opiniões sobre tudo e sobre nada...

Segunda-feira, 5 de Abril de 2010
Pacto de Estabilidade e Crescimento

Estamos na mesma como a lesma. A um período de desafogo (que são geralmente curtos) surge um longo período de aperto financeiro que se repercute no quotidiano das pessoas. Estamos mergulhados numa crise à qual somos completamente alheios. A única culpa que nos pode ser imputada é a de contribuir para a riqueza, muita ou pouca, (a que está ao nosso alcance) do nosso país, com o trabalho realizado. Essa actividade rende dinheiro à empresa que vende o produto da sua empresa no mercado interno ou externo. O dinheiro apurado é colocado nos Bancos (sempre directos colaboradores daquelas). Esse dinheiro confiado a essas instituições estará, julga-se, seguro; isto é, as pessoas à frente daquelas instituições são, para além de profissionais competentes, têm todas as características necessárias capazes de assegurar os interesses dos seus clientes. Se todas estas características estão asseguradas, não entendo a crise despoletada por algumas destas instituições bancárias que nos mergulharam na escuridão financeira. Se juntarmos a isto a fuga fiscal para os denominados offshores que existem um pouco por todo o mundo e que evitam às empresas a justa contribuição fiscal para os respectivos estados, favorecidos pelas mesmas instituições bancárias deixando os trabalhadores por contra de outrem carregar com a gigantesca carga fiscal que se repercute em todas as facetas da vida das pessoas anónimas, penso que, neste momento, se formos minimamente honestos, percebemos que não há motivos para acreditarmos nos bancos, ou melhor, nas pessoas que estão à frente deles. Histórias de corrupção envolvendo já não pessoas altamente posicionadas dentro da hierarquia bancária, mas simples empregados bancários estão a ser denunciadas. Infelizmente, chegámos a um ponto que já não se pode escolher os trabalhadores (todos) apenas pelo conhecimento (esse ganha-se) mas pela honestidade para não corrermos o risco de retomar constantemente o estigma da “história interminável”. Da crise, criada pela irresponsabilidade de pessoas que deveriam ser as primeiras a velar pelos interesses da instituição para a qual trabalham e que lhe devem lealdade, só podemos concluir nada podemos esperar, a não ser a desconfiança em relação a eles que, apesar dos erros, ainda recebem a bênção de verem o estado a remendar os seus erros, saindo ilesos dos erros que, para mim, não são completamente alheios. Não acredito em ingenuidades no campo financeiro (há sempre alguém enrolado). Acredito em falta de honestidade. Só quando as pessoas tiverem consciência de que devem todos contribuir igualmente, dentro da desigualdade social, para o bem de todos, poderemos construir um país de que nos poderemos orgulhar. Para tal, há que haver toda uma reforma de mentalidades. Até lá, (se é que vai alguma vez acontecer essa mudança), teremos de penar, como o fizemos durante séculos. O PEC só se fará à custa daqueles que já quase nada têm e que se verão ainda mais espartilhados. Nem os políticos mais determinados conseguem acabar com a peste da fuga fiscal daqueles que mais poderiam contribuir sem que saíssem muito prejudicados. “Quanto mais têm mais querem”, diz o nosso povo. Realmente, a ganância não tem limites! Não me reconheço nesses seres humanos! Vejamos o caso das farmacêuticas. Será que necessitam mesmo de colocar à venda os seus produtos a preços quase inacessíveis para a maioria das pessoas, justificando os mesmos com os anos gastos com a investigação? E se um dia chegarmos a um tempo de crise tal que as pessoas não tenham dinheiro para comprar esses medicamentos? O que farão então as farmacêuticas? Ou será muito difícil imaginar uma situação destas? Já conheço muitas pessoas que abdicam de mais de metade dos fármacos receitados pelos médicos, resumindo-se ao essencial, numa tentativa desesperada de poupar algum dinheiro… Depois, se olharmos aos terríveis efeitos secundários, talvez seja melhor procurar alternativas, quando as há.



publicado por fatimanascimento às 13:59
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Sábado, 27 de Outubro de 2007
O fim da Casa Pia?

Desde o último escândalo Casa Pia, e agora com estas últimas denúncias, a tutela do Estado sobre as crianças órfãs, é, novamente, questionável. Quem é o Estado? Para mim, o estado é uma cadeia difusa de rostos, um emaranhado de pessoas cuja responsabilidade no que se passa neste país é quase totalmente desconhecida. Digo quase, porque as pessoas são boas, mas não são estúpidas e têm uma ideia dos culpados, mas só em parte. O que eu quero dizer é que a culpa morre quase sempre solteira. Sempre que se dá um escândalo destes ou existem denúncias, os procedimentos são demorados e inconclusivos. E, depois, para mim, sempre que há denúncia de um caso, está claramente provado que o Estado não tem capacidade de tomar sob a sua tutela estas crianças. Como é que, depois do escândalo Casa Pia, ainda há denúncias destas? O que é que foi feito para evitar novas situações destas? Estas novas denúncias levam a crer que nada, naquela instituição, sofreu qualquer alteração, para evitar novos casos. Pelo menos não foram tomadas as medidas adequadas, já que, se as houve, não surtiram efeito.

   No caso da Casa Pia, a instituição é destinada a educar e a proteger as crianças que lhe são confiadas. E, de facto, não lhes falta nada, nada que o dinheiro possa comprar. Falta-lhes, talvez, o carinho e a protecção de alguém que os ame, os acompanhe individualmente no seu desenvolvimento pessoal até à idade, altura em que possam e saibam decidir por si próprios, e dar, então, um rumo às suas vidas. As crianças com falta de carinho e amor são as mais vulneráveis nesta selva humana, onde impera a lei do mais forte, física e psicologicamente. Com elas, trabalham pessoas que, findo o seu trabalho, regressam às suas casas e às suas famílias. Famílias de que carecem estas crianças. Um rosto que as acompanhe e que substitua o pai ou a mãe que tiveram mas não conheceram, em muitos casos. O que eu quero dizer, é que a instituição tem de repensar a sua estrutura e os seus meios para atingir os seus objectivos. Depois, há imensos exemplos, vindas de instituições privadas que podem servir de exemplo a essa mesma reestrutura. Refiro-me ao caso particular das aldeias SOS, onde as crianças são confiadas a um adulto que é, para todos os efeitos, o pai ou a mãe, dessa ou dessas crianças, e que as acompanha e lhes dá o amor, o carinho e a protecção de que elas tanto necessitam, para crescerem de forma equilibrada e sã. Pergunto-me se não é disto que as crianças da Casa Pia, pelo menos aquelas afectivamente mais carentes e desamparadas psicologicamente, precisam para se evitar mais casos de pedofilia. Não vamos ter a veleidade de pensar que, com estas medidas, vamos acabar com os pedófilos, que certamente terão de buscar ajuda, seja ela de que natureza for, provavelmente médica, (uma vez que a prisão não cura), ou com os gananciosos que, à custa da integridade física e psicológica de crianças, ganham dinheiro com tal negócio. Mas, pelo menos, ficamos com a consciência tranquila, sabendo que, onde se detectou o problema, resolveu-se. O que temos de fazer, e todos nós somos o Estado, uma vez que contribuímos para ele com os nossos impostos, na medida das nossas possibilidades, é exigir a prevenção de casos como estes tristemente conhecidos da Casa Pia, com medidas adequadas.



publicado por fatimanascimento às 15:00
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