Não ligo muito às notícias. Não espero nada de novo. Nenhuma medida arrojada e justa capaz de lidar com a situação de crise que se vive. Tudo velho, tudo previsível. A única notícia que verdadeiramente me espantou foi a relacionada com Caixa Geral de Depósitos, os ordenados e os juros das contas dos depositantes. O que há de comum entre os três? Sou uma leiga, mas imagino…
Quando o governo tomou a medida de congelar os salários, a C. G. D. mostrou vontade de constituir uma excepção, pensando pedir ao governo que a tire dessa medida. Fico contente. É sinal que a instituição bancária conhece um bom momento em termos financeiros que a torna uma ilha segura no revolto oceano de crise. É capaz de assegurar o aumento de salários sem prejuízo para si. Achei extraordinário, mas aceitei. Hoje de manhã, quando me dirigia para o trabalho, ouvi a notícia da possibilidade da diminuição do juro das contas dos clientes daquele Banco. Quando cheguei a casa da minha mãe, lá estava a carta anunciadora da possível descida dos juros. Sempre era verdade! Fiquei confusa. Então a instituição não está a passar por um momento económico bom? Não pensam inclusive em aumentar os salários dos seus empregados? Então como se justifica esta mexida nos juros das contas dos clientes? Não posso deixar de pensar que poderão as três poderão estar relacionadas. Para aumentar os salários, a instituição tem de ir buscar o dinheiro a algum sítio para cobrir aquela despesa. Não serão os juros das contas dos depositantes os sacrificados? Todos já percebemos que a crise é só paga por alguns. Só alguns se sacrificam realmente em nome da crise ou seja lá do que for, pagando de todas as formas possíveis e imaginárias. Esta situação não será uma delas? Não estarão a fazer aquilo que sempre devem ter feito: a mexer no dinheiro que não lhes pertence ganhando em função daquilo que lhes apraz? Não foram abusos como estes que nos mergulharam na crise que involuntariamente nos vemos obrigados a viver? Quando vão parar estas situações? Quando se encontrar uma alternativa às instituições bancárias ou quando mudar a mentalidade daqueles que administram quantias inimagináveis de dinheiro sem serem atingidos por aquela sede gananciosa que lhes cria falsos pretextos para abocanhar aquilo que não lhes pertence? Será que o país ganha realmente com atitudes destas? Como estas situações se poderão certamente multiplicar por milhares, ganhará o mundo ou a própria humanidade com este tipo de acções?
Sempre tenho ouvido pessoas dizer “Nem parece que tem um curso superior!” como se ele desse uma formação moral às pessoas! De facto, as pessoas confundem a formação profissional com a pessoal. E nada tem a ver uma coisa com a outra. Isso já se vai percebendo… Percebe-se que há criminosos em todas as faixas profissionais, distribuindo-se pelas várias hierarquias e também na mesma hierarquia. Cada vez mais, e a partir de um certo nível, é mais difícil agir sozinho. Digo sozinho, porque não se age, às escondidas, sem que alguém minimamente interessado pelo trabalho que executa, não dê por isso. Um buraco de 700 milhões de euros, não é algo que passe despercebido, nem mesmo a uma investigação do Banco de Portugal. Segundo parece, existe mesmo prática criminal, uma vez que tudo indica ter havido duplicidade em todas as práticas administrativas levadas a cabo por administrações anteriores, que conseguiram, dessa maneira, iludir a vigilância do Banco de Portugal. Resta saber como vai tudo terminar… se é feita justiça ou se se resolve o problema unicamente com a injecção de dinheiro no banco, esquecendo tudo o resto. Há um velho ditado português que diz que “quem rouba um tostão é ladrão, mas quem rouba um milhão é barão.” Ao contrário do que aconteceu na vizinha Espanha, onde tudo parece ter solução, aqui, tudo fica por resolver! Se não vejamos o caso do banqueiro Mário Conde ou os casos policiais que se resolvem satisfatoriamente, tendo mesmo a polícia espanhola recebido um prémio pelo seu desempenho satisfatório numa recente investigação. Isto vem levantar a questão da importância da formação pessoal dos profissionais. Tenho um amigo meu que sempre ouviu o pai dizer que “quem parte ou reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo ou não tem arte”. É claro que ele, quando teve a sua oportunidade, prejudicou alguém que havia concordado em lhe emprestar algum dinheiro. A pessoa confiou, os pais eram amigos dela, e ele apoderou-se do dinheiro todo. Passado algum tempo, a senhora morreu. Possivelmente com o desgosto. Isto mostra como a educação tem peso no desempenho da pessoa durante a sua vida. Há muitos que não ligam a este tipo de educação, encontrando eles próprios o seu caminho. Mas são raros. Tenho uma boa amiga minha que trabalhou durante muitos anos para uma firma francesa. Segundo ela, tudo correu bem enquanto a firma esteve sob administração gaulesa, o pior foi quando ela foi entregue aos portugueses: foi o descalabro. Ela demitiu-se, recusando-se a pactuar, segundo ela, com práticas com as quais ela não concordava. Ainda um dia destes, um secretário do estado afirmava, em relação à concessão das matas nacionais à iniciativa privada, que não devemos ter medo dela. Pois eu acho que devemos ter muito medo dela, e embora o Dr. Constâncio discorde, deve-se andar sempre atento a ela… é que nunca se sabe de onde e quando vem o mal… Depois, se ainda por cima não se apurarem responsabilidades e se estas não forem punidas… está tudo dito sobre este país. Eu não acredito num país assim!
Fátima Nascimento
Como sou uma pessoa que aprende com os erros, aqui vão umas ideias para as financeiras, caso as queiram aproveitar. Não, não se trata de arrogância mas o mercado financeiro também tem de ser criativo. Eu explico. As pessoas instalam-se confortavelmente numa cadeira e aprendem a lidar com o sistema de uma determinada maneira que se irá prolongar por imensos anos… e os ajustes, que têm de ser feitos, ou devem ser feitos, não interessam. Senhores, há que pensar, de vez em quando, sobretudo quando surgem problemas pontuais ou não. Eu aprendi com a minha situação e aqui está o que aprendi. Talvez possam utilizar! Quando nós, cidadãos comuns, optamos pelo débito directo, esperamos delegar sobre os vossos ombros toda e qualquer responsabilidade sobre esse mesmo débito, cabendo a nós ter o saldo da conta disponível para ele… Nós não adivinhamos quando os senhores decidem alterar ou modernizar o vosso sistema informático, por isso, não custa nada comunicar à outra identidade financeira, que gere esses mesmos débitos, essa alteração, para que tudo prossiga sem percalços. Quanto a mudanças de residência e outras possíveis mudanças, o banco onde está sedeada a conta do ordenado do cidadão comum, também é alertada. Enfim, a comunicação entre instituições resolveria grande parte destes problemas que surgem inesperadamente e custam umas boas quantias em juros de mora ao cidadão comum, tão alheio a todo esse processo e até à linguagem que vocês tão orgulhosamente acenam como uma bandeira, sentindo-se realmente importantes, por dominarem bem algo que os outros, simples cidadãos comuns, não habituados a tais termos técnicos, custa compreender. Isto não se processa assim? Eu sei… já senti isso na pele. Agora, é pegar ou largar. Mas pelo que conheço do sistema em geral, as ideias surgem em 2008, por exemplo, e estão completamente implantadas em 2050, com um pouco de sorte. E isto porque aprendendo a proceder de uma forma, tudo o que seja inovação é olhado com reserva, e faz as pessoas sentirem-se inseguras. Ao que parece, acontece em todo o lado… todos têm pavor de errar e ficarem mal vistos ou despedidos. A inovação faz parte da evolução. Pensem neste minúscula ideia… Pode poupar problemas e alguns bons euros ao cidadão anónimo, para além do abalo que sofrem as instituições financeiras na sua imagem. Eu, com esta, vai ser a última vez que faço contrato. Com esta ou com alguma outra…
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