precisam disso. Para tal “cativar” é só a aproximação para levar a vítima a confiar para depois ser prejudicada. A inveja é o seu sentimento dominante. Tomam as atitudes certas pelos motivos errados. Adoptam ideias erradas que lhes dão a falsa ideia de superioridade. Fazem mal ao próximo sempre que podem. Falam imenso de Deus para se esconderem. São eles que impedem a modificação, teimando na continuidade. São vaidosos e arrogantes, têm de ter sempre a última palavra. Deixam à descendência um reflexo deles próprios que viverão com a mesma convicção dos seus ascendentes. Ninguém se preocuparia com eles não fossem os estragos capazes de realizar.
Os espíritos grandes são humildes. Dão-se conta da sua grandiosidade mas sabem que o devem a um Ser superior. Não dão valor ao que fazem, porque o fazem com desprendimento e generosidade. Não manipulam mas também não se deixam manipular. Dão atenção às grandes matérias que afectam o mundo e o ser humano. Defendem a felicidade deste independentemente da particularidade que o caracterize. Mostram aquilo que são. Não condenam, acreditam na mudança. Tentam modificar mentalidades, lutando contra a corrente. Ajudam o próximo sem fazer alarde disso. Raramente falam de Deus, mas sabem-No presente. Não inveja, congratula-se com a vitória do amigo. Têm defeitos, mas conseguem ultrapassá-los. Tratam todos como iguais, independentemente da sua posição. Amam verdadeiramente o próximo, embora percebendo e defendendo-se dos seus defeitos. Não Têm medo de errar pois já assimilaram que errar é humano e combatem a ideia de perfeição que atribuem a um só Ser – Deus.
Outra frase de Platão para concluir: "Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz"... Residirá aqui a verdadeira diferença entre os grandes espíritos e os espíritos mesquinhos? Não serão os grandes espíritos simplesmente e só espíritos iluminados? Haverá esperança para os espíritos pequenos?
Não existem regras sem as devidas excepções. Se não acreditasse nisto, provavelmente, não estaria a perder o meu tempo a escrever um texto como este. Quem sabe, não há por aí algum espírito medíocre que esteja só à espera deste empurrão? Nããããã… Será?
As aulas de Formação Cívica são, muitas vezes, encaradas pelos alunos como uma forma de passar o tempo e de sobrecarregar o seu horário já tão preenchido. Estamos no início do ano lectivo. A abordagem à disciplina tem de ser forte. Foi o que fiz. Começámos por fazer uma abordagem à designação, interrogando-nos sobre o seu significado, abordando mesmo singularmente cada palavra que a compõe. Depois, varremos a nossa sociedade e passámos a nossa vista sobre todos os acontecimentos nacionais e mundiais para chegarmos à conclusão de que vivemos numa sociedade onde a insegurança predomina. E esta insegurança não se combate com polícia! Descemos um pouco mais ao interior das questões para perceber que nem a polícia está acima de suspeitas! Tudo isto provado em casos do conhecimento geral. Do geral passámos às experiências pessoais também reveladoras da sociedade em que vivemos. Percebemos a nossa fragilidade perante as ameaças que infestam a nossa sociedade. Ninguém está livre de que lhe aconteça o mesmo que aos outros. Ninguém é mais esperto que ninguém. Todos estamos sujeitos ao mesmo. Procurámos encontrar soluções pessoais capazes de acautelar e evitar que problemas desses nos afectem. A resposta foi elucidativa, ninguém está preparado para enfrentar o mal que fustiga as sociedades humanas à escala mundial e que todos conhecemos. Pelo menos conhecemos alguns. (Haverá outros que desconhecemos?) E destes que conhecemos, há sempre métodos desconhecidos utilizados para apanhar a presa. A melhor é apanhá-la isolada. É a selva revivida na nossa sociedade. Nunca viram aqueles documentários sobre animais onde os predadores isolam a vítima para a caçarem, enquanto o resto da manada foge com medo e indiferente ao que acontece abandonando o seu membro à sua sorte? Aqui acontece o mesmo. Só com uma diferença – os animais matam para comer. Nas sociedades humanas vive-se à custa da escravidão e esta tem várias facetas! O objectivo? O dinheiro. Alguns sobrevivem também à custa do próximo. À questão sobre o que deveriam fazer, ficar fechados em casa sem poder sair? Nem pensar! Não nos é permitido! Temos de seguir vivendo olhando sempre por cima do ombro e com cautela redobrada porque os golpes vêm, muitas vezes, das pessoas de quem menos desconfiamos. Temos de continuar, sim, arriscando. Porque cada dia que passa é um risco que corremos. O que não lhes disse, porque já passava da hora e estavam já atrasados para a aula seguinte, é que a diferença está
Li, numa revista, um artigo de Mário Soares onde alertava para os perigos de, nesta eleição, poderem os partidos de esquerda, (mais à esquerda!) ganharem votos. Agora, já fala de possíveis alianças com o Bloco de esquerda. Talvez tenha razão! A população está cansada e desanimada. Foi vítima de dois partidos que os desiludiram profundamente. As mudanças verificadas não protegeram, bem pelo contrário, criaram insegurança a um nível bem grato aos portugueses – os postos de trabalho. Era sintomático. Ninguém espera que as pessoas com dois dedos de testa pensem que as mudanças verificadas são para seu bem. A frágil situação económica do país não é um problema recente mas de há muitos anos! Não é com políticas como as que foram levadas a cabo que se melhora a situação económica do país. Só se prejudica a confiança dos portugueses no país e nos políticos que os governam. As duas caras concorrentes já são conhecidas dos portugueses que também têm queixas. O que quero dizer é que já mostraram do que eram capazes, e não deixaram os portugueses satisfeitos. Todos esperam governantes capazes de ouvir e de agir em conformidade aos seus anseios não políticos com personalidade arrogante que só pensam mo país e nos portugueses em épocas eleitorais. Depois, entre um e outro não se percebem grandes diferenças, capazes de marcar positivamente a precariedade social em mergulhou o país. Todos perceberam que só uma mudança forte, isto é, de votos poderá fazer alguma diferença no governo do país. É disto que, na minha opinião, Mário Soares falava. O risco, porém, não é grande. Os votos na minha opinião, vão estar muito distribuídos pelos vários partidos que por aí surgiram. Também não acredito na maioria para o actual primeiro-ministro. Ninguém arrisca! Será uma era onde os outros partidos, aqueles que militam mais à esquerda ou outros, de mostrarem o que valem, na defesa dos direitos mais fundamentais dos portugueses. É na Assembleia da república onde poderão mostrar a sua diferença. Se pactuarem com os partidos dominantes em matérias que vão contra esses direitos, esses partidos serão entendidos como uma continuação dos outros, deixando de ter notoriedade aos olhos dos portugueses, falo dos portugueses que nada têm a ver com os ânimos inflamados das massas partidárias apoiantes. Votos mais à esquerda? Talvez… Mas nada lhes vale se não souberem estar à altura.
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