Aqui há uns anos atrás e depois de uma perseguição violenta, originada por invejas, tive de pedir a demissão do ensino. Procurei alternativas para os dois anos de penalização que me disseram que teria. Não era assim. E só o M. E. mais tarde me informaria disso. Toda a informação posta a circular era falsa. Só os contratados estavam sujeitos a essa penalização, caso renunciassem a um horário. E, ainda assim, defendiam que tudo dependeria da escola. Haviam aquelas que informavam e outras que não o faziam evitando prejudicar o professor contratado.
No centro de desemprego, e procurando uma especialização que pudesse mudar o rumo da minha vida, deparei-me sempre com o entrave da licenciatura que possuía. (Tinha mais que isso, mas não mencionei). Todos os cursos existentes eram só para aqueles que ainda não tinham completado a escolaridade. Eu queria um curso qualquer médio que me possibilitasse trabalhar como esteticista. Conhecia pessoas que o tinham tirado e tinham tirado proveito dele. Não havia nada para os desempregados licenciados! Sobretudo para aqueles que não tinham dinheiro para frequentar um curso particular. Atingíramos o patamar mais alto, logo éramos castigados por tal. Todos as medidas tomadas, a nível governamental, só contemplavam pessoas que, a dado momento das suas vidas, tinham desistido dos estudos. A determinado momento, e vendo que todas as outras saídas estavam bloqueadas para mim, desejei também não ter completado a escolaridade para, naquele momento, poder ter uma saída que me preparasse para uma saída profissional alternativa. Pela primeira vez, na minha vida, senti que, neste país, ser licenciado era uma maldição. Sobretudo para as pessoas que se encontravam desempregadas! Todas as portas se fechavam!
Ora, lá porque atingimos aquilo que é considerado a escolaridade máxima (que não o é) não quer dizer que não precisemos de ter uma outra alternativa capaz de nos preparar para entrada no mercado de trabalho, nem que fosse para trabalhar por conta própria. Precisamos é de um curso médio que nos prepare para tal pois somos capazes de nos sair tão bem quanto os outros! Temos é de ter outras alternativa. Um conselho: deixem de olhar para os nossos certificados de habilitações, se não têm empregos para nós, digam-nos quais as possibilidades existentes e deixem-nos escolher à nossa medida como fazem aos outros. Não nos descriminem só porque somos licenciados… já que não têm alternativas para estes.
O sistema nacional de saúde é o mais usado pela generalidade dos portugueses, por ser não só o mais barato mas também por ser o que está mais à mão. No entanto, ele está tão sobrecarregado que, por vezes funciona mal. Os problemas são, por demais conhecidos: falta de médicos que os leva a trabalhar horas seguidas sem descanso nas urgências dos hospitais e, depois, nos centros de saúde, centros de saúde que fecham as portas levando os utentes a deslocarem-se para locais mais afastados do local onde habitam, etc. Se olharmos também aos médicos de família que têm um número de utentes que ultrapassa a sua humana capacidade diária, o que leva muitos doentes a recorrerem ao hospital mais próximo… vemos, desde já, que o sistema nacional de saúde não funciona como deveria. Se juntarmos a isto as consequências que geram todos estes problemas, vemos que a saúde pública corre sérios riscos de adoecer de vez… Um amigo meu, cujo filho se queixava havia já algum tempo de dores no joelho, foi com ele ao hospital da sua região e, após lhe terem feito vários exames, ao que parece inconclusivos, atribuíram as dores ao crescimento do filho. Como se o crescimento normal e saudável fosse acompanhado de dores… Conformados com as explicações médicas, regressaram ambos a casa. Como as dores continuavam, ambos recorreram mais do que uma vez aos serviços daquele hospital, ouvindo sempre as mesmas explicações, que acabaram por não convencer o pai do rapaz que procurou uma alternativa na medicina privada. Acertou em cheio! Depois de alguns exames, o médico ortopedista deu com o problema e explicou ao pai que o rapaz tinha de ser operado o mais rapidamente possível. E foi o que aconteceu, e o que andou empatado durante anos resolveu-se em menos de dois meses… Este é um exemplo de muitos que acontecem por esse país fora. Alguns casos têm a felicidade de conhecer um fim feliz, como este que aconteceu com o filho do meu amigo, mas outros haverá que não conhecem este final feliz. Agora há que pensar, sistema nacional de saúde sim, mas um sistema nacional que funcione e, já agora, com muitos finais felizes!
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