Hoje, de manhã, quando entrei nas instalações da associação empresarial onde estou a tirar um curso, nível cinco, para desempregados, deparei-me, antes de subir para a sala, com uma situação insólita e algo caricata. Ao passar em frente do bar/café, reparei que, em cima de uma das mesas, se encontrava um guardanapo cor-de-rosa escuro servindo de embrulho a um… caroço de pêra. Como o bar/café pratica uns preços altos para quem está desempregado, muitas das pessoas que estão a frequentar os vários cursos, leva uma merenda para ingerir nos intervalos dos mesmos. À falta de um sítio onde se possam sentar, reúnem-se, frente ao bar, à volta das mesas do café. Para os senhores que lá trabalham, e que muito gentilmente cedem as mesas e as cadeiras aos ocupantes, não é nada de novo mas, desta vez, parecem ter-se zangado mesmo. Embora nunca tenha visto as mesas com restos de comida ou outros ou outros resíduos, a verdade é que alguém se esqueceu, da peça de fruta meio comida, em cima da mesa. Não sei se terá sido descuido ou desleixo, embora me incline mais para aquela razão, mas a verdade é que alguém decidiu que não haveria de retirar a peça de fruta de cima da mesa. Então, em cima da mesa, sob aquele improvisado embrulho cor-de-rosa, de onde espreitavam os restos da abandonada pêra de um esplêndido verde, aparecia uma folha de papel A4, da qual se desprendiam umas negras letras garrafais que ocupavam praticamente a folha toda com a curta frase “Procura-se o dono”. Não sei se o autor da frase já estava saturado deste tipo de situações, mas tudo leva a crer que estava zangado e não se sentia no dever de retirar os vestígios da improvisada e frugal merenda dali. A verdade é que nós, portugueses, somos muito descuidados com este tipo de situações. Parece que não conhecemos os caixotes do lixo, e eles, muitas vezes, nem estão muito longe, mas colocar o que já não tem utilidade no lixo, não parece ser uma tarefa que nos diga respeita, mas é, e aquele papel chamava precisamente a atenção dos que ali passavam para esse tipo de situações, no sentido de as prevenir. É desagradável para quem lá trabalha e para quem lá passa também. Parece que ainda não aprendemos a simples lição de que devemos deixar os locais como os encontramos, antes de situações destas acontecerem, – limpos!
Projecto Alexandra Solnado
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