Antes de mais, devo dizer que entendo o estilo como uma forma particular de utilizar a língua, o que diz respeito a cada um. Depois, a língua foi criada foi criada para servir o homem e não o contrário. Aliás, foi o próprio homem que a criou para o servir na difícil arte de comunicar e, no vasto oceano que ela é, cada um tem a sua maneira de se exprimir, isto é, o seu estilo. Na escrita passa-se o mesmo. E a literatura não é, também, excepção.
Há já algum tempo atrás, tive a oportunidade de passar os olhos por uma entrevista realizada a um autor português muito conhecido que conheceu o sucesso, nacional e internacional, que se traduziu num volume de vendas considerável, o que me enche de orgulho, e, desde já, desejo-lhe a continuação. Segui a entrevista com muito interesse, dando igual importância às perguntas e às respostas, como sempre faço. A determinada altura, deparo-me com uma questão que me deixou perplexa. O jornalista perguntava ao autor o que pensava de determinadas críticas que colocavam em dúvida a qualidade literária do seu estilo. Deve ser a pior questão que se pode colocar a um autor. Para mim, só há duas posições a tomar perante o estilo dos autores: ou se gosta ou não se gosta. E é tudo. Depois a linguagem literária não é, a meu ver, unívoca mas plurívoca. Ninguém pode obrigar ninguém, nem deve, a escrever como qualquer outro autor cujo mérito é reconhecido por uma determinada classe cultural. O estilo é pessoal e, como tal, nunca poderá ser posto
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