Acho que toda a gente sabe que todas as leis têm “buracos” na sua redacção, pois nenhuma delas conhece as intenções dos incumpridores. Que os há! Assim, e para que as vítimas não se sintam injustiçadas, há que mudar as regras de vez em quando!
Em toda a escada social, há aqueles que, em vez de cumprirem a lei, aproveitam-se dela para proveito próprio e para tramar o parceiro. A Democracia é o sistema político que mais vai de encontro, parece-me a mm, às aspirações humanas. Nela, insere-se a chamada liberdade tão grata a todos e a cada um, penso eu. Mas, e como todos sabem também, é, de todos os sistemas políticos o mais vulnerável. De facto, há muitas pessoas que, em vez de as respeitarem, violam-nas com a maior arrogância. Depois, há imensas leis, e saem imensas regulando isto e aquilo (acho que é de tal maneira, que nem os próprios legisladores sabem, exactamente, o que defende determinada lei. Ainda assim, há aqueles que, debaixo de uma capa democrática, são tudo menos democratas. E não é só na política que se assiste a este problema, é na sociedade em geral. E são estas mesmas pessoas que se aproveitam dela para os mais diversos fins. Para tal, há que prevenir estas situações. Como? Modificando as leis de tempos a tempos, de forma a que as vítimas das más intenções de terceiros, possam legitimamente defender-se e apanhar os verdadeiros culpados. É lógico que existem sempre aqueles que vivem para conhecer os sistemas ou seja as suas “regras” para as poderem contornar aproveitando-se dos outros para benefício próprio. E todos sabemos que não há maior ditadura que a do dinheiro. Por ele, as pessoas atropelam-se umas às outras sedo alguns capazes de “vender a própria mãe” se tal fosse rentável.
O enriquecimento ilícito insere-se aqui. Este refere-se a todos aqueles que enriquecem de forma desconhecida. Que hoje são pobres e, de um momento para o outro (os mais descuidados) passam a viver luxuosamente. Se olharmos para os políticos indigitados para cargos governamentais, sabemos que os que saíram de governos, foram ocupar outros cargos, alguns deles em empresas públicas, com o triplo ou o quádruplo (às vezes mais) do vencimento recebido quando ocupavam cargos políticos governamentais. Pelo menos, sabe-se de onde provêm os rendimentos. Alguns chegam mesmo a retomar as suas antigas funções tendo cargos nas empresas públicas, o que faz com que obtenham rendimentos brutais. E os outros, os que olham para o topo da escada social e fazem tudo para lá chegarem? Aqueles que não se importam de se valer de terceiros para o seu enriquecimento pessoal? O que fazer com estes vigaristas (e outros) que pensam que saem impunes das situações só porque conhecem as leis e as contornam no sentido de prejudicar o próximo?
São estes e outros como estes a vergonha da democracia. Mas o que sabem ele de vergonha? Sabem o que é o medo mas ignoram o que é a vergonha.
São pessoas como estas que forçam a democracia a arranjar mecanismos para se defender. Porque isto não é democracia é roubo declarado!
Pois é! Numa democracia supõe-se diálogo e concertação, não imposição. Mas foi o que aconteceu. Lembram-se da luta contra o modelo de avaliação que os professores (enfim, alguns) levaram a cabo contra o Ministério da Educação, ou melhor, contra a equipa liderada pela ex-Ministra da Educação? Uma das medidas de luta foi a não entrega dos objectivos de avaliação. O M. da E. não gostou. No final do ano, foram obrigados a entregar um relatório com ou sem os objectivos previamente entregues (as direcções da escolas foram obrigadas, pelo M. da E., a arranjá-los para os “incumpridores”). Para aqueles que cumpriram está tudo certo, mas os que não o fizeram estão em maus lençóis. A equipa que abandonou o ministério deixou um presente envenenado nos concursos: aqueles que cumpriram as normas impostas pela senhora ministra nada terão a recear, uma vez que, no boletim de concurso, para além da avaliação quantitativa, havia uma outra relativa à quantitativa. Os dois eram de preenchimento obrigatório. Aqueles que se mantiveram coerentes na sua posição, até ao fim, irão deparar-se com dificuldades de colocação. Provavelmente, ficarão atrás dos outros todos só à frente daqueles que concorrem pela primeira vez ao ensino. A ironia é que eles trabalharam tanto ou mais que os outros, mas como não entregaram o relatório do seu desempenho, irão ser penalizados. A não ser que esta ministra, muito mais aberta ao diálogo, e que herdou o pesado legado deixado pelos anteriores responsáveis, possa fazer alguma coisa. Acho difícil. Falta muito pouco tempo e só com muita determinação e trabalho é que se conseguiria desfazer tão injusto imbróglio. Tenho pena que tudo tenha terminado desta forma tão injusta! As escolas, que têm nos papéis todas as actividades em que os docentes participaram, os conteúdos leccionados, etc., uma vez que todos esses aspectos se encontram devidamente registados em todas as actas, são testemunhas dessa injustiça! Nesta luta, o ministério teria de levar a sua avante e conseguiu-o! Não importa o custo dessa imposição! Dá para acreditar que vivemos numa democracia?
Foi um título que me despertou a atenção e me deixou a pensar. Não é de agora este título. Já foi tópico de uma revista nacional há alguns meses. Durante algum tempo, esqueci o assunto, mas guardei a revista, para ler o artigo assim que pudesse. Consegui com dificuldade uma vez que o artigo era enorme. Falava da morte dos jornais tal como os conhecemos: em suporte de papel e com o parâmetro administrativo existente. Falava do risco que esse mesmo desaparecimento constituía para a democracia. Apontava algumas soluções financeiras para impedir o desaparecimento total dos mesmos e falava da transição para o formato digital. Como em tudo há prós e contras. O chamado jornalismo de investigação poderia desaparecer. Ora, sabendo que, nas democracias há abusos, e que é necessário denunciá-los para obrigar os prevaricadores a pagar pelos seus erros, seria um sério atentado à democracia. Aqui em Portugal, dando ouvidos a tudo quanto é denunciado, se este tipo de jornalismo desaparecesse seria o gáudio geral de certas classes! Não são só os quadros políticos, económicos e financeiros, há que ter em atenção o aspecto social, onde existe também toda a espécie de abusos. Eu não acredito que vá desaparecer este tipo de jornalismo. Julgo que poderá ser mais localizado tal como o artigo também afirmava, mas enquanto houver curiosidade, interesse e coragem haverá sempre alguém a fazer este tipo de trabalho mesmo correndo os riscos que não devem ser poucos. A internet servirá também de suporte rápido à divulgação de notícias, sejam elas boas ou más. É este também o género de jornalismo mais importante e o mais interessante também, uma vez que serve um pouco de polícia aos órgãos ditos democráticos e o que mais atrai as atenções: veja-se as tiragens! Os jornais, sobretudo os regionais, não podem viver só de inaugurações e de outras informações semelhantes. Costumo defender que a reportagem é a forma de jornalismo mais interessante. E tudo pode servir de tema ou assunto, basta estarmos atentos ao que se passa à nossa volta! E há tanta matéria para desenvolver! Tudo o que parece simples não é. É preciso interrogarmo-nos. Olhar com olhos de quem está a/quer aprender. Só assim poderemos fazer dos jornais um meio de comunicação mais interessante.
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