Era assim que um artigo dava resposta ao possível desaparecimento do jornalismo tal como o conhecemos hoje. Como é essencial para a democracia a existência de jornais que têm um pouco a função de vigiar o poder político e económico denunciando toda e qualquer espécie de abusos. Apelava à união de interesses das pessoas de forma a juntarem-se e poder realizar um trabalho dentro do seu campo. Ora, com o eventual desaparecimento dos jornais, as possíveis denúncias terão de encontrar um meio capaz de rodear a forma como são feitas hoje, com alguém portador de uma informação relevante de interesse público, geralmente anónimo, que faz chegar a mesma junto do jornalista acompanhada das evidências físicas. Se os jornais mudarem a sua forma habitual, muda a forma de agir no terreno. Achei engraçado, porque, a dado momento, o autor do artigo diz que todos podemos ser repórteres e dá alguns exemplos que se passam já. Quando há algum evento ou alguma catástrofe as primeiras imagens chegadas às redacções dos jornais/ televisões são as enviadas pelos cidadãos. Eu, pessoalmente, lembro-me de uma linha telefónica grátis que uma rádio nacional tem ao serviço do cidadão e que a vai informando dos acidentes rodoviários ou outros acontecimentos ligados à circulação rodoviária e que vai mantendo as informações actualizadas e que ajudam os condutores nas suas deslocações, ajudando-os, muitas vezes, a encontrarem alternativas às vias em que circulam. A verdade é que todos pertencemos a uma sociedade e o papel de “vigilante”, digamos assim, cabe a todos nós. É, talvez, a ideia do free-lancer que está subjacente a esta filosofia de informação. Mas o que lá é bem defendido é a ideia de que sem jornalismo, vamos ficar de mãos atadas e a corrupção, sob todas as suas formas pode espalhar-se como uma doença contagiosa, se não correr o risco de ser denunciada. Depois, como poderemos escolher os políticos, que nunca chegamos a conhecer verdadeiramente, é verdade, se não sabemos nada deles? O vídeo captado por um anónimo enquanto observava um dos últimos candidatos à presidência dos EUA a trautear uma canção que o comprometeu decisivamente na sua corrida à Casa Branca? E valeu mais que todos os discursos realizados pelo candidato! É nestas pequenas atitudes que descobrimos o carácter da pessoa, não pelos discursos. Estes projectam a imagem, aquelas revelam a pessoa por trás da mesma. E como não podemos separar uma da outra… e como a pessoa prevalece sempre sobre a imagem… temos de nos ligar a estas pistas se queremos ter uma ideia real da pessoa. Ora, o artigo defendia que o candidato nunca cantaria tal música se entre a audiência estivesse algum jornalista. Certíssimo! Mas houve alguém que fez o papel dele! E outra questão se coloca: como proceder à divulgação do mesmo? A esta resposta, o autor não tem dúvida: INTERNET! Se pensarmos nos milhares de e-mails que recebemos por ano denunciando variadíssimas situações… podemos perceber o alcance deste novo meio de comunicação. Mas todo o esforço pode ser tempo perdido se as denúncias só ficam por aí… e não se faz nada. A situação de impunidade cria frustração e futuro desinteresse. Depois, para aqueles que defendem que fariam o mesmo se lá estivessem… não há qualquer possibilidade. Mas enquanto houver denúncia, poderá haver, pelo menos cautela… Se não houver nada, para certas pessoas que necessitam de constante “policiamento” é o descalabro da democracia com os abusos praticados! Será o caminho para algo mais obscuro que nada tem a ver com a democracia, pelo menos da forma como é entendida pelos justos. Os jornais, tal e como os conhecemos, poderão desaparecer, mas a procura e oferta de informação irá continuar! Nem poderão ser substituídos pelos televisivos ou radiofónicos, sempre limitados pelo tempo, o que leva a uma selecção da informação…
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