Já todos ouvimos falar das chamas que devoram o território australiano, e dos prejuízos que causaram a um grande número de pessoas, que perderam os seus bens e alguns, inclusive, o bem mais precioso - as suas vidas.
Esta manhã deparei-me, num dos noticiários da rádio, com as palavras indignadas de um nosso compatriota, que, muito revoltado, tecia elogios ao apoio australiano que lhe estava a ser prestado, e que em nada parecia diferenciado do que davam aos próprios australianos, mas indignava-se contra o pessoal do consulado, instalado na cidade, da qual mora a poucos quilómetros de distância. Contava o indignado cidadão português que, para além do apoio prestado pelas autoridades australianas, desse consulado, não havia nem notícias. Passado pouco tempo, ouvia-se um registo também ele gravado, com as palavras do próprio cônsul, que dizia que existiam na Austrália mais de 15 mil portugueses, pelo que ele não poderia adivinhar se algum dos portugueses, residentes naquele país, havia sido atingido pela catástrofe. Estas palavras criaram em mim uma estupefacção! Compreendi, naquele momento, o nosso compatriota! O pessoal dos consulados parece estar fechado no seu casulo, só se lembrando da sua tarefa, quando lhes chega alguma notícia, revelada pelos diferentes meios de comunicação social ou pelos outros meios: telefone, fax, etc.. É curiosa esta atitude! Espera-se das pessoas de um consulado que mostrem um mínimo de interesse pelo que se passa à sua volta. Como? Telefonando, elas próprias, para as autoridades australianas ou deslocando-se elas próprias aos serviços onde possam ser informadas se há portugueses atingidos pela calamidade. Era esta a atitude que eu também esperaria dos membros do consulado português, se estivesse na pele dos nossos compatriotas - que se interessem e procurem informar-se sobre o que se passa com a comunidade portuguesa ali residente. Se não for assim, para que serve a criação desses postos de trabalho em países estrangeiros? Só para dar empregos a amigos, que se comportam como se estivessem a passar umas férias no estrangeiro, bem pagas ainda por cima? Isso, qualquer pessoa pode fazer… mas num cargo destes, há que ser minimamente exigente com essas pessoas que representam o país. Concordo, absolutamente, com a indignação e as palavras do nosso artista plástico, residente naquele país. Depois de alguns casos isolados que chegaram ao nosso conhecimento, através da comunicação social, este é mais um que põe em causa a eficácia do trabalho dos nossos diplomatas no estrangeiro.
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