De um lado o M. E. a defender a pedagogia, do outro lado, o líder sindical a defender a ciência e o saber. Foi esta a ideia com que fiquei depois de uma das várias rondas negociais entre as duas partes… Não percebo estas posições, uma vez que os dois têm razão. O ensino precisa do saber e é este o objectivo último que se pretende atingir sempre que um aluno entra no ensino até que sai. Porém, a pedagogia é também importante, uma vez que esta é um veículo de transmissão do conhecimento. E é muitas vezes nesta, que o ensino falha. Ninguém põe em causa o conhecimento de um licenciado, e muito menos o M. E., mas a atitude deste dentro da sala de aula, pedagogicamente falando. O ensino não é só a mera transmissão e avaliação de conhecimentos, pelo menos não deveria ser. Assim, todas as pessoas podem ser professores. O único desafio, no ensino, é a pedagogia. É encontrar o melhor caminho para chegar até ao aluno. É aqui que reside o verdadeiro desafio. É esta que dá verdadeiramente trabalho, uma vez que cada dia exige um esforço diferente, e que é, muitas vezes, a responsável pelo clima de harmonia dentro da sala de aula. Se hoje uma turma trabalha bem de uma maneira, amanhã, por qualquer motivo, já se terá de encontrar outra estratégia… é preciso saber auscultar o comportamento da turma, para se poder escolher o método adequado, que resultará, numa prática benéfica para ambas as partes. Mas, primeiro, é necessário duas condições básicas, para se ter sucesso no ensino: gostar e aprender a gostar do potencial humano que está diante deles e dominar cientificamente os conteúdos a leccionar. A partir daqui, é só dar livre curso à imaginação… a pedagogia adequada acaba por surgir. Nuns, de uma forma mais natural, noutros, de uma forma mais trabalhosa… mas surge. Depois, a partilha de ideias, entre professores, é algo muito profícuo. Estou a lembrar-me de alguns exemplos, veiculados pelos meios de comunicação, bem sucedidos, de professores que trabalham em escolas problemáticas, e que conseguem desenvolver projectos interessantes com os alunos, levando-os ao objectivo último do ensino que é o conhecimento. Enquanto outros se limitam a culpar os alunos ou os professores pelo insucesso. E há tantas maneiras de o fazer… é só dar livre curso à imaginação. O problema é quando os professores pagam caro pela diferença pedagógica, isto é, quando a sua estratégia ultrapassa as paredes da sala de aula e não é compreendida pelo próximo que questiona a viabilidade da sua prática. Aqui, toda a gente tem medo… e limita-se a seguir as práticas até aqui seguidas ou arrisca-se a pagar pela sua audácia. Mas é a pedagogia que dá mais trabalho, uma vez que nos acompanha no quotidiano, não é a ciência…
Voltei agora mesmo do hospital com a minha filha do meio. Na semana anterior, já lá estivera com a minha mais nova. Provavelmente, na próxima terei de lá voltar com mais velho. O mesmo problema de saúde, originado pelo mesmo animal microscópico que o ser humano ainda não consegue combater eficazmente. Nem nos lembramos dele! Talvez devido ao tamanho – não se vê! As pessoas, habitualmente, não se incomodam com aquilo que não vêem ou não se apercebem. Também só quando são atacadas por ele é que lhe dão importância. Como é que seres vivos tão pequeninos conseguem fazer tanto mal? Chegam mesmo a matar! E quando não é o responsável directo pela morte, a sua forte contribuição está lá. Mais um batalhão de comprimidos, neles incluído o antibiótico, para ajudar o corpo a expulsar o dito ser que vive só para matar. É talvez o maior predador do ser humano, acarretando um palmarés de mortes que ainda não foi suplantado por nenhum outro. Ao passar um olhar histórico pelos séculos anteriores, damos conta disso mesmo. Para mim, o vírus é um animal esperto, para o mal, mas é. A prova está na sua capacidade de adaptação e de tomar várias formas para resistir e ultrapassar toda a forma de combate que o ser humano lhe faz, tentando escapar à morte que lhe está destinada e votando ele mesmo esse ser onde se hospeda a esse fim a que tenta safar-se. Houve alguém, no início do século anterior, que votou a sua vida à procura de um meio capaz de livrar muitas pessoas da morte provocada por ele. E o antibiótico é, sem dúvida, a grande descoberta de todos os séculos, a nível científico, que alguma vez foi feita pelo ser humano, embora não mate o vírus, só ajuda o corpo a expulsá-lo. É, pelo menos, aquela a que devemos estar mais gratos, pelas vidas que já salvou! O problema é que parece que nada evolui no sentido de se criarem novos meios de combater eficazmente este ser ou usá-lo no sentido de salvar vidas. Já se faz isso com as vacinas. Mas o maior problema está em não se ver nele a maior ameaça à vida humana. E se mudamos a página de um século em que o antibiótico já não é eficaz e não temos nada para o substituir? Temos armas capazes de destruir a vida humana em poucos minutos, mas não temos nada que mate um vírus, ainda. Talvez os cientistas precisem de autonomia para trabalhar, no sentido de dar azo a toda uma procura científica capaz de se centrar num problema urgente, em vez de endividarem esforços em campos que em nada ajudam ou dignificam a evolução humana.
Todas descobertas científicas e/ou tecnológicas nem são boas nem são más. São mais uma consequência natural da evolução humana que põe a mente humana ao serviço dessa mesma evolução. Também a evolução não se pode caracterizar de boa ou má. Isso vem depois. Tudo depende da utilização que se lhe dá. Poderemos até ir mais longe e defender que toda e qualquer descoberta é boa, dependendo tudo o mais da forma como é utilizada. Não temos de ter cautela com elas mas sim com as pessoas que as utilizam mal. Mais uma vez esbarramos com o eterno problema que é a natureza humana. Assim como há pessoas que utilizam essas descobertas para o seu bem e o do próximo, há outros que transformam (mas não são só as descobertas, é tudo!) essas descobertas num suplício para os outros. Todos nós temos em mente exemplos que conhecemos e que ilustram aquilo que digo. São as pessoas perversas que tornam o mundo um local inseguro para viver e logo, criam a desconfiança, quando a há, porque como se costuma dizer, quem mal não tem mal não pensa, o que torna muitas pessoas vítimas de outras sem escrúpulos. Estou a referir-me à internet, mas poderia referir-me a mil outras descobertas científico-tecnológicas que não iria mudar em nada aquilo que defendo, infelizmente. A internet é um meio privilegiado de comunicação que nós não conhecemos ainda muito bem, pelo menos no que às regras diz respeito e ao funcionamento. Não sabemos quem está por trás ou que pretende, mas, para já, é um veículo óptimo de comunicação que permite aproximar povos, culturas, etc., naquilo que poderá ser enriquecedor para o ser humano em todos os aspectos. Mas, como sempre, há aqueles seres humanos que nada têm de humano, a não ser a face que lhes serve de máscara, e que se aproveitam dela com fins obscuros. Já existe nos EUA, e não sei se já noutros países também, uma polícia da internet, que socorre as vítimas dos mais variados acossos e dos mais variados burlões. Ainda há pouco, surgiu uma denúncia de algumas vítimas de e-mails que denunciam certos abusos como por exemplo de um com que me deparei e que falava de uma homem em fim de vida que queria doar alguns milhões a instituições de caridade justificando a sua presença nos e-mails como o único recurso para fugir a uma família gananciosa, na qual não poderia confiar. O que é certo é que estes mails, acompanhados de fotos para criarem nas suas vítimas a confiança desejada, já deram alguns frutos negativos, chegando, ao que parece, algumas das suas vítimas a pagar com a sua própria vida. A intenção é a de extorquir dinheiro às vítimas, procurando fazê-las levar a crer que o dinheiro que investem é para pagar ou desbloquear os milhões que estão no seu nome. Isto é, procuram levar a crer que o dinheiro tem de viajar por avião sob alçada da ONU, para evitar que seja aberto pelas autoridades do país destinatário, e que esta exige determinada quantia para colocar o seu selo na “encomenda”. Não é preciso ser-se muito esperto para perceber que a coisas não se passam bem assim, mas os menos informados podem ser levados a crer que isto se pode passar e pensar que poderá ser verdade. E este é só um exemplo em, provavelmente milhões ou mais, (porque temos de multiplicar sempre para termos uma ideia do que se passa por aí!) e para os quais temos de estar alertados.
O mundo só se tornará um local mais seguro quando o ser humano se redescobrir a si próprio e à sua missão aqui na terra. E enquanto o dinheiro for o fim para o qual vive muita gente, não olhando a meios para atingir os seus fins, há que olhar sempre por cima do ombro…
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