É um dado adquirido. Já desapareceram muitas e outras, mais tarde ou mais cedo, desaparecerão também. A tendência é a de passar da diversidade linguística para universalidade de uma só língua. Esse fenómeno já está a suceder. Quando visitamos um país estrangeiro, vemo-nos obrigados, quando desconhecemos a língua, a utilizar aquela que já é considerada, desde há bastante tempo, a primeira a nível mundial – o inglês. Se olharmos aos nossos estudantes, estes já introduziram no seu calão muito calão anglo-saxónico bastante divulgados nos filmes norte americanos. E não há estranheza. A adopção foi feita de coração. Exprime os sentimentos dos mais jovens que se identificam com ele. Em França, aquando da preocupação com a protecção da língua em relação à ameaça inglesa, foram interditas palavras anglo-saxónicas em locais públicos. O que aconteceu? É a língua mais usada nos grafitis pintados nas paredes. Eu nunca me preocupei com a defesa da língua. Pertenço àquele grupo (se é que existe tal grupo) que defende que a língua tem mecanismos próprios para se defender. Na verdade, o verdadeiro guardião, pelo menos até há pouco tempo, da língua, é o povo português. Ainda me lembro quando os emigrantes regressavam ao país, falavam, muitas vezes, nas línguas dos países que os acolheram e não eram raros os portugueses que diziam divertidos: “Olha, fala português se queres que te compreenda!” Agora, há um dado de vital importância para a língua: tem de evoluir. Falamos o português de hoje que mais não é do que o resultado da fuga à norma daquele que se falava há uns séculos atrás. E quanto mais a língua é complicada maior é a tendência para a simplificação. Caso contrário, perecerá. Vejamos o caso particular do inglês que leva uma vantagem em relação, por exemplo, às latinas: os objectos não têm género, o que já facilita a aprendizagem da língua, depois a sua divulgação. Já nos entra nos ouvidos como se nos pertencesse. O que vai acontecer à nossa? Acabará também por desaparecer eventualmente. Não vai ser das primeiras, poderá ser das últimas mas, eventualmente, acontecerá. A única preocupação será a de perceber o que será melhor, em termos humanos: se a continuação de várias se a existência de uma só. Na minha opinião, e desde que não se perca conhecimento, a língua falada é indiferente…
Provavelmente, os artistas plásticos, principalmente os mais antigos, nunca imaginaram o valor que as suas obras atingiriam uns séculos depois, no mercado legal, e não só, e, muito menos, a cobiça que elas despertariam nos ladrões de arte e no mercado paralelo. São muitas as obras que aparecem frequentemente em leilão nas grandes casas de renome internacional, pertencentes a colecções de arte particulares, cujos donos, por apuros financeiros ou outros problemas, tiveram de se desfazer delas. Estas irão ser compradas por outros amantes e coleccionadores com o objectivo de aumentar as suas colecções de arte. Alguns, porém, têm a sorte de se verem expostos num museu, onde podem ser apreciadas pelos inúmeros visitantes oriundos de todas as partes do mundo. Mas nem todas as obras de arte ficam por aqui, uma vez que muitas são roubadas, tanto a particulares como a museus (a estes, ao que parece, é mais difícil) para alimentarem todo um circuito comercial paralelo, destinado a satisfazer o ego de algum coleccionador privado maníaco. Quanto mais conhecido é o artista, seja ele mais recente ou mais antigo, maior cobiça desperta no mercado tanto legal como ilegal, estando, dessa forma, mais sujeito à procura e a um valor financeiro alto e, logo, à cobiça dos ladrões. É o que acontece com Picasso, por exemplo. Todo o artista precisa de vender, mas nem todos podem comprar, pois muitas das obras atingem valores incomportáveis para a bolsa de um cidadão comum. Isso torna, a meu ver, a arte plástica uma arte de elite, o que limita o reconhecimento público da obra do autor. Isto acontece com os artistas do nosso tempo. Quando penso naqueles que nos antecederam, também eles tiveram necessidade de vender, embora nem todos conseguissem o reconhecimento merecido ou o dinheiro necessário para a sua sobrevivência. Mal eles sabiam…! A maioria deles, tanto os contemporâneos como os antigos, são mais conhecidos de nome do que pelo conhecimento da sua obra e, quando parecem conhecer, esse conhecimento resume-se a uma ou duas obras, muitas vezes, aquelas que aparecem nas fotos dos manuais ou em livros de arte que resultam caríssimos à maioria das bolsas e que só se poderão encontrar em bibliotecas.
O roubo, para além de prejudicar o próprio proprietário, que muitas vezes evita divulgar a posse de certas obras para evitar tentações, prejudica toda uma cultura mundial que fica mais pobre, uma vez que muitas das obras de culto desaparecem para sempre, talvez escondidos nalguma colecção particular, nalguma parte do mundo, depois de terem sido adquiridas no mercado paralelo. Ora, toda a arte é feita para ser apreciada e, como tal, os museus públicos (ou mesmo privados) são o local ideal para uma obra de arte. Estes reúnem as duas vertentes – a cultural e a financeira. É uma forma de rentabilizar a própria colecção, se, ao pagar, (e estou convencida de que não precisa de ser um valor alto) tiver a recompensa para a manutenção e até uma forma de poder investir em mais obras e também de prestar um serviço cultural ao país e ao mundo. É que ver uma réplica da obra na foto de um manual não é o mesmo que apreciar a obra original. Eu lembro-me da emoção que senti ao ver o “Moisés” de Miguel Ângelo, no Museu do Vaticano, e ao seguir todas aquelas magistrais linhas esculpidas pelo pintor/escultor; sobretudo a força que se desprendia da figura parecendo que, a qualquer momento, ele se levantaria para gritar qualquer ordem. O mesmo senti ao ver a “Pietá” que reflecte bem o sofrimento, a resignação e a impotência de uma mãe face à morte de um filho querido. Todas estas emoções só se podem, quando se pode, sentir na contemplação da obra de arte. Talvez pelo peso e o volume de certas obras estas não estejam tão sujeitas à cobiça dos ladrões de arte! Depois, se se deixar de sobrevalorizar estas obras, ou outras, talvez acabe a cobiça e os roubos. As obras de arte têm de ser encaradas de maneira diferente como simples obras de arte que são e não como um elemento de prestígio pessoal. Talvez assim as obras sejam mais respeitadas.
Fátima Nascimento
Há situações no mínimo insólitas e incompreensíveis! Desapareceu uma criança há quase meio ano, sem deixar rasto, do sul do país, deixando toda a população portuguesa, e não só, consternada. O que é que todos esperam quando algo assim sucede? Que todos os esforços se conjuguem para encontrar o mais rapidamente a criança ou para descobrir o que lhe aconteceu. Mas a que é que assistimos? A duas polícias que, em vez de juntarem esforços para resolverem este caso o mais rapidamente possível, trocam comentários que em nada ajudam a solução deste triste caso. Eu compreendo que deve ser emocionalmente intenso e esgotante esta investigação, uma vez que parece não haver pistas, mas a culpa não é, certamente, das forças policiais portuguesas, que, como toda a pessoa no seu emprego, dá o seu melhor. Não é só a imagem dessas forças policiais que está em causa, como também a do próprio país que, aqui, pode mostrar, ou não, a sua capacidade para resolver este caso. O caso Joana, (e não só), que ainda levanta muitas dúvidas, não contribui também para a serenidade das forças policiais, que não chegaram, ao que parece, a nenhuma prova conclusiva, tanto quanto sei. Depois, a imprensa inglesa não está a ser branda com a nossa polícia judiciária, acusando-a de não ter cumprido bem a sua função, o que não favorece igualmente, em nada, esta investigação. Agora, todas as pistas são boas, e têm de ser seguidas, não se devendo deixar nenhuma de lado, pelo menos enquanto não se provar que determinada pista é falsa. Depois, cada polícia pode seguir as suas pistas, mesmo que as forças policiais não estejam todas de acordo em relação às mesmas a seguir. O que não se compreende é que as polícias, andem de candeias às avessas, com acusações que nada contribuem para a resolução deste caso. O que se espera delas, não é demissões ou afastamentos de pessoas que conhecem bem o caso, e precisam-se de todas as pessoas para o resolver, mas da conjugação dos seus esforços. Quanto à comunicação social, ela terá de se afastar um pouco do caso, e esperar, pacientemente, que haja notícias interessantes e conclusivas sobre a evolução da investigação, tentando afastar, deste caso, toda a emoção, provavelmente, resultante da pressão a que as forças policiais estão a ser sujeitas. Esperemos é que a serenidade regresse à investigação, porque está a sorte de uma menina em jogo e a justiça que tem e deve ser feita. E todos queremos ver este caso resolvido o mais rapidamente possível, não é? Para isso, tem de haver serenidade…
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