Já contei que tive um companheiro, durante seis meses, que me deixou endividada. Com este artigo, não pretendo fazer justiça, mas alertar homens e mulheres para a qualidade de certos seres humanos. São típicos predadores e manipuladores. Analisam as vítimas para perceber como as podem manipular. E não é só isso. Se juntarmos a isto a cobardia inerente as estes seres, percebemos que só lhes interessam as mais desprotegidas, porque, assim, correm menos perigo de serem apanhados. Se juntarmos a isto pessoas que os ajudam (familiares e conhecidos) das mais variadas maneiras a atingir os vis objectivos, percebemos que a vítima não tem qualquer hipótese ou esta é muito remota.
Se juntarmos a este panorama a atitude de várias pessoas empregadas nas financeiras, percebemos porque há tanta vigarice. Depois de feitas as dívidas, e não havendo mais por onde roubar, resolveu ir-se para alívio de todos. Quando contactou uma financeira, o meu cartão tinha caducado por falta de uso. Recusei emprestar-lhe o cartão. Forçou e conseguiu. Estava desempregada na altura e avisei os empregados que o meu então companheiro teria de pagar. Ele estava a controlar-me enquanto o telefonema se desenrolava. Não fazia mal, foi a resposta, desde que alguém pagasse, foi a resposta que nada me agradou. Afinal, o dinheiro era para ele. Ficou gravada a conversa. Depois deste empréstimo outros se lhe seguiram e, segundo o meu advogado, há vigarices que desconheço. Lembro-me de dois contactos especiais, tão antagónicos entre si, que mostra bem como a diferença de atitudes pode evitar estas situações e outras provoca-las. Recebi, um dia, um telefonema de uma financeira dizendo que tinham feito uma simulação. Não tinha sido eu. Mas estava lá o meu nome. Respondi que tinha sido o meu companheiro e que estava desempregada. A senhora replicou que deixaria uma nota à colega e que, com ela, ele não faria nada. Agora, a colega é que decidiria. Agradeci a existência desta pessoa na minha vida. Ainda hoje o faço. Ele soube de tudo e ficou enfurecido por eu ter descoberto tudo e alertado as pessoas para as atitudes dele. Foi o único telefonema que recebi. A partir daí não recebi mais nenhum a não ser outros de carácter diferente. Quando a dívida se acumulou por falta de pagamento, recebi telefonemas ameaçadores de pessoas que me tratavam como criminosa, com uma voz que mais parecia uma pistola a disparar. Percebi que as financeiras não querem saber se, tal como eles, também fui vítima do único vigarista que conheci na minha vida! Elas querem o dinheiro, custe o que custar. A partir desse momento, não atendi mais números não indentificados. Mas o meu telefone fixo, lembro-me muito bem disso, ficou a tocar durante várias horas sem cessar. Saí de casa com os meus filhos e, quando cheguei, ainda tocava. Decidi, numa atitude de desespero, desligar o mesmo da linha. O silêncio acomodou-se.
Estou em risco de perder tudo, até a casa onde habito! Os crimes prescrevem passado um tempo estipulado por lei, mas as dívidas permanecem por anos, acumulando juros. Eu não vou fugir às dívidas. Mesmo que não sejam da minha responsabilidade, repito. Terei de entregar a casa, uma vez que não tenho dinheiro, nem nunca tive, para pagar o que conheço e não conheço. Não me ensinaram a fugir às responsabilidades, assim como não me educaram para roubar os outros. Os meus pais, para comprarem um frigorífico, juntaram primeiro o dinheiro. Foi este exemplo que me deram. Foi esta a minha educação. Contada a história aos meus amigos, só me dão ideias para fugir às responsabilidades colocadas em meu nome. Não quero. Não devo, apesar de não ter culpa. E os que querem colocar as culpas em mim, devo dizer que posso ter sido ingénua mas isso não tira o perfil de ladrão ao vigarista que, vejo agora, se juntou a mim só com este intuito: o roubo.
Projecto Alexandra Solnado
links humanitários
Pela Libertação do Povo Sarauí
Músicos
artesanato
OS MEUS BLOGS
follow the leaves that fall from the trees...
Blogs
O blog da Inês
Poetas