A actividade agrícola, ensinam-nos na escola, é francamente de deficitária. Não produzimos o suficiente para preencher as necessidades do país, pelo que temos de importar largas quantidades de produtos o que desequilibra a nossa balança comercial.
Há pouco tempo dizia a um amigo que me admirava com a extensão de terreno agrícola ocupado com a monocultura de produtos agrícolas que são já velhos conhecidos da história portuguesa. Falo de terreno arável ocupado com infindáveis vinhas, oliveiras e pinheiros inseridos numa paisagem nada habitual. Estranhei. Conversei com alguém que, para além da sua formação em História, está, de alguma forma, relacionado com a actividade primária. A resposta, ao que parece, tem a ver com a procura externa. Como há muita procura, investe-se na produção de determinado produto agrícola à procura do melhor lucro. Assim, como parece haver muita procura de azeite, por parte de certos países, começou-se a plantar oliveiras em todo espaço livre. A conversa fez-me pensar. Todo a produção tem de ter o seu escoamento certo, de forma a tornar rentável a actividade, agrícola ou não. Sempre defendi que um país deve ser auto-suficiente neste campo, isto é, deve produzir de forma a colmatar todas as necessidades existentes no país. Se for excedentário nalgum tipo de produção poderá escoá-lo para o estrangeiro. Agora, não entendo este tipo de agricultura que anda ao sabor da procura externa. Se há muita procura de um determinado produto investe-se incondicionalmente no mesmo?! E se esses países, que agora têm tanta necessidade desse produto, resolverem apostar na sua produção? O que acontece aos agricultores que tanto investiram em determinada especialidade agrícola? Não seria melhor fazer um planeamento, a nível nacional, de forma a perceber quem é que produz o quê de forma a ter-se de tudo e com tudo direccionado para determinado comprador, de forma a tornar a actividade agrícola um sector rentável e, desta forma, atractivo? Não se deveria apostar antes no comércio interno vendendo só os produtos excedentários ao estrangeiro? Com uma política destas não se acabaria, ao mesmo tempo, com os problemas da falta ou a pouca quantidade de certos produtos, a rentabilidade do sector e o equilíbrio da balança? Não seria melhor para o país? Então, o que impede que tal se faça? Mesmo com a velha mentalidade do emparcelamento e do minifúndio pode-se conseguir isso. Se as pessoas souberem onde e quando devem entregar os seus produtos e que recebem dinheiro em troca da quantidade apresentada dos mesmos, não se conseguiria esse número desejável de produção capaz de acabar com a dependência do exterior? No fundo, o pouco faz o muito…
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