As livrarias podem ter um papel fundamental no mercado livreiro, tornando-o mais transparente! É impossível perceber qual o número exacto de vendas realizados por estas. Só as editoras têm acesso a esta informação. Quando não se pode acreditar na palavra de uma editora, um autor não pode - porque não tem acesso – saber qual o volume real de vendas realizadas pelas livrarias. Ora, com as novas tecnologias, tudo se torna mais fácil e simples e, com boa vontade, transparente. As livrarias podem, no final de cada ano civil, colocar num site o volume de vendas correspondente a determinada obra. Cada autor poderia facilmente consultar e perceber se algum exemplar da sua obra foi comercializado ou não, podendo, a partir daí, perceber o que há-de esperar da editora, quando tocar a esta o pagamento dos direitos de autor. Saberá o editor o que terá de pagar e saberá, com certeza, o autor o que lhe competirá receber.
Sabendo que vivemos numa selva comercial, onde cada um procura tirar partido do outro, tentando ganhar o máximo tendo um mínimo de despesas ou responsabilidades para com os seus, cada vez se torna mais notório a necessidade de transparência. Quando algumas editoras querem pagar os direitos de autor em livros, impingindo a estes as suas próprias obras como moeda, parece que voltámos à Idade Média, onde à falta de dinheiro (não era cunhada em muitos feudos) as pessoas procediam à troca directa. Aqui não se trata de falta de moedas. Um editor recebe dinheiro do autor aquando da publicação da sua obra (raramente há editores que apostam nas obras, embora aconteça). Ora, esse dinheiro, vai cobrir grande parte dos gastos (às vezes a totalidade) tidos com a publicação de uma obra. Ainda assim, alguns editores, “porque os outros fazem o mesmo” querem tornar esta prática regular – pagar os direitos de autor em géneros! Ora, um autor não come livros, precisa do dinheiro para continuar a investir na publicação das suas obras ou até para si. É um direito, mais que legítimo, que lhe assiste e que só a desonestidade de alguns editores quer retirar, inventando práticas que, embora defendam que sejam correntes, não são honestas. Por tal, e porque penso que devemos salientar pela positiva os editores honestos, escrevi um artigo sobre este assunto que pôs os cabelos em pé a alguns editores que, embora não sendo, nem de longe nem de perto referenciados pela negativa, se manifestaram contra o facto de ter mencionado, pela positiva, uma editora que, acabado o ano civil, envia para os autores uma carta como volume de livros vendidos e a respectiva quantia de direitos respeitante a cada autor. Isto é honestidade. Tenho uma colega que vai editar por esta editora. “Paga direitos de autor” dizia-me ela, satisfeita!
É assim que se ganha nome no mercado! Não é com desonestidade! E não é encobrindo que se limpa o nome da empresa, é cumprindo! Por mais que se tente encobrir, estas histórias acabam sendo passadas de boca em boca pelas revoltadas vítimas!
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