É um dado adquirido. Já desapareceram muitas e outras, mais tarde ou mais cedo, desaparecerão também. A tendência é a de passar da diversidade linguística para universalidade de uma só língua. Esse fenómeno já está a suceder. Quando visitamos um país estrangeiro, vemo-nos obrigados, quando desconhecemos a língua, a utilizar aquela que já é considerada, desde há bastante tempo, a primeira a nível mundial – o inglês. Se olharmos aos nossos estudantes, estes já introduziram no seu calão muito calão anglo-saxónico bastante divulgados nos filmes norte americanos. E não há estranheza. A adopção foi feita de coração. Exprime os sentimentos dos mais jovens que se identificam com ele. Em França, aquando da preocupação com a protecção da língua em relação à ameaça inglesa, foram interditas palavras anglo-saxónicas em locais públicos. O que aconteceu? É a língua mais usada nos grafitis pintados nas paredes. Eu nunca me preocupei com a defesa da língua. Pertenço àquele grupo (se é que existe tal grupo) que defende que a língua tem mecanismos próprios para se defender. Na verdade, o verdadeiro guardião, pelo menos até há pouco tempo, da língua, é o povo português. Ainda me lembro quando os emigrantes regressavam ao país, falavam, muitas vezes, nas línguas dos países que os acolheram e não eram raros os portugueses que diziam divertidos: “Olha, fala português se queres que te compreenda!” Agora, há um dado de vital importância para a língua: tem de evoluir. Falamos o português de hoje que mais não é do que o resultado da fuga à norma daquele que se falava há uns séculos atrás. E quanto mais a língua é complicada maior é a tendência para a simplificação. Caso contrário, perecerá. Vejamos o caso particular do inglês que leva uma vantagem em relação, por exemplo, às latinas: os objectos não têm género, o que já facilita a aprendizagem da língua, depois a sua divulgação. Já nos entra nos ouvidos como se nos pertencesse. O que vai acontecer à nossa? Acabará também por desaparecer eventualmente. Não vai ser das primeiras, poderá ser das últimas mas, eventualmente, acontecerá. A única preocupação será a de perceber o que será melhor, em termos humanos: se a continuação de várias se a existência de uma só. Na minha opinião, e desde que não se perca conhecimento, a língua falada é indiferente…
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